Políticas do desejo: considerações sobre psicanálise e feminismo em A câmara sangrenta e outras histórias, de Angela Carter

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Isadora Saraiva Vianna de Resende Urbano
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/47327
https://orcid.org/0000-0003-0420-8573
Resumo: O presente trabalho parte da perspectiva de que as histórias de A câmara sangrenta são, ao mesmo tempo, literatura e crítica, fornecendo em linguagem ficcional as chaves para as interpretações de Carter sobre o conteúdo latente dos contos de fadas de que seus contos se originam. Com esse ponto de partida, buscamos investigar a posição crítica dos contos da coletânea, individualmente e, em alguns pontos, comparativamente, procurando analisar a relação entre as histórias de Carter e as obras a que se endereçam, sobretudo os contos de Perrault e de Grimm, já que a maior parte das histórias de A câmara sangrenta relaciona-se com suas narrativas, embora também contenham referências intertextuais as mais diversas. Para realizar a análise, procuramos articular a leitura cerrada dos contos com os intertextos mais significativos que identificamos, além de recorrer a paratextos como manuscritos, rascunhos, entrevistas e textos jornalísticos de Carter e ao material crítico já produzido sobre a obra da autora, e selecionando o aporte teórico mais conveniente a cada caso, já que cada conto demandou um percurso de análise e de pesquisa específico. Pela investigação, observamos que Carter se apropria do material latente dos contos de fadas pondo-o sob o holofote, ou seja, colocando-o no primeiro plano narrativo, de modo a criar histórias que subvertem, extrapolam, atualizam e colocam interrogações sobre os conteúdos que os contos de fadas trariam somente em latência, razão pela qual se faz sensível o diálogo com A psicanálise dos contos de fadas (1976), de Bruno Bettelheim. Constatamos ainda que, valendo-se sobretudo de um procedimento regido pela diferença e pela desconstrução – isto é, alternando variáveis como voz narrativa, capacidade de agência, grau de realismo e complexidade psíquica, por exemplo –, os contos de Carter enfatizam seu posicionamento crítico feminista em relação à condição de opressão das mulheres, e que nos levam por diversos caminhos a indagações sobre desafios como a construção da própria identidade, os encontros e desencontros amorosos, a aproximação entre o erótico e a violência, a importância das condições sociais e materiais na subalternização das mulheres e as contradições que atravessam os interesses e desejos dessas personagens; a essas questões, os contos de A câmara sangrenta oferecem vislumbres de horizontes alternativos, abrindo um leque de possibilidades para além daquelas que os contos de fadas clássicos oferecem.
id UFMG_22afbb047d63b3a05d57e9422fb7d69e
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/47327
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Aline Magalhães Pintohttp://lattes.cnpq.br/9910639848117178Maria Zilda Ferreira CuryJonas Miguel Pires SamúdioCleide Antonia Rapuccihttp://lattes.cnpq.br/1807452573469623Isadora Saraiva Vianna de Resende Urbano2022-11-18T21:09:43Z2022-11-18T21:09:43Z2022-08-18http://hdl.handle.net/1843/47327https://orcid.org/0000-0003-0420-8573O presente trabalho parte da perspectiva de que as histórias de A câmara sangrenta são, ao mesmo tempo, literatura e crítica, fornecendo em linguagem ficcional as chaves para as interpretações de Carter sobre o conteúdo latente dos contos de fadas de que seus contos se originam. Com esse ponto de partida, buscamos investigar a posição crítica dos contos da coletânea, individualmente e, em alguns pontos, comparativamente, procurando analisar a relação entre as histórias de Carter e as obras a que se endereçam, sobretudo os contos de Perrault e de Grimm, já que a maior parte das histórias de A câmara sangrenta relaciona-se com suas narrativas, embora também contenham referências intertextuais as mais diversas. Para realizar a análise, procuramos articular a leitura cerrada dos contos com os intertextos mais significativos que identificamos, além de recorrer a paratextos como manuscritos, rascunhos, entrevistas e textos jornalísticos de Carter e ao material crítico já produzido sobre a obra da autora, e selecionando o aporte teórico mais conveniente a cada caso, já que cada conto demandou um percurso de análise e de pesquisa específico. Pela investigação, observamos que Carter se apropria do material latente dos contos de fadas pondo-o sob o holofote, ou seja, colocando-o no primeiro plano narrativo, de modo a criar histórias que subvertem, extrapolam, atualizam e colocam interrogações sobre os conteúdos que os contos de fadas trariam somente em latência, razão pela qual se faz sensível o diálogo com A psicanálise dos contos de fadas (1976), de Bruno Bettelheim. Constatamos ainda que, valendo-se sobretudo de um procedimento regido pela diferença e pela desconstrução – isto é, alternando variáveis como voz narrativa, capacidade de agência, grau de realismo e complexidade psíquica, por exemplo –, os contos de Carter enfatizam seu posicionamento crítico feminista em relação à condição de opressão das mulheres, e que nos levam