O uso de Você, Ocê e Cê em Belo Horizonte: um estudo em tempo aparente e em tempo real

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Edenize Ponzo Peres
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/LHAM-6N6HVT
Resumo: Esta pesquisa procura investigar o uso das formas você, ocê e cê em Belo Horizonte, em duas épocas distintas: 1982 e 2002. Para tanto, foram analisados dados de fala, obtidos através de entrevista sociolingüística, coletados nas duas épocas, levando-se em conta seis fatores lingüísticos função sintática das formas nas frases; contigüidade em relação ao verbo; comportamento nas construções de tópico; expressão da referência; tipo de frase em que aparecem e foco e três fatores extralingüísticos idade (três e cinco faixas etárias, respectivamente, nos corpora de 1982 e de 2002), gênero e classe social (média e baixa) dos informantes. Assim, o objetivo central desta tese é fazer-se um estudo sincrônico e diacrônico das três formas, descrevendo seu comportamento tanto no nível gramatical quanto no nível social, de acordo com a Teoria da Variação. Dos nove fatores internos e externos analisados, nem todos se mostraram significativos nas duas amostras, como a contigüidade, o tipo de frase e o tópico, enquanto que os fatores função sintática e idade mostraram-se significativos em ambos os corpora. Quanto aos demais fatores, mostraram-se significativos em apenas um corpus. Os principais resultados encontrados indicam que está havendo mudança em progresso com relação à forma cê e também uma especialização das formas com respeito à expressão da referência, sendo você preferencialmente usado nas referências indefinidas e cê, nas referências definidas. Por outro lado, os contextos marcados, como as funções de objeto de verbo e de preposição e o foco, apresentam restrições ao uso de cê, embora não impeçam sua ocorrência, o que pode representar um lento início de mudança em curso.
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