Psicologia e lazer: um estudo sobre o tempo liberado da escola da infância contemporânea
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUBD-929GNW |
Resumo: | Esta dissertação procurou identificar e descrever as atividades realizadas durante o tempo liberado da escola de crianças com nove e dez anos de idade que cursavam o 4º ano do ensino fundamental de uma escola pública e outra particular da cidade de Belo Horizonte, pretendendo estabelecer uma relação entre o que faziam e seu desenvolvimento. A fundamentação teórica e empírica teve como base a Psicologia Positiva, os Estudos do Lazer e trabalhos na área da infância e atividades extraclasse, em diálogo com a pesquisa de campo. A coleta de dados envolveu 20 crianças da escola pública e 21 da escola particular, que responderam a uma entrevista semi-estruturada individual. As respostas das crianças à entrevista foram gravadas e transcritas, e posteriormente analisadas qualitativa e quantitativamente, tendo como base a Análise de Conteúdo. Foram criadas categorias de respostas formadas por unidades temáticas semelhantes, com cálculo de frequências das respostas das crianças. Comparações foram buscadas com base em diferenças de gênero e de tipo de escola. As quatro atividades mais frequentes desenvolvidas no horário alternativo ao da escola foram: assistir televisão, fazer para casa, mexer no computador e jogar videogame, com predominância dos alunos da escola particular em todas as quatro. Tais atividades têm como característica o sedentarismo, que leva a uma diminuição das atividades motoras, podendo contribuir com a obesidade infantil, atraso do desenvolvimento motor, etc. Tem-se observado que, devido a algumas mudanças sociais como valorização territorial, intensificação do transporte urbano, violência, trabalho, etc., muitas vivências de lazer passaram a acontecer dentro das casas dos indivíduos, levando à redução de práticas feitas em grupo nos espaços públicos. De todos os participantes envolvidos em atividades extraclasse (aulas estruturadas desenvolvidas fora do período escolar), apenas três eram da escola pública. É possível pensar que a questão financeira seja uma das causas desta pequena adesão. Algumas crianças da escola particular chegam a participar de três ou quatro dessas atividades, mas a maioria está envolvida em pelo menos uma. Este resultado sugere uma intenção de prepará-las para o futuro. Responsabilidade com afazeres domésticos ou com o cuidado de pessoas da família foram atribuídas majoritariamente às meninas da escola pública, que passam boa parte de seu tempo liberado da escola envolvidas em tais tarefas. Muitas delas valorizam estas atividades por acreditarem se tratar de um aprendizado útil para quando se tornarem adultas. Notou-se uma pequena participação dos pais em atividades tipicamente infantis. As práticas realizadas com o grupo familiar nos finais de semana têm priorizado as necessidades parentais, sendo a criança apenas coadjuvante. Por fim, conclui-se que o lazer pode contribuir como um recurso para estreitar os laços familiares. Além disso, as atividades extraclasse podem estimular a vivência de práticas prazerosas realizadas em grupo por estimular o amadurecimento de habilidades facilitadoras do desenvolvimento pessoal, levando indivíduos (crianças) e grupos (famílias) à felicidade. |
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Luciana Karine de SouzaAna Cristina Garcia DiasErika LourencoMichelle Araujo Rocha2019-08-10T21:26:57Z2019-08-10T21:26:57Z2011-03-28http://hdl.handle.net/1843/BUBD-929GNWEsta dissertação procurou identificar e descrever as atividades realizadas durante o tempo liberado da escola de crianças com nove e dez anos de idade que cursavam o 4º ano do ensino fundamental de uma escola pública e outra particular da cidade de Belo Horizonte, pretendendo estabelecer uma relação entre o que faziam e seu desenvolvimento. A fundamentação teórica e empírica teve como base a Psicologia Positiva, os Estudos do Lazer e trabalhos na área da infância e atividades extraclasse, em diálogo com a pesquisa de campo. A coleta de dados envolveu 20 crianças da escola pública e 21 da escola particular, que responderam a uma entrevista semi-estruturada individual. As respostas das crianças à entrevista foram gravadas e transcritas, e posteriormente analisadas qualitativa e quantitativamente, tendo como base a Análise de Conteúdo. Foram criadas categorias de respostas formadas por unidades temáticas semelhantes, com cálculo de frequências das respostas das crianças. Comparações foram buscadas com base em diferenças de gênero e de tipo de escola. As quatro atividades mais frequentes desenvolvidas no horário alternativo ao da escola foram: assistir televisão, fazer para casa, mexer no computador e jogar videogame, com predominância dos alunos da escola particular em todas as quatro. Tais atividades têm como característica o sedentarismo, que leva a uma diminuição das atividades motoras, podendo contribuir com a obesidade infantil, atraso do desenvolvimento motor, etc. Tem-se observado que, devido a algumas mudanças sociais como valorização territorial, intensificação do transporte urbano, violência, trabalho, etc., muitas vivências de lazer passaram a acontecer dentro das casas dos indivíduos, levando à redução de práticas feitas em grupo nos