por diversos caminhos a indagações sobre desafios como a construção da própria identidade, os encontros e desencontros amorosos, a aproximação entre o erótico e a violência, a importância das condições sociais e materiais na subalternização das mulheres e as contradições que atravessam os interesses e desejos dessas personagens; a essas questões, os contos de A câmara sangrenta oferecem vislumbres de horizontes alternativos, abrindo um leque de possibilidades para além daquelas que os contos de fadas clássicos oferecem.The present work starts from the perspective that the stories of The Bloody Chamber are, at the same time, literature and criticism, providing in fictional language the keys to Carter's interpretations of the latent content of the fairy tales from which her tales originate. With this starting point, we seek to investigate the critical position of the stories in the collection, individually and, in some points, comparatively, trying to analyse the relationship between Carter’s stories and the works they address, especially the tales by Perrault and Grimm, since most of the stories in The Bloody Chamber are related to its narratives, although they also contain the most diverse intertextual references. To carry out the analysis, we tried to articulate the close reading of the stories with the most significant intertexts that we identified, in addition to resorting to paratexts such as manuscripts, drafts, interviews and journalistic texts by Carter and the critical material already produced about the author’s work, and selecting the most convenient theoretical contribution to each case, since each story required a specific path of analysis and research. Through the investigation, we observed that Carter appropriates the latent material of fairy tales, putting it under the spotlight, that is, placing it in the narrative foreground, in order to create stories that subvert, extrapolate, update and pose questions about the contents that fairy tales would bring in latency, hence the importance of the dialogue with The Uses of Enchantment (1976), by Bruno Bettelheim. We also note that, relying mainly on a procedure governed by difference and deconstruction – that is, alternating variables such as narrative voice, agency, degree of realism and psychic complexity, for instance – Carter’s stories emphasise her feminist critical position face to women’s oppression, and that lead us through different paths to questions about challenges such as the construction of one’s own identity, love encounters and disagreements, the approximation between the erotic and violence, the importance of social and material conditions in the subordination of women and the contradictions that cross the interests and desires of these characters; to these questions, the stories of The Bloody Chamber offer glimpses of alternative horizons, opening up a range of possibilities beyond those offered by classic fairy tales.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LiteráriosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASCarter, Angela, 1940- – Câmara sangrenta e outras histórias – Crítica e interpretaçãoContos ingleses – História e críticaContos de fadasFeminismo e literaturaPsicanálise e literaturaAngela CarterA câmara sangrentaContos de fadasPsicanáliseBruno BettelheimFeminismoThe Bloody ChamberGóticoLiteratura inglesaPolíticas do desejo: considerações sobre psicanálise e feminismo em A câmara sangrenta e outras histórias, de Angela CarterPolitics of Desire: Considerations on Psychoanalysis and Feminism in The Bloody Chamber and Other Stories, by Angela Carterinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALPolíticas do desejo_considerações sobre psicanálise e feminismo em A câmara sangrenta e outras histórias, de Angela Carter.pdfPolíticas do desejo_considerações sobre psicanálise e feminismo em A câmara sangrenta e outras histórias, de Angela Carter.pdfapplication/pdf8771670https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47327/3/Pol%c3%adticas%20do%20desejo_considera%c3%a7%c3%b5es%20sobre%20psican%c3%a1lise%20e%20feminismo%20em%20A%20c%c3%a2mara%20sangrenta%20e%20outras%20hist%c3%b3rias%2c%20de%20Angela%20Carter.pdfb9d4142c22513bce5dd6a6aa48bba486MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47327/4/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD541843/473272022-11-18 18:09:44.311oai:repositorio.ufmg.br:1843/47327TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-11-18T21:09:44Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Políticas do desejo: considerações sobre psicanálise e feminismo em A câmara sangrenta e outras histórias, de Angela Carter
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Politics of Desire: Considerations on Psychoanalysis and Feminism in The Bloody Chamber and Other Stories, by Angela Carter
title Políticas do desejo: considerações sobre psicanálise e feminismo em A câmara sangrenta e outras histórias, de Angela Carter
spellingShingle Políticas do desejo: considerações sobre psicanálise e feminismo em A câmara sangrenta e outras histórias, de Angela Carter
Isadora Saraiva Vianna de Resende Urbano
Angela Carter
A câmara sangrenta
Contos de fadas
Psicanálise
Bruno Bettelheim
