Fatores associados às alterações de linguagem oral em escolares de 6 a 10 anos de idade em Belo Horizonte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Clarice Passos Friche
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8JFNKA
Resumo: Objetivo: Identificar e analisar os fatores associados às alterações de linguagem oral, em crianças de seis a dez anos de idade, de escolas públicas da área de abrangência de um Centro de Saúde em Belo Horizonte, MG. Metodologia: Estudo tipo caso-controle. As crianças definidas como casos e como controles foram identificadas em pesquisa de prevalência realizada previamente nessa mesma população. Os pais das crianças de ambos os grupos foram entrevistados utilizando um questionário estruturado e o Questionário de Capacidades e Habilidades (SDQ). O questionário estruturado continha questões sobre: características sociodemográficas; condições de gestação, parto e período neonatal; aspectos da alimentação e hábitos de sucção da criança; aspectos do desenvolvimento da linguagem oral; características da família/dinâmica familiar; aspectos emocionais e da vida escolar da criança. A análise de dados foi realizada em duas etapas. Na análise bivariada, foi utilizado o teste de qui-quadrado para estimar a significância estatística das diferenças entre os grupos de casos e de controles quando as variáveis eram categóricas e o teste de Kruskal-Wallis quando as variáveis eram contínuas (comparação de medianas). O modelo inicial da análise multivariada foi composto pelas variáveis explicativas que apresentaram p0,25 na análise bivariada, considerando como variável resposta a presença de alterações de linguagem oral. A análise multivariada foi feita por regressão logística, sendo as variáveis retiradas uma a uma de acordo com o maior valor de p em cada modelo, até que todas as variáveis tivessem p<0,05 (modelo final). A análise de dados foi realizada utilizando-se os programas Epi Info, Versão 6.04b e o SPSS 18, PASW Statistics 18. Resultados: A amostra foi composta por 155 crianças, sendo 59 casos e 96 controles. Os grupos eram semelhantes quanto à distribuição por sexo e idade, com idades entre 7,1 a 10,8 anos nos casos (média de 8,8; mediana de 8,7) e 6,7 a 10,8 anos nos controles (média de 8,7; mediana de 8,6). Os seguintes fatores mostraram-se independentemente associados à presença de alterações de linguagem oral: idade em que a criança falou a primeira palavra (OR=1,19, IC 95% 1,05 a 1,35); dificuldade para ouvir segundo a percepção dos pais (OR=4,22, IC 95% 1,19 a 15,01); dificuldade para falar segundo a percepção dos pais (OR=14,38, IC 95% 4,82 a 42,82); convívio com alguém com problema de fala (OR=3,44, IC 95% 1,14 a 10,33); dificuldade para acompanhar os demais colegas de classe nas atividades escolares (OR=2,86, IC 95% 1,12 a 4,87); participação em projetos escolares em contraturno (OR=2,33, IC 95% 1,12 a 4,87); e SDQ alterado, sugerindo provável distúrbio emocional (OR=3,15, IC 95% 1,34 a 7,40). Conclusão: O estudo mostrou que existe associação com significância estatística entre as alterações de linguagem oral e diversos fatores. As associações estão relacionadas principalmente aos aspectos emocionais, educacionais e ao desenvolvimento da linguagem oral. Esses resultados confirmam a importância de se considerar o desenvolvimento integral da criança. Além disso, ações de saúde coletiva, visando o adequado desenvolvimento da linguagem oral, devem também considerar fatores emocionais e educacionais. Com o objetivo de minimizar ou mesmo prevenir as alterações de linguagem oral alguns desses fatores associados podem ser controlados. São necessários novos estudos abordando os desvios fonéticos e fonológicos de maneira individualizada para melhor compreensão dos fatores associados a essas alterações. Espera-se que este estudo possa favorecer o planejamento de ações coletivas educativas e assistenciais mais eficazes.
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Os seguintes fatores mostraram-se independentemente associados à presença de alterações de linguagem oral: idade em que a criança falou a primeira palavra (OR=1,19, IC 95% 1,05 a 1,35); dificuldade para ouvir segundo a percepção dos pais (OR=4,22, IC 95% 1,19 a 15,01); dificuldade para falar segundo a percepção dos pais (OR=14,38, IC 95% 4,82 a 42,82); convívio com alguém com problema de fala (OR=3,44, IC 95% 1,14 a 10,33); dificuldade para acompanhar os demais colegas de classe nas atividades escolares (OR=2,86, IC 95% 1,12 a 4,87); participação em projetos escolares em contraturno (OR=2,33, IC 95% 1,12 a 4,87); e SDQ alterado, sugerindo provável distúrbio emocional (OR=3,15, IC 95% 1,34 a 7,40). Conclusão: O estudo mostrou que existe associação com significância estatística entre as alterações de linguagem oral e diversos fatores. As associações estão relacionadas principalmente aos aspectos emocionais, educacionais e ao desenvolvimento da linguagem oral. Esses resultados confirmam a importância de se considerar o desenvolvimento integral da criança. Além disso, ações de saúde coletiva, visando o adequado desenvolvimento da linguagem oral, devem também considerar fatores emocionais e educacionais. Com o objetivo de minimizar ou mesmo prevenir as alterações de linguagem oral alguns desses fatores associados podem ser controlados. São necessários novos estudos abordando os desvios fonéticos e fonológicos de maneira individualizada para melhor compreensão dos fatores associados a essas alterações. 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