Topofilia, Turismo e a Releitura do Lugar: uma abordagem sociocultural do patrimônio histórico, arquitetônico e urbanístico de Diamantina/MG

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rahyan de Carvalho Alves
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9LWLSB
Resumo: As paisagens remetem à essência da existência e vivência espacial de uma comunidade, sendo percebidas com intensidade e nitidez no(s) patrimônio(s) histórico(s) formadores dos alicerces culturais e sociopolíticos vivos. Nesse contexto representativo de elos culturais, muitos municípios no Brasil, como Diamantina/MG, apresentam-se como centros detentores de materiais-elementos tombados, vinculados aos conjuntos patrimoniais arquitetônicos (urbanos ou rurais), apresentando ambiente propício aos laços de topofilia, importantes para a perpetuação da vida coletiva e da estabilidade psicossocial do sujeito. Contemporaneamente muitos elementos tombados são considerados produtos mercantilizados, uma vez que o poder público municipal e os agentes capitalistas os veem como potencial de lucratividade, principalmente através da atuação do turismo cultural que pode interferir, com sua dinâmica, nos sentidos de uma vida expressa nas paisagens e nas manifestações culturais, mas por outro lado esta atividade pode, também, oportunizar experiências sociais e econômicas positivas no lugar. Desta forma este trabalho tem como objetivo compreender quais os impactos positivos e negativos que a atividade do turismo cultural gera, através da exposição do patrimônio histórico arquitetônico e urbanístico de Diamantina/MG, afetando os moradores, interferindo e eventualmente criando conflitos com seus laços de afetividade e pertencimento ao lugar. Utilizou-se como metodologia: pesquisas bibliográficas, etnometodologias com suporte em registros iconográficos, além da organização e sistematização dos dados para a elaboração de mapas e gráficos. Percebeu-se, no desenvolver deste trabalho, que para o diamantinense o significado da representação das paisagens proporciona uma relação de pertencimento, afetividade e resgate memorial que fortalece os inter-relacionamentos do morador para com o seu lugar e com o próximo. Logo a interferência do turista representa, ali, a busca da experenciação através dos contatos sociais, provocando nuances de tensões sociais, mas, também, possibilitando uma similaridade entre os turistas com os moradores locais, uma vez que esta atividade é exercida, e percebida, para além do objetivo da sobrevivência de um mercado que se desenvolve através do consumo do turista neste recorte territorial, conseguindo, aliás, o outsider agregar conhecimento sobre aspectos histórico-geográficos do lugar, reconhecendo a importância do morador local e possibilitando a criação de laços de amizades. A interferência da dinâmica do turismo cultural em Diamantina/MG, então, não consegue materializar no morador uma sentido que remete à topofobia; além disso o poder público municipal percebe a importância do patrimônio para projetar o turismo na cidade, conseguindo promover uma dinâmica econômica e, de certa forma, proporcionando entroncamentos socioculturais entre o outsider e o insider.
