Entre o machado e o punhal: configurações da violência em Tutaméia (Terceiras Estórias) de João Guimarães Rosa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/ECAP-9X3GM6 |
Resumo: | Esta tese enfoca alguns contos de 'Tutaméia (Terceiras Estórias)', de João Guimarães Rosa, com o objetivo de observar as configurações da violência, que, segundo postulamos, são recorrentes nesse livro. Para tanto, procedemos ao exame de parte da fortuna crítica do autor, procurando buscar mais subsídios para abordar a construção da obra com quatro prefácios e as considerações que Rosa faz sobre, por exemplo, paradoxos. Analisou-se ainda a contraposição proposta pelo escritor entre 'estória' e 'História' e a possibilidade de compreender as narrativas enquanto 'contranarrativas'. A escolha recaiu em dezessete dos quarenta contos que compõem a obra - 'Antiperipléia', 'Arroio-das-Antas', 'A vela ao diabo', 'Azo de almirante', 'Barra da Vaca', 'Como ataca a sucuri', 'Curtamão', 'Desenredo', 'Droenha', 'Esses Lopes', 'Estória n3', 'Estoriinha', 'Intruge-se', 'No prosseguir', 'Quadrinho de estória', 'Sinhá Secada' e '- Uai, eu?' - e se justifica pela presença de quadros de violência explícitos ou implícitos. Partimos da premissa de que, nessas narrativas selecionadas para estudo, a violência funcione como tema estruturante do texto, tema a partir do qual se organizam os demais assuntos que surgem nos contos. Além disso, observamos que em todas as narrativas de 'Tutaméia' a violência linguística está presente, com a proposição de um 'devir' da língua, uma língua que força e tensiona o pensamento a refletir sobre a própria língua, a cultura e a sociedade. Destacamos a existência, ao lado dessa violência, de outras, as violências sociais sedimentadas nos contos. Como resultado, constatamos que as violências presentes nas narrativas revelam um paradoxo desse fenômeno esteticamente trabalhado nas estórias: as violências libertam, mas, simultaneamente, aprisionam, pois também os algozes são vítimas das consequências de atos violentos. |
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Marli de Oliveira Fantini ScarpelliClaudia Campos SoaresMárcia Marques de MoraisLuiz Gonzaga Morando QueirozJúlio César Machado de PaulaSarah Maria Forte Diogo2019-08-14T01:55:11Z2019-08-14T01:55:11Z2015-05-29http://hdl.handle.net/1843/ECAP-9X3GM6Esta tese enfoca alguns contos de 'Tutaméia (Terceiras Estórias)', de João Guimarães Rosa, com o objetivo de observar as configurações da violência, que, segundo postulamos, são recorrentes nesse livro. Para tanto, procedemos ao exame de parte da fortuna crítica do autor, procurando buscar mais subsídios para abordar a construção da obra com quatro prefácios e as considerações que Rosa faz sobre, por exemplo, paradoxos. Analisou-se ainda a contraposição proposta pelo escritor entre 'estória' e 'História' e a possibilidade de compreender as narrativas enquanto 'contranarrativas'. A escolha recaiu em dezessete dos quarenta contos que compõem a obra - 'Antiperipléia', 'Arroio-das-Antas', 'A vela ao diabo', 'Azo de almirante', 'Barra da Vaca', 'Como ataca a sucuri', 'Curtamão', 'Desenredo', 'Droenha', 'Esses Lopes', 'Estória n3', 'Estoriinha', 'Intruge-se', 'No prosseguir', 'Quadrinho de estória', 'Sinhá Secada' e '- Uai, eu?' - e se justifica pela presença de quadros de violência explícitos ou implícitos. Partimos da premissa de que, nessas narrativas selecionadas para estudo, a violência funcione como tema estruturante do texto, tema a partir do qual se organizam os demais assuntos que surgem nos contos. Além disso, observamos que em todas as narrativas de 'Tutaméia' a violência linguística está presente, com a proposição de um 'devir' da língua, uma língua que força e tensiona o pensamento a refletir sobre a própria língua, a cultura e a sociedade. Destacamos a existência, ao lado dessa violência, de outras, as violências sociais sedimentadas nos contos. Como resultado, constatamos que as violências presentes nas narrativas revelam um paradoxo desse fenômeno esteticamente trabalhado nas estórias: as violências libertam, mas, simultaneamente, aprisionam, pois também os algozes são vítimas das consequências de atos violentos.This thesis is focused on 'Tutaméia (Terceiras Histórias)' , by João Guimarães Rosa, in order to analyze the configurations of violence in 'Antiperipléia', 'Arroio-das-Antas', 'A vela ao Diabo', 'Azo de almirante', 'Barra da vaca', 'Como ataca a sucuri', 'Curtamão', 'Desenredo', 'Droenha', 'Esses Lopes', 'História nº 3', 'Estoriinha', 'Intruge-se', 'No prosseguir', 'Quadrinho de estória', 'Sinha Secada' and '-Uai, eu?'. To do so, the research has examined the part of the author's critical fortune, seeking to approach construction of the work with four prefaces and the considerations that Rosa does about paradoxes, for example. It was also analyzed the opposition proposed by the writer between story and history and the possibility of understanding the narratives as 'counter-narratives'. The choice of stories is justified by the presence of explicit or implicit pictures of violence. We assume that these seventeen narratives, of forty that constitute the work, violence functions as a structural topic of the text. From this topic, the other stories are, also, organized. Besides that, we observed that, in all 'Tutaméia''s stories, the linguistic violence is presente, with the proposition of a 'becoming' in the language, a language that forces and tenses the thought. What interested us was the existence, next to this violence, of the other violences - the social violences - materialized on the paths adopted. As results, we noticed that the presente violences set free, but imprison and the only carachters who escape from that are the ones who decide not to violate the others.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGRosa, João Guimarães , 1908-1967 Tutameia Critica e interpretaçãoGuimarães RosaTutaméiaViolênciaEntre o machado e o punhal: configurações da violência em Tutaméia (Terceiras Estórias) de João Guimarães Rosainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALsarah_maria_forte_diogo_tese_finalizada.pdfapplication/pdf1942800https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECAP-9X3GM6/1/sarah_maria_forte_diogo_tese_finalizada.pdf3f3ce1aecfbe45becce7ec597cf88bc1MD51TEXTsarah_maria_forte_diogo_tese_finalizada.pdf.txtsarah_maria_forte_diogo_tese_finalizada.pdf.txtExtracted texttext/plain495503https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECAP-9X3GM6/2/sarah_maria_forte_diogo_tese_finalizada.pdf.txtb564629848bd1f6d6478d7cc65393f04MD521843/ECAP-9X3GM62019-11-14 12:21:30.996oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECAP-9X3GM6Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T15:21:30Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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