Prevalência de alterações fonoaudiológicas em crianças de 4 a 6 anos de idade de escolas públicas da área de abrangência de um centro de saúde de Belo Horizonte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernanda Rodrigues Campos
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8M7FRQ
Resumo: Objetivos: Estudar a prevalência de alterações fonoaudiológicas da linguagem oral, motricidade orofacial e processamento auditivo em crianças de quatro a seis anos de idade das escolas públicas da área de abrangência do Centro de Saúde São Marcos; correlacioná-las com as variáveis: idade, sexo e escola; e investigar a presença de associação entre as diferentes alterações fonoaudiológicas estudadas. Métodos: Estudo descritivo do tipo transversal com amostra aleatória estratificada por escola e faixa etária. Realizou-se avaliação composta por três etapas: (1) Avaliação de Motricidade Orofacial por meio de um protocolo para a verificação dos aspectos miofuncionais do sistema estomatognático, adaptado do Roteiro para Avaliação Miofuncional (JUNQUEIRA, 2005); (2) Avaliação da linguagem oral, utilizando o teste de avaliação de linguagem ABFW Fonologia (WERTZNER, 2000); (3) Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo, constituída por: Teste de Memória Seqüencial para Sons Não-verbais, Teste de Memória Seqüencial para Sons Verbais, Teste de Localização Sonora (PEREIRA,1997; CORONA et al., 2005). Para as análises estatísticas utilizou-se o software Epi Info, versão 6.04. Foi considerado valor de 5% (p< 0,05) como limiar de significância estatística. Resultados: Foram analisados os resultados de 242 crianças. A idade das crianças variou entre 4,0 e 6,9 anos. A mediana das idades foi 5,7 anos. Cerca de 60% das crianças (n=147) apresentaram algum tipo de alteração fonoaudiológica investigada. As prevalências encontradas foram: linguagem oral, 36,0% (n=87); alterações de motricidade orofacial, 19,0% (n=46); inadequações do processamento auditivo, 39,0% (n=92), nesta população. Observou-se associação com significância estatística entre inadequação do processamento auditivo e faixa etária (p<0,001); alterações da linguagem oral e faixa etária (p=0,009); desvio fonológico e faixa etária (p<0,001). Verificou-se maior número de crianças com uma destas alterações na faixa etária de quatro a cinco anos, o que, pressupostamente, indica a presença de mais alterações em crianças mais novas. Observou-se também associação com significância estatística entre presença de desvio fonético e alterações de motricidade orofacial (p<0,001) e entre presença de desvio fonológico e alterações do processamento auditivo (p<0,001). Outro achado interessante deste estudo foi o elevado número de crianças sem alteração da linguagem oral que apresentou algum processo fonológico produtivo considerado normal para a idade de acordo com a análise do teste (80,0%), com predominância dos processos de simplificação de consoante final e simplificação de encontro consonantal, o que poderia indicar uma variação lingüística do português brasileiro na fala mineira. Conclusão: A alta prevalência verificada aponta para a necessidade de elaboração de ações em atenção primária à saúde, de maneira a prevenir o aparecimento destas alterações, melhorar o acesso à intervenção e possibilitar a prevenção de problemas escolares mais graves. Outros aspectos importantes observados foram as relações entre inadequações do processamento auditivo e alterações de motricidade orofacial com os desvios da linguagem oral. A metodologia utilizada não permite o estabelecimento de relação causal ou temporal entre estas variáveis. Os resultados deste estudo mostram que as alterações fonoaudiológicas estão presentes na população desde muito cedo. O acúmulo de alterações da linguagem oral na faixa etária de quatro a cinco anos sugere que esta seja uma boa fase para identificação e prevenção destes desvios. Quando são feitos os encaminhamentos adequados, em tempo oportuno para a superação destas dificuldades, o trabalho com crianças com problemas fonoaudiológicos pode ocorrer da maneira mais eficaz possível, antes do seu agravamento e/ou comprometimento da vida escolar das crianças e sua relação com familiares e amigos (ZORZI, 2005). Sugere-se a realização de novos estudos de prevalência, estudos de follow-up e de fatores associados tanto nesta quanto em outras áreas de Belo Horizonte, para a comparação dos resultados e melhor conhecimento sobre estas alterações em pré-escolares.