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Contemporaneamente muitos elementos tombados são considerados produtos mercantilizados, uma vez que o poder público municipal e os agentes capitalistas os veem como potencial de lucratividade, principalmente através da atuação do turismo cultural que pode interferir, com sua dinâmica, nos sentidos de uma vida expressa nas paisagens e nas manifestações culturais, mas por outro lado esta atividade pode, também, oportunizar experiências sociais e econômicas positivas no lugar. Desta forma este trabalho tem como objetivo compreender quais os impactos positivos e negativos que a atividade do turismo cultural gera, através da exposição do patrimônio histórico arquitetônico e urbanístico de Diamantina/MG, afetando os moradores, interferindo e eventualmente criando conflitos com seus laços de afetividade e pertencimento ao lugar. Utilizou-se como metodologia: pesquisas bibliográficas, etnometodologias com suporte em registros iconográficos, além da organização e sistematização dos dados para a elaboração de mapas e gráficos. Percebeu-se, no desenvolver deste trabalho, que para o diamantinense o significado da representação das paisagens proporciona uma relação de pertencimento, afetividade e resgate memorial que fortalece os inter-relacionamentos do morador para com o seu lugar e com o próximo. Logo a interferência do turista representa, ali, a busca da experenciação através dos contatos sociais, provocando nuances de tensões sociais, mas, também, possibilitando uma similaridade entre os turistas com os moradores locais, uma vez que esta atividade é exercida, e percebida, para além do objetivo da sobrevivência de um mercado que se desenvolve através do consumo do turista neste recorte territorial, conseguindo, aliás, o outsider agregar conhecimento sobre aspectos histórico-geográficos do lugar, reconhecendo a importância do morador local e possibilitando a criação de laços de amizades. A interferência da dinâmica do turismo cultural em Diamantina/MG, então, não consegue materializar no morador uma sentido que remete à topofobia; além disso o poder público municipal percebe a importância do patrimônio para projetar o turismo na cidade, conseguindo promover uma dinâmica econômica e, de certa forma, proporcionando entroncamentos socioculturais entre o outsider e o insider.Landscapes allude to the existence and experience essence of a community space, being perceived with intensity and clearness in historical heritages, creators of live cultural and socio-political foundations. In this representative context of cultural links, many municipalities in Brazil, like Diamantina, Minas Gerais, present themselves as centers of material-holders elements under government trust, linked to architectural heritage sets (urban or rural), showing environments which lead to topophilia ties, important in perpetuating the collective life and psychosocial stability of the subject. Contemporaneously many elements under government trust are considered co-modified products, since the municipal public power and capitalist agents see them as potential for profitability. The performance of cultural tourism can interfere with its dynamic, in the sense of a life expressed in landscapes and cultural manifestations. This work aims to understand the positive and negative impacts that the activity of cultural tourism generates, through exposure of the architectural and urban heritage of Diamantina, Minas Gerais, affecting residents, interfering and eventually creating conflicts with their bonds of affection and sense of belonging to the place. As methodology it was used: bibliographical research, etnomethodologies supported in iconographic records, in addition to the Organization and systematization of data for preparing maps and graphs. While developing this work it could be noticed that for the diamantinense the representation of landscapes meaning offers a relationship of belonging, affectivity and memory deliverance that strengthens the relationships between resident and his place and his close ones. Soon the interference of tourist represents, there, the pursuit of experience through social contacts, provoking nuances of social tensions, but also enabling a similarity among tourists with local residents, since this activity is exerted, and perceived, beyond the goal of a market survival which develops through the consumption of tourists in this territorial clipping, achieving the outsider aggregate knowledge about historical aspects of this geographical place, acknowledging the importance of local residents and enabling the creation of friendship bonds. The interference of the cultural tourism dynamics in Diamantina, Minas Gerais, can't materialize in the resident a sense that refers to topophobia; besides the municipal public power realizes the importance of heritage to design the tourism in the city, managing to promote economic dynamics and, to some extent, providing socio-cultural junctions between the outsider and insider.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPatrimônio histórico  Diamantina (MG) Turismo  Aspectos sociológicos Turismo cultural PaisagemHomemTurismoLugarTopofiliaTopofilia, Turismo e a Releitura do Lugar: uma abordagem sociocultural do patrimônio histórico, arquitetônico e urbanístico de Diamantina/MGinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_rahyan_de_carvalho_alves.pdfapplication/pdf9403623https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9LWLSB/1/disserta__o_rahyan_de_carvalho_alves.pdf84e77330e1510e563db56dedd9c0b06eMD51TEXTdisserta__o_rahyan_de_carvalho_alves.pdf.txtdisserta__o_rahyan_de_carvalho_alves.pdf.txtExtracted texttext/plain791074https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9LWLSB/2/disserta__o_rahyan_de_carvalho_alves.pdf.txt8e6f79654d0f990ca6c3132d7d7aeaffMD521843/IGCC-9LWLSB2019-11-14 22:59:32.319oai:repositorio.ufmg.br:1843/IGCC-9LWLSBRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T01:59:32Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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