Estudo comparativo em diferentes condutas de manejo do dispositivo de Derivação Ventriculoperitoneal Infectada e seus fatores de sucesso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lucas Rodrigues de Souza
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/50763
Resumo: Introdução: O tratamento mais usado para a hidrocefalia é o implante da derivação ventriculoperitoneal (DVP). Entretanto, este procedimento apresenta taxa de infecção entre 0,33 e 30%, cuja conduta é bastante desafiadora. A estratégia recomendada mais frequentemente consiste na sua retirada, seguida do implante de derivação ventricular externa (DVE) e antibioticoterapia venosa (ATB). Outras opções são a exteriorização do cateter distal da DVP ou o seu manejo conservador, ambos com troca por novo sistema ao final do tratamento com ATB adequada. Métodos: Coorte histórica com 86 pacientes com sistema de DVP infectado tratados no período de 2007 a 2021. Todos os doentes receberam ATB e inserção de nova DVP contralateral após a melhora do padrão infeccioso (citometria < 50 cél/mm3 e cultura negativa). Contudo, quanto ao manejo do sistema de derivação, eles foram divididos em grupos e comparados posteriormente: 1) manutenção do sistema; 2) exteriorização do cateter distal; e 3) substituição do sistema por uma DVE. Aqueles com mudança de conduta durante a internação ou reinfecção em até seis meses foram considerados como falha. Resultados: Os grupos foram homogêneos e comparáveis entre si em relação a sexo, idade, microorganismo isolado à admissão e tempo total do uso de antibióticos. Os germes com maior prevalência foram Staphylococcus epidermidis (24,4%) e S. aureus (10,5%). A maioria dos germes isolados foi multirresistente (51,8%) e a vancomicina foi administrada em 83,7% dos casos. A média da citometria à admissão dos casos com falha terapêutica foi mais alta (1036 cél/mm3; p<0,05). Houve insucesso em 25% no grupo 1 (10/40), 53,9% no grupo 2 (7/13) e 24,2% no grupo 3 (8/33), porém sem diferença significativa comparando-se as condutas (p=0,117). A cultura do cateter do reimplante, a idade, o tempo total de antibioticoterapia ou o valor da citometria no reimplante não foram preditores de falha. Conclusão: Os três tipos de conduta no manejo do sistema de DVP infectado apresentaram taxas de sucesso equivalentes. Assim, sugere-se que uma conduta mais conservadora, sem o implante da DVE, por ser de menor custo, pode ser tentada inicialmente quando diante um quadro de infecção da prótese.
id UFMG_21fe9e41995a979db47c4200aa96ce6c
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/50763
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Alexandre Varella Giannettihttp://lattes.cnpq.br/3379815943910747Patricia Alessandra DastoliWanessa Trindade Clementehttp://lattes.cnpq.br/0803111138811129Lucas Rodrigues de Souza2023-03-09T15:22:36Z2023-03-09T15:22:36Z2022-11-04http://hdl.handle.net/1843/507630000-0002-0530-2564Introdução: O tratamento mais usado para a hidrocefalia é o implante da derivação ventriculoperitoneal (DVP). Entretanto, este procedimento apresenta taxa de infecção entre 0,33 e 30%, cuja conduta é bastante desafiadora. A estratégia recomendada mais frequentemente consiste na sua retirada, seguida do implante de derivação ventricular externa (DVE) e antibioticoterapia venosa (ATB). Outras opções são a exteriorização do cateter distal da DVP ou o seu manejo conservador, ambos com troca por novo sistema ao final do tratamento com ATB adequada. Métodos: Coorte histórica com 86 pacientes com sistema de DVP infectado tratados no período de 2007 a 2021. Todos os doentes receberam ATB e inserção de nova DVP contralateral após a melhora do padrão infeccioso (citometria < 50 cél/mm3 e cultura negativa). Contudo, quanto ao manejo do sistema de derivação, eles foram divididos em grupos e comparados posteriormente: 1) manutenção do sistema; 2) exteriorização do cateter distal; e 3) substituição do sistema por uma DVE. Aqueles com mudança de conduta durante a internação ou reinfecção em até seis meses foram considerados como falha. Resultados: Os grupos foram homogêneos e comparáveis entre si em relação a sexo, idade, microorganismo isolado à admissão e tempo total do uso de antibióticos. Os germes com maior prevalência foram Staphylococcus epidermidis (24,4%) e S. aureus (10,5%). A maioria dos germes isolados foi multirresistente (51,8%) e a vancomicina foi administrada em 83,7% dos casos. A média da citometria à admissão dos casos com falha terapêutica foi mais alta (1036 cél/mm3; p<0,05). Houve insucesso em 25% no grupo 1 (10/40), 53,9% no grupo 2 (7/13) e 24,2% no grupo 3 (8/33), porém sem diferença significativa comparando-se as condutas (p=0,117). A cultura do cateter