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Realizou-se avaliação composta por três etapas: (1) Avaliação de Motricidade Orofacial por meio de um protocolo para a verificação dos aspectos miofuncionais do sistema estomatognático, adaptado do Roteiro para Avaliação Miofuncional (JUNQUEIRA, 2005); (2) Avaliação da linguagem oral, utilizando o teste de avaliação de linguagem ABFW Fonologia (WERTZNER, 2000); (3) Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo, constituída por: Teste de Memória Seqüencial para Sons Não-verbais, Teste de Memória Seqüencial para Sons Verbais, Teste de Localização Sonora (PEREIRA,1997; CORONA et al., 2005). Para as análises estatísticas utilizou-se o software Epi Info, versão 6.04. Foi considerado valor de 5% (p< 0,05) como limiar de significância estatística. Resultados: Foram analisados os resultados de 242 crianças. A idade das crianças variou entre 4,0 e 6,9 anos. A mediana das idades foi 5,7 anos. Cerca de 60% das crianças (n=147) apresentaram algum tipo de alteração fonoaudiológica investigada. 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Outro achado interessante deste estudo foi o elevado número de crianças sem alteração da linguagem oral que apresentou algum processo fonológico produtivo considerado normal para a idade de acordo com a análise do teste (80,0%), com predominância dos processos de simplificação de consoante final e simplificação de encontro consonantal, o que poderia indicar uma variação lingüística do português brasileiro na fala mineira. Conclusão: A alta prevalência verificada aponta para a necessidade de elaboração de ações em atenção primária à saúde, de maneira a prevenir o aparecimento destas alterações, melhorar o acesso à intervenção e possibilitar a prevenção de problemas escolares mais graves. Outros aspectos importantes observados foram as relações entre inadequações do processamento auditivo e alterações de motricidade orofacial com os desvios da linguagem oral. A metodologia utilizada não permite o estabelecimento de relação causal ou temporal entre estas variáveis. Os resultados deste estudo mostram que as alterações fonoaudiológicas estão presentes na população desde muito cedo. O acúmulo de alterações da linguagem oral na faixa etária de quatro a cinco anos sugere que esta seja uma boa fase para identificação e prevenção destes desvios. Quando são feitos os encaminhamentos adequados, em tempo oportuno para a superação destas dificuldades, o trabalho com crianças com problemas fonoaudiológicos pode ocorrer da maneira mais eficaz possível, antes do seu agravamento e/ou comprometimento da vida escolar das crianças e sua relação com familiares e amigos (ZORZI, 2005). Sugere-se a realização de novos estudos de prevalência, estudos de follow-up e de fatores associados tanto nesta quanto em outras áreas de Belo Horizonte, para a comparação dos resultados e melhor conhecimento sobre estas alterações em pré-escolares.Objectives: To study the prevalence of speech-language disorders of oral language, Orofacial and auditory processing in children from four to six years old in public schools in the area covered by the Health Center São Marcos; to correlate them to the variables age, sex and school; and to investigate the association between the presence of the different speech-language disorders studied. Methods: This is a descriptive cross-sectional study with random sample stratified by school and age. The evaluation consisted of three steps: (1) Assessment of Orofacial myology using a protocol for the verification of the myofunctional aspects of stomatognathic system, adapted from the Roadmap for Myofunctional Evaluation (JUNQUEIRA, 2005), (2) Assessment of oral language using the language assessment test ABFW - Phonology (WERTZNER, 2000), (3) Simplified Assessment of auditory processing, comprising: Sequential Memory for Verbal Sounds test, Sequential Memory for Non-verbal Sounds test, Test for the Location of Sound (PEREIRA, 1997; CORONA et al., 2005). For statistical analysis we used Epi Info version 6.04. Was established 5% (p <0.05) as threshold for statistical significance. Results: We analyzed the results of 242 children. The children ranged between 4.0 and 6.9 years. The median age was 5.7 years. About 60% of the children (n = 147) had some type of disorder investigated. Prevalence rates were: oral language disorders, 36.0% (n = 87); Orofacial disorders, 19.0% (n = 46); auditory processing disorders, 39.0% (n = 92), in this population. Association with statistical significance was observed between the presence of auditory processing disorders and age (p <0.001), presence of oral language disorders and age (p = 0.009), presence of phonological disorders and age (p <0.001). A higher number of children with one of these changes was found in the age of four to five years, which supposedly indicates the presence of more disorders in young children. We also observed association with statistical significance between the presence of phonetic disorders and Orofacial disorders (p <0.001) and between the presence of phonological disorders and auditory processing disorders (p <0.001). Another interesting finding of this study was the high number of children without oral language impairments that had some productive phonological process considered normal for their age according to the analysis of the test (80.0%), predominantly the processes of simplification of final consonant and consonant cluster simplification, which could indicate a linguistic variation of Brazilian Portuguese spoken in Minas Gerais. Conclusion: The high prevalence found in this study shows the need to formulate actions in primary health care in order to prevent the emergence of these disorders, improve access to intervention and make the prevention of more severe learning problems possible. Other important aspects observed were the associations between auditory processing disorders and Orofacial disorders with oral language impairments. The methodology does not allow the establishment of causal or temporal relationship between these variables. The results of this study show that the speech-language disorders are very present in the population from early on. The high number of oral language impairments in the population aged from four to five years suggests that this is a good stage for the identification and prevention of these disorders. When the adequate referral is made, in time to overcome these difficulties, intervention with children with speech-language problems may occur as effectively as possible, before the aggravation and / or involvement of the school life of children and their relationship with family and friends (ZORZI, 2005). Our suggestion is that new studies of prevalence, follow-up and associated factors are done in both this and other areas of Belo Horizonte, for comparison of results and better knowledge about these disorders in preschoolers.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFonoaudiologiaEstudos descritivosDistúrbios da fala/epidemiologiaSaúde da criançaSistema estomatognáticoTranstornos da percepção auditivaCriançaFonoaudiologiaSaúde da CriançaDesenvolvimento InfantilAtenção Primária à SaúdeTranstornos da Percepção AuditivaAnormalidades do Sistema EstomatognáticoDistúrbios da FalaPrevalência de alterações fonoaudiológicas em crianças de 4 a 6 anos de idade de escolas públicas da área de abrangência de um centro de saúde de Belo Horizonteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALfernanda_rodrigues_campos__mestrado____preval_ncia_de_altera.pdfapplication/pdf1684731https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8M7FRQ/1/fernanda_rodrigues_campos__mestrado____preval_ncia_de_altera.pdf1038e6f2efdf6bc92f706e059e09532eMD51TEXTfernanda_rodrigues_campos__mestrado____preval_ncia_de_altera.pdf.txtfernanda_rodrigues_campos__mestrado____preval_ncia_de_altera.pdf.txtExtracted texttext/plain214834https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8M7FRQ/2/fernanda_rodrigues_campos__mestrado____preval_ncia_de_altera.pdf.txtcdbe9e8009dbc3f512052784b6f2e047MD521843/BUOS-8M7FRQ2019-11-14 22:26:01.151oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8M7FRQRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T01:26:01Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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