Energia da água: comunidades rurais e sistemas de abastecimento na Chapada das Veredas, Alto Jequitinhonha

• Autor(a) principal: Erick José de Paula Simão
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/48788
• topic: Agricultura Familiar; Eucalipto; Políticas Públicas; Água; Alto Jequitinhonha; Minas Gerais; Agricultura Familiar; Eucalipto; Políticas Públicas; Água; Alto Jequitinhonha (MG)

A escassez de água tem se tornado uma questão central para as sociedades desde meados do século XX. Os problemas advindos da falta do recurso recaem principalmente sobre populações rurais. Famílias de agricultores percebem a água como um bem comum, uma dádiva de múltiplos usos. Para essas famílias a água está ligada a manutenção da vida, produção de alimentos, dessedentar animais e gerar renda. No Alto Jequitinhonha mineiro, projetos desenvolvimentistas apoiados pelo governo militar em meados da década de 1970 culminaram na implantação de monocultivos de eucalipto nas chapadas. Este processo trouxe danos ambientais e socioeconômicos que recaíram sobre as famílias lavradoras. Comunidades de agricultores foram expropriadas de acesso à terra comum, aos recursos naturais e, principalmente, de acesso aos mananciais. O objetivo central deste estudo foi investigar as demandas por energia para provimento de água em comunidades e estabelecimentos rurais da agricultura familiar atingidos pela monocultura de eucalipto. A pesquisa foi realizada em seis comunidades rurais do entorno da chapada das Veredas, que tiveram suas fontes de água afetadas pela monocultura de eucalipto. Guiados por agricultores especialistas, os pesquisadores visitaram as localidades para reconhecimento do campo; membros das comunidades construíram croquis cartográficos que remetiam a organização espacial e os agroambientes; foram efetuadas entrevistas com 57 famílias das seis comunidades, com agricultores especialistas comunitários, com a secretária de agricultura de Turmalina e empresas prestadoras de serviço de energia e abastecimento de água. Notou- se que, as comunidades buscaram mitigar a situação de escassez se reorganizando espacialmente, demandando políticas públicas e formas de abastecimento socialmente construídas. Articularam assim sistemas abastecimento, mas precisam lidar com o desafio de novas relações de dependência para ter acesso à água: da energia, da política pública, de recursos monetários e da mediação política.