do reimplante, a idade, o tempo total de antibioticoterapia ou o valor da citometria no reimplante não foram preditores de falha. Conclusão: Os três tipos de conduta no manejo do sistema de DVP infectado apresentaram taxas de sucesso equivalentes. Assim, sugere-se que uma conduta mais conservadora, sem o implante da DVE, por ser de menor custo, pode ser tentada inicialmente quando diante um quadro de infecção da prótese.Background: The ventriculoperitoneal shunt (VPS) is the most common treatment for hydrocephalus. However, this procedure presents an infection rate between 0.33 and 30%, whose management is quite challenging. The most frequently recommended strategy is its removal, followed by external ventricular drain (EVD) with systemic antibiotic therapy. Other options are partial shunt hardware removal (externalization) or systemic antibiotic alone, both replacing a new VPS system after the proper treatment. Methods: 86 patients’ historical cohort with the infected system operated in an academic Brazilian hospital from 2007 to 2021. All patients received a systemic antibiotic, and a new contralateral VPS was placed if the cytometry was less than 50 cells/mm3 with a negative cerebrospinal fluid (CSF) culture. They were divided into groups and compared: 1) system maintenance; 2) externalization of the distal catheter; or 3) EVD. Failure was considered as reinfection within six months or a conduct change. Results and discussion: All groups were homogeneous and comparable concerning sex, microorganism isolated at admission, age, and total antibiotic time. Fever was the most prevalent sign (76.7%), while 29% had local infection signs. Staphylococcus epidermidis (24,4%) and S. aureus (10,5%) accounted for most organisms cultured, similar to the literature. Most of them were multidrug-resistant (51,8%), with vancomycin used in 83.7% of all cases. Patients with failure had a higher admission cytometry count (mean 1,036 cells/mm3; p-value < 0,05). There was a failure in 25% of group 1 (10/40), 53,9% in group 2 (7/13), and 24,2% in group 3 (8/33), but no difference between groups about the failure was found (p=0,117). Reimplantation catheter culture, age, total antibiotic therapy time, or reimplantation cytometry value was also not predictors of failure. Conclusion: The management of VPS infection in all groups had a similar success rate. Hence, conservative conduct, without an EVD implant, can be tried in advance, considering the costs.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Cirurgia e à OftalmologiaUFMGBrasilMED - DEPARTAMENTO DE CIRURGIAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessDerivação VentriculoperitonealHidrocefaliaVentriculite CerebralInfecções Relacionadas à PróteseDerivação ventriculoperitonealHidrocefaliaVentriculiteInfecções Relacionadas à PróteseEstudo comparativo em diferentes condutas de manejo do dispositivo de Derivação Ventriculoperitoneal Infectada e seus fatores de sucessoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDISSERTACAO MESTRADO LUCAS marco 2023.pdfDISSERTACAO MESTRADO LUCAS marco 2023.pdfapplication/pdf12787040https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50763/4/DISSERTACAO%20MESTRADO%20LUCAS%20marco%202023.pdf1a7c890c9daef12d6ad1d8eabd3c80fdMD54CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8805https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50763/2/license_rdf00e5e6a57d5512d202d12cb48704dfd6MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50763/5/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD551843/507632023-03-09 12:22:36.71oai:repositorio.ufmg.br:1843/50763TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-03-09T15:22:36Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Estudo comparativo em diferentes condutas de manejo do dispositivo de Derivação Ventriculoperitoneal Infectada e seus fatores de sucesso
title Estudo comparativo em diferentes condutas de manejo do dispositivo de Derivação Ventriculoperitoneal Infectada e seus fatores de sucesso
spellingShingle Estudo comparativo em diferentes condutas de manejo do dispositivo de Derivação Ventriculoperitoneal Infectada e seus fatores de sucesso
Lucas Rodrigues de Souza
Derivação ventriculoperitoneal
Hidrocefalia
Ventriculite
Infecções Relacionadas à Prótese
Derivação Ventriculoperitoneal
Hidrocefalia
Ventriculite Cerebral
Infecções Relacionadas à Prótese
title_short Estudo comparativo em diferentes condutas de manejo do dispositivo de Derivação Ventriculoperitoneal Infectada e seus fatores de sucesso
title_full Estudo comparativo em diferentes condutas de manejo do dispositivo de Derivação Ventriculoperitoneal Infectada e seus fatores de sucesso
