Etnocídio para além das perdas culturais: pessoas, corporalidades e a multiplicação dos mausencontros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marcio Tadeu Maia de Almeida Malta
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B9DEW2
Resumo: Este trabalho buscou produzir reflexões capazes de oferecerem subsídios para uma maior abertura jurídica brasileira à Diferença envolvendo as sociedades indígenas. A dicotomização das violências empreendidas contra minorias étnicas, em termos de genocídio e etnocídio, produz ainda hoje efeitos que podem ser perversos e, talvez, o principal deles seja tomar o etnocídio como um crime v que afeta as manifestações visíveis e invisíveis da cultura enquanto de um v (Volkgeist). Os contextos históricos relacionados aos primeiros enquadramentos desse crime demonstram que, as violências etnocidas nunca foram relativas. Os aparatos reflexivos produzidos pela etnologia americanista do final da década de 70 do século XX em diante marcaram uma maior intimidade com as v ameríndias. Ao utilizarmos essas ferramentas fica claro o enquadramento fenomênico da nossa visão ocidental que emprega concepções metafísicas (erspiritual/material) e objetificantes que não dão conta dos mundos indígenas povoados de agências com estatuto de sujeito. O avanço na aceitação jurídica dessas realidades como fatos e não meras representações coletivas nos parece imprescindível, não para a salvação de um Outro frágil, mas, para que todos nós tenhamos algum futuro.
id UFMG_127ff812fc8b41c08d397094cf18c350
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B9DEW2
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Deborah de Magalhaes LimaAlcida Rita RamosKarenina Vieira AndradePedro Rocha de Almeida e CastroMarcio Tadeu Maia de Almeida Malta2019-08-13T00:35:36Z2019-08-13T00:35:36Z2018-08-31http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B9DEW2Este trabalho buscou produzir reflexões capazes de oferecerem subsídios para uma maior abertura jurídica brasileira à Diferença envolvendo as sociedades indígenas. A dicotomização das violências empreendidas contra minorias étnicas, em termos de genocídio e etnocídio, produz ainda hoje efeitos que podem ser perversos e, talvez, o principal deles seja tomar o etnocídio como um crime v que afeta as manifestações visíveis e invisíveis da cultura enquanto de um v (Volkgeist). Os contextos históricos relacionados aos primeiros enquadramentos desse crime demonstram que, as violências etnocidas nunca foram relativas. Os aparatos reflexivos produzidos pela etnologia americanista do final da década de 70 do século XX em diante marcaram uma maior intimidade com as v ameríndias. Ao utilizarmos essas ferramentas fica claro o enquadramento fenomênico da nossa visão ocidental que emprega concepções metafísicas (erspiritual/material) e objetificantes que não dão conta dos mundos indígenas povoados de agências com estatuto de sujeito. O avanço na aceitação jurídica dessas realidades como fatos e não meras representações coletivas nos parece imprescindível, não para a salvação de um Outro frágil, mas, para que todos nós tenhamos algum futuro.This work sought to produce reflections capable of offering subsidies for greater Brazilian legal openness to the Difference involving indigenous societies. The dichotomy of violence against ethnic minorities in terms of genocide and ethnocide still produces perverse effects, and perhaps the most important of these is to take ethnocide as a "less violent" crime that affects the visible and invisible manifestations of culture while "spirit of a people" (Volkgeist). Historical contexts related to the early framings of this crime demonstrate that ethnic violence is not relative. The reflexive apparatuses produced by the Americanist ethnology of the late 1970s and early 20th century marked a greater intimacy with the Amerindian "native categories". By using these tools, the phenomenological framework of our Western vision employing metaphysical and objectifying conceptions and that do enough for the indigenous worlds populated by agencies with status of subject. The advance in juridical acceptance of these realities as facts and not mere collective representations seems essential to us not for the salvation of a fragile Other but for all of us to have some future.