Avaliação da cardiotoxicidade tardia induzida por antraciclinas em crianças após tratamento de leucemia linfocítica aguda.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hilda Maria de Oliveira
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-6Y6G4U
Resumo: A cardiotoxicidade induzida por antraciclinas é freqüentemente definida como uma condição na qual parâmetros ecocardiográficos podem deteriorar, com ou sem sintomas clínicos, após uma ou mais doses de antraciclinas. Embora não exista uma padronização dos métodos de monitorização cardíaca para investigação dessa cardiotoxicidade, o exame ecocardiográfico, convencional e tecidual, promove informações anatômicas e funcionais seguras e amplamente acessíveis do ponto de vista técnico e financeiro. Pacientes e Métodos: foram avaliadas 50 crianças e adultos jovens que tiveram leucemia linfoblástica (mediana de 5,1 anos ao diagnóstico) e que foram tratados com quimioterapia que incluía antraciclinas em doses acumuladas de 100 mg/m² a 500 mg/m². A maioria dos pacientes (88%) recebeu de 100 a 200 mg /m² e não teve recidiva da neoplasia até o momento da avaliação cardiológica. A idade mediana à avaliação cardiológica foi de 18,4 anos; a duração do seguimento após a primeira exposição à antraciclina foi de 11,8 anos e após a suspensão de toda quimioterapia, de 8,6 anos. Foram também avaliados 25 indivíduos voluntários hígidos, com gênero, idade e superfície corporal semelhante aos pacientes. Os dois grupos foram avaliados entre junho de 2004 e abril de 2005, clinicamente e através de estudo com ecoDopplercardiograma convencional incluindo o modo M em cores para o cálculo da velocidade de propagação do fluxo mitral e com Doppler tecidual pulsado. Resultados: todos os pacientes apresentaram exame clínico-cardiológico normal e nenhum, individualmente, apresentou desvio da normalidade das medidas ecocardiográficas. As médias dos valores das medidas de diâmetro e espessura da parede miocárdica e a massa miocárdica do ventrículo esquerdo (VE) não diferiram significativamente entre pacientes e controles. Também não diferiram significativamente as medidas dos parâmetros de avaliação da função sistólica do VE fração de encurtamento sistólico, fração de ejeção e picos de velocidade sistólica no septo interventricular, parede ântero-lateral e posterior (ondas Sm). As médias dos valores de dois parâmetros de avaliação da função diastólica do VE foram significativamente menores nos pacientes em relação aos controles: velocidade de propagação do fluxo mitral ao modo M em cores (VPM; P = 0,002) e pico de velocidade diastólica inicial da parede ântero-lateral, segmento basal (onda EmBasLat; P = 0,036). Esses resultados somam-se aos de outros autores na literatura que relataram risco de cardiotoxicidade pelas antraciclinas, mesmo administradas em doses baixas. Conclusões: sugere-se que a VPM, associada a outros parâmetros do ecoDopplercardiograma convencional e tecidual, possa ser útil para detecção precoce de cardiotoxicidade tardia em crianças após tratamento com antraciclinas. Essa detecção precoce de cardiotoxicidade ensejaria a oportunidade de prevenir ou retardar, com adequada farmacoterapia, o desenvolvimento de cardiopatia clínica.
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