title_fullStr Estudo comparativo em diferentes condutas de manejo do dispositivo de Derivação Ventriculoperitoneal Infectada e seus fatores de sucesso
title_full_unstemmed Estudo comparativo em diferentes condutas de manejo do dispositivo de Derivação Ventriculoperitoneal Infectada e seus fatores de sucesso
title_sort Estudo comparativo em diferentes condutas de manejo do dispositivo de Derivação Ventriculoperitoneal Infectada e seus fatores de sucesso
author Lucas Rodrigues de Souza
author_facet Lucas Rodrigues de Souza
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Alexandre Varella Giannetti
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/3379815943910747
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Patricia Alessandra Dastoli
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Wanessa Trindade Clemente
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0803111138811129
dc.contributor.author.fl_str_mv Lucas Rodrigues de Souza
contributor_str_mv Alexandre Varella Giannetti
Patricia Alessandra Dastoli
Wanessa Trindade Clemente
dc.subject.por.fl_str_mv Derivação ventriculoperitoneal
Hidrocefalia
Ventriculite
Infecções Relacionadas à Prótese
topic Derivação ventriculoperitoneal
Hidrocefalia
Ventriculite
Infecções Relacionadas à Prótese
Derivação Ventriculoperitoneal
Hidrocefalia
Ventriculite Cerebral
Infecções Relacionadas à Prótese
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Derivação Ventriculoperitoneal
Hidrocefalia
Ventriculite Cerebral
Infecções Relacionadas à Prótese
description Introdução: O tratamento mais usado para a hidrocefalia é o implante da derivação ventriculoperitoneal (DVP). Entretanto, este procedimento apresenta taxa de infecção entre 0,33 e 30%, cuja conduta é bastante desafiadora. A estratégia recomendada mais frequentemente consiste na sua retirada, seguida do implante de derivação ventricular externa (DVE) e antibioticoterapia venosa (ATB). Outras opções são a exteriorização do cateter distal da DVP ou o seu manejo conservador, ambos com troca por novo sistema ao final do tratamento com ATB adequada. Métodos: Coorte histórica com 86 pacientes com sistema de DVP infectado tratados no período de 2007 a 2021. Todos os doentes receberam ATB e inserção de nova DVP contralateral após a melhora do padrão infeccioso (citometria < 50 cél/mm3 e cultura negativa). Contudo, quanto ao manejo do sistema de derivação, eles foram divididos em grupos e comparados posteriormente: 1) manutenção do sistema; 2) exteriorização do cateter distal; e 3) substituição do sistema por uma DVE. Aqueles com mudança de conduta durante a internação ou reinfecção em até seis meses foram considerados como falha. Resultados: Os grupos foram homogêneos e comparáveis entre si em relação a sexo, idade, microorganismo isolado à admissão e tempo total do uso de antibióticos. Os germes com maior prevalência foram Staphylococcus epidermidis (24,4%) e S. aureus (10,5%). A maioria dos germes isolados foi multirresistente (51,8%) e a vancomicina foi administrada em 83,7% dos casos. A média da citometria à admissão dos casos com falha terapêutica foi mais alta (1036 cél/mm3; p<0,05). Houve insucesso em 25% no grupo 1 (10/40), 53,9% no grupo 2 (7/13) e 24,2% no grupo 3 (8/33), porém sem diferença significativa comparando-se as condutas (p=0,117). A cultura do cateter do reimplante, a idade, o tempo total de antibioticoterapia ou o valor da citometria no reimplante não foram preditores de falha. Conclusão: Os três tipos de conduta no manejo do sistema de DVP infectado apresentaram taxas de sucesso equivalentes. Assim, sugere-se que uma conduta mais conservadora, sem o implante da DVE, por ser de menor custo, pode ser tentada inicialmente quando diante um quadro de infecção da prótese.
publishDate 2022
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-11-04
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-03-09T15:22:36Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-03-09T15:22:36Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/50763
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv 0000-0002-0530-2564
url http://hdl.handle.net/1843/50763
identifier_str_mv 0000-0002-0530-2564
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Cirurgia e à Oftalmologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv MED - DEPARTAMENTO DE CIRURGIA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50763/4/DISSERTACAO%20MESTRADO%20LUCAS%20marco%202023.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50763/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50763/5/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 1a7c890c9daef12d6ad1d8eabd3c80fd
00e5e6a57d5512d202d12cb48704dfd6
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676984712953856