Transformando normas e Padrões: as práticas informacionais de pessoas trans na “reinvenção do corpo”
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/35102 https://orcid.org/0000-0003-0050-3700 |
Resumo: | Trata-se de um estudo qualitativo que explora as práticas informacionais de pessoas transexuais em seus processos de transição de gênero. As inquietações que nos moveram foram: quais foram as demandas de informação de homens e mulheres transexuais quando perceberam os conflitos com o gênero designado no nascimento? Como as pessoas transexuais se apropriaram de informações para construírem concepções de si? Como acontece o compartilhamento de informações entre pessoas transexuais para a reinvenção do corpo? O objetivo geral foi identificar as demandas de informação de pessoas transexuais na construção de suas identidades, a partir de seus relatos de vida, identificando as contradições e as barreiras enfrentadas por elas nesses processos. Para a coleta de dados, realizamos entrevistas aprofundadas com nove colaboradoras/es, a partir de um roteiro semiestruturado. A análise dos dados foi feita a partir das concepções teórico-metodológicas da hermenêutica dialética para interpretarmos os relatos e retirarmos os temas e categorias que foram discutidos com a interlocução entre as concepções da abordagem social da Ciência da Informação, as teorias gênero e a teoria praxiológica de Pierre Bourdieu. Considerando as concepções generificadas que conformam o habitus dos indivíduos em nossa sociedade, produzindo corpos-homens e corpos-mulheres para a manutenção da heteronormatividade (BENTO, 2006), os indivíduos se posicionam no campo de gênero com seus respectivos capitais cultural e simbólico, numa disputa em torno das normas de gênero. As pessoas transexuais ocupam uma posição de heterodoxia, demandando informações para a resolução de seus conflitos com o gênero designado no nascimento e em busca da passabilidade de gênero que lhes garanta aceitação social. Ao mesmo tempo, produzem novos conhecimentos em suas práticas cotidianas, ao vivenciarem seus desejos, construindo novas concepções de si. Esses conhecimentos são utilizados na vida cotidiana e na organização política desse segmento para a reivindicação de direitos civis. As pessoas vivenciam contradições, enfrentam barreiras na busca de informações, que são consequências do sistema normativo que marginaliza as experiências que fogem às regras constituídas historicamente e estabelecidas como eternas e imutáveis. Nesse processo, a internet ampliou as possibilidades de interação entre essas pessoas, garantindo a elas o anonimato ou a oportunidade de se mostrarem e relatarem suas experiências de transição, constituindo em fontes de informação sobre o complexo fenômeno da transexualidade. |
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Considerando as concepções generificadas que conformam o habitus dos indivíduos em nossa sociedade, produzindo corpos-homens e corpos-mulheres para a manutenção da heteronormatividade (BENTO, 2006), os indivíduos se posicionam no campo de gênero com seus respectivos capitais cultural e simbólico, numa disputa em torno das normas de gênero. As pessoas transexuais ocupam uma posição de heterodoxia, demandando informações para a resolução de seus conflitos com o gênero designado no nascimento e em busca da passabilidade de gênero que lhes garanta aceitação social. Ao mesmo tempo, produzem novos conhecimentos em suas práticas cotidianas, ao vivenciarem seus desejos, construindo novas concepções de si. Esses conhecimentos são utilizados na vida cotidiana e na organização política desse segmento para a reivindicação de direitos civis. As pessoas vivenciam contradições, enfrentam barreiras na busca de informações, que são consequências do sistema normativo que marginaliza as experiências que fogem às regras constituídas historicamente e estabelecidas como eternas e imutáveis. Nesse processo, a internet ampliou as possibilidades de interação entre essas pessoas, garantindo a elas o anonimato ou a oportunidade de se mostrarem e relatarem suas experiências de transição, constituindo em fontes de informação sobre o complexo fenômeno da transexualidade.This is a qualitative study that explores the information practices of transsexual people in their gender transition processes. The concerns that motivated us were: what were the informations requested from transsexual men and women when they realized the conflicts with the gender designated at birth? How did transsexual people appropriate information to create conceptions of themselves? How does information sharing between transsexual people happen to reinvent the body? The general objective was to identify the demands for information from transsexual people in the construction of their identities, from their life reports, identifying the contradictions and barriers faced by them in these processes. For data collection, we conducted in-depth interviews with nine collaborators, based on a semi-structured script. An analysis of the data was made from the theoretical-methodological conceptions of dialectical hermeneutics to interpret the reports and remove the themes and categories that were discussed with an interlocution between the concepts of the social approach of Information Science, the gender theories and the Pierre Bourdieu's praxiological theory. Considering the generified conceptions that conform the inhabit of the individuals of our society, producing male-bodies and female-bodies to maintain heteronormativity (BENTO, 2006), the individuals position themselves in the gender field with their respective cultural and symbolic capitals, in a dispute around gender norms. As transsexual people occupy a position of heterodoxy, demanding information to solve their conflicts with the gender indicated at birth and in search of the gender passability that guarantee their social acceptance. At the same time, they produce new knowledge in your daily practices, when experiencing their desires, constructing new conceptions of themselves. This knowledge is used in everyday life and in the political organization of this segment for civil rights. The people experience contradictions, they face barriers in the search for information, which are consequences of normative system that marginalizes the experiences that escape the historically constituted rules and established as eternal and immutable. In this process, the internet expanded the possibilities for interaction between these people, allowing them to be anonymous or the opportunity to show themselves and relate their transition experiences, constituting sources of information about the complex phenomenon of transsexuality.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Ciência da InformaçãoUFMGBrasilECI - ESCOLA DE CIENCIA DA INFORMAÇÃOCiência da informaçãoMinorias sexuaisTransexualidade - Fontes de informaçãoIdentidade de gêneropráticas informacionaistransexualidadetransexualtransgêneroTransformando normas e Padrões: as práticas informacionais de pessoas trans na “reinvenção do corpo”info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALFLÁVIAVMPINTO_TESEPRATICASINFORMACIONAIS.pdfFLÁVIAVMPINTO_TESEPRATICASINFORMACIONAIS.pdfapplication/pdf3726362https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35102/1/FL%c3%81VIAVMPINTO_TESEPRATICASINFORMACIONAIS.pdfa2d6a998de4a5896b27bebc4cb863b64MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35102/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD521843/351022021-03-02 12:28:01.624oai:repositorio.ufmg.br:1843/35102TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-03-02T15:28:01Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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