espaços públicos. De todos os participantes envolvidos em atividades extraclasse (aulas estruturadas desenvolvidas fora do período escolar), apenas três eram da escola pública. É possível pensar que a questão financeira seja uma das causas desta pequena adesão. Algumas crianças da escola particular chegam a participar de três ou quatro dessas atividades, mas a maioria está envolvida em pelo menos uma. Este resultado sugere uma intenção de prepará-las para o futuro. Responsabilidade com afazeres domésticos ou com o cuidado de pessoas da família foram atribuídas majoritariamente às meninas da escola pública, que passam boa parte de seu tempo liberado da escola envolvidas em tais tarefas. Muitas delas valorizam estas atividades por acreditarem se tratar de um aprendizado útil para quando se tornarem adultas. Notou-se uma pequena participação dos pais em atividades tipicamente infantis. As práticas realizadas com o grupo familiar nos finais de semana têm priorizado as necessidades parentais, sendo a criança apenas coadjuvante. Por fim, conclui-se que o lazer pode contribuir como um recurso para estreitar os laços familiares. Além disso, as atividades extraclasse podem estimular a vivência de práticas prazerosas realizadas em grupo por estimular o amadurecimento de habilidades facilitadoras do desenvolvimento pessoal, levando indivíduos (crianças) e grupos (famílias) à felicidade.This study attempted to identify and describe the time dedicated to after-school activities by nine and ten year-olds enrolled in 4th grade in one private and one public school located in Belo Horizonte, Brazil, and then conduct the analysis of these activities by trying to stablish a connection between them and these childrens development. Theoretical and empirical background were grounded in Positive Psychology, Leisure Studies, childhood and extracurricular activities, and discussed with focus on field research. Data was gathered from 20 children in one public school and 21 children in one private school, who engaged in individual, semi-structured interviews. Children´s answers were recorded, transcribed, and later analyzed through a qualitative and quantitative approach using Content Analysis. Response categories were created based on similar thematic units, and the frequency of answers was calculated for each category. Gender and school type comparisons were carried out. The four most frequent after-school activities were: watching television, doing homework, using the computer, and playing video-games, mostly reported by children from the private school. These four activities are associated with sedentariness which decreases motor activity and can contribute to child obesity, delay in the motor development and other negative outcomes. Social conditions such as land speculation, increase in urban traffic, presence of community-based violence and labor, may have determined the quality of many leisure experiences, moving them into peoples homes, reducing social exchange in public places. Only three children from the public school indicated structured after-school classes as an extracurricular activity. Financial hardship may account for this low frequency. Some children from the private school mentioned taking part in three or four after-school activities, but most of them participate in at least one. This engagement in after-school programming suggests a systematic intention to prepare students in private school for their academic/professional future. The results also demonstrated that the responsibility of performing domestic chores and of taking care of family members was mostly given to girls from the public school, who reported spending a considerable part of their day involved with these activities. Many girls value these tasks because they believe them to be useful for their adult lives. Poor parental participation in childrens activities was noted. Weekend family leisure experiences seem to prioritize parental needs, giving children a secondary role in the family. Finally, leisure may contribute as a resource for strengthening family relationships. Moreover, extracurricular activities can promote pleasant group leisure practices by helping to cultivate skills that facilitate personal development, leading individuals (children) and groups (families) to happiness.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLazerPsicologia positivaInfânciaAtividades extraclasseLazerPsicologia e lazer: um estudo sobre o tempo liberado da escola da infância contemporâneainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_michelle_rocha___vers_o_final.pdfapplication/pdf1235022https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-929GNW/1/dissertacao_michelle_rocha___vers_o_final.pdfedcbb4e8c2bacb16e24c5b0752d88301MD51TEXTdissertacao_michelle_rocha___vers_o_final.pdf.txtdissertacao_michelle_rocha___vers_o_final.pdf.txtExtracted texttext/plain274433https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-929GNW/2/dissertacao_michelle_rocha___vers_o_final.pdf.txt4323cbe35d3bdc6f64d399b8cd36e63bMD521843/BUBD-929GNW2020-01-30 16:04:43.809oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-929GNWRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-01-30T19:04:43Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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