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAntropologiaGenocídioEtnocídioCorporalidadeGenocídioEcocídioPessoaEtnocídio para além das perdas culturais: pessoas, corporalidades e a multiplicação dos mausencontrosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_marcio_versao_colegiado.pdfapplication/pdf2706916https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9DEW2/1/dissertacao_marcio_versao_colegiado.pdfef4f13595a602e187e06c42d67e4ce67MD51TEXTdissertacao_marcio_versao_colegiado.pdf.txtdissertacao_marcio_versao_colegiado.pdf.txtExtracted texttext/plain337020https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9DEW2/2/dissertacao_marcio_versao_colegiado.pdf.txtd24000feb1ace8c6a2895679bfaa64bbMD521843/BUOS-B9DEW22019-11-14 20:31:50.973oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B9DEW2Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T23:31:50Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Etnocídio para além das perdas culturais: pessoas, corporalidades e a multiplicação dos mausencontros
title Etnocídio para além das perdas culturais: pessoas, corporalidades e a multiplicação dos mausencontros
spellingShingle Etnocídio para além das perdas culturais: pessoas, corporalidades e a multiplicação dos mausencontros
Marcio Tadeu Maia de Almeida Malta
Etnocídio
Corporalidade
Genocídio
Ecocídio
Pessoa
Antropologia
Genocídio
title_short Etnocídio para além das perdas culturais: pessoas, corporalidades e a multiplicação dos mausencontros
title_full Etnocídio para além das perdas culturais: pessoas, corporalidades e a multiplicação dos mausencontros
title_fullStr Etnocídio para além das perdas culturais: pessoas, corporalidades e a multiplicação dos mausencontros
title_full_unstemmed Etnocídio para além das perdas culturais: pessoas, corporalidades e a multiplicação dos mausencontros
title_sort Etnocídio para além das perdas culturais: pessoas, corporalidades e a multiplicação dos mausencontros
author Marcio Tadeu Maia de Almeida Malta
author_facet Marcio Tadeu Maia de Almeida Malta
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Deborah de Magalhaes Lima
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Alcida Rita Ramos
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Karenina Vieira Andrade
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Pedro Rocha de Almeida e Castro
dc.contributor.author.fl_str_mv Marcio Tadeu Maia de Almeida Malta
contributor_str_mv Deborah de Magalhaes Lima
Alcida Rita Ramos
Karenina Vieira Andrade
Pedro Rocha de Almeida e Castro
dc.subject.por.fl_str_mv Etnocídio
Corporalidade
Genocídio
Ecocídio
Pessoa
topic Etnocídio
Corporalidade
Genocídio
Ecocídio
Pessoa
Antropologia
Genocídio
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Antropologia
Genocídio
description Este trabalho buscou produzir reflexões capazes de oferecerem subsídios para uma maior abertura jurídica brasileira à Diferença envolvendo as sociedades indígenas. A dicotomização das violências empreendidas contra minorias étnicas, em termos de genocídio e etnocídio, produz ainda hoje efeitos que podem ser perversos e, talvez, o principal deles seja tomar o etnocídio como um crime v que afeta as manifestações visíveis e invisíveis da cultura enquanto de um v (Volkgeist). Os contextos históricos relacionados aos primeiros enquadramentos desse crime demonstram que, as violências etnocidas nunca foram relativas. Os aparatos reflexivos produzidos pela etnologia americanista do final da década de 70 do século XX em diante marcaram uma maior intimidade com as v ameríndias. Ao utilizarmos essas ferramentas fica claro o enquadramento fenomênico da nossa visão ocidental que emprega concepções metafísicas (erspiritual/material) e objetificantes que não dão conta dos mundos indígenas povoados de agências com estatuto de sujeito. O avanço na aceitação jurídica dessas realidades como fatos e não meras representações coletivas nos parece imprescindível, não para a salvação de um Outro frágil, mas, para que todos nós tenhamos algum futuro.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018-08-31
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-13T00:35:36Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-13T00:35:36Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B9DEW2
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B9DEW2
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9DEW2/1/dissertacao_marcio_versao_colegiado.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9DEW2/2/dissertacao_marcio_versao_colegiado.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv ef4f13595a602e187e06c42d67e4ce67
d24000feb1ace8c6a2895679bfaa64bb
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589169987977216