Feminismo
The Bloody Chamber
Gótico
Literatura inglesa
Carter, Angela, 1940- – Câmara sangrenta e outras histórias – Crítica e interpretação
Contos ingleses – História e crítica
Contos de fadas
Feminismo e literatura
Psicanálise e literatura
title_short Políticas do desejo: considerações sobre psicanálise e feminismo em A câmara sangrenta e outras histórias, de Angela Carter
title_full Políticas do desejo: considerações sobre psicanálise e feminismo em A câmara sangrenta e outras histórias, de Angela Carter
title_fullStr Políticas do desejo: considerações sobre psicanálise e feminismo em A câmara sangrenta e outras histórias, de Angela Carter
title_full_unstemmed Políticas do desejo: considerações sobre psicanálise e feminismo em A câmara sangrenta e outras histórias, de Angela Carter
title_sort Políticas do desejo: considerações sobre psicanálise e feminismo em A câmara sangrenta e outras histórias, de Angela Carter
author Isadora Saraiva Vianna de Resende Urbano
author_facet Isadora Saraiva Vianna de Resende Urbano
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Aline Magalhães Pinto
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9910639848117178
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Maria Zilda Ferreira Cury
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Jonas Miguel Pires Samúdio
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Cleide Antonia Rapucci
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1807452573469623
dc.contributor.author.fl_str_mv Isadora Saraiva Vianna de Resende Urbano
contributor_str_mv Aline Magalhães Pinto
Maria Zilda Ferreira Cury
Jonas Miguel Pires Samúdio
Cleide Antonia Rapucci
dc.subject.por.fl_str_mv Angela Carter
A câmara sangrenta
Contos de fadas
Psicanálise
Bruno Bettelheim
Feminismo
The Bloody Chamber
Gótico
Literatura inglesa
topic Angela Carter
A câmara sangrenta
Contos de fadas
Psicanálise
Bruno Bettelheim
Feminismo
The Bloody Chamber
Gótico
Literatura inglesa
Carter, Angela, 1940- – Câmara sangrenta e outras histórias – Crítica e interpretação
Contos ingleses – História e crítica
Contos de fadas
Feminismo e literatura
Psicanálise e literatura
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Carter, Angela, 1940- – Câmara sangrenta e outras histórias – Crítica e interpretação
Contos ingleses – História e crítica
Contos de fadas
Feminismo e literatura
Psicanálise e literatura
description O presente trabalho parte da perspectiva de que as histórias de A câmara sangrenta são, ao mesmo tempo, literatura e crítica, fornecendo em linguagem ficcional as chaves para as interpretações de Carter sobre o conteúdo latente dos contos de fadas de que seus contos se originam. Com esse ponto de partida, buscamos investigar a posição crítica dos contos da coletânea, individualmente e, em alguns pontos, comparativamente, procurando analisar a relação entre as histórias de Carter e as obras a que se endereçam, sobretudo os contos de Perrault e de Grimm, já que a maior parte das histórias de A câmara sangrenta relaciona-se com suas narrativas, embora também contenham referências intertextuais as mais diversas. Para realizar a análise, procuramos articular a leitura cerrada dos contos com os intertextos mais significativos que identificamos, além de recorrer a paratextos como manuscritos, rascunhos, entrevistas e textos jornalísticos de Carter e ao material crítico já produzido sobre a obra da autora, e selecionando o aporte teórico mais conveniente a cada caso, já que cada conto demandou um percurso de análise e de pesquisa específico. Pela investigação, observamos que Carter se apropria do material latente dos contos de fadas pondo-o sob o holofote, ou seja, colocando-o no primeiro plano narrativo, de modo a criar histórias que subvertem, extrapolam, atualizam e colocam interrogações sobre os conteúdos que os contos de fadas trariam somente em latência, razão pela qual se faz sensível o diálogo com A psicanálise dos contos de fadas (1976), de Bruno Bettelheim. Constatamos ainda que, valendo-se sobretudo de um procedimento regido pela diferença e pela desconstrução – isto é, alternando variáveis como voz narrativa, capacidade de agência, grau de realismo e complexidade psíquica, por exemplo –, os contos de Carter enfatizam seu posicionamento crítico feminista em relação à condição de opressão das mulheres, e que nos levam por diversos caminhos a indagações sobre desafios como a construção da própria identidade, os encontros e desencontros amorosos, a aproximação entre o erótico e a violência, a importância das condições sociais e materiais na subalternização das mulheres e as contradições que atravessam os interesses e desejos dessas personagens; a essas questões, os contos de A câmara sangrenta oferecem vislumbres de horizontes alternativos, abrindo um leque de possibilidades para além daquelas que os contos de fadas clássicos oferecem.
publishDate 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-11-18T21:09:43Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-11-18T21:09:43Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-08-18
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/47327
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0003-0420-8573
url http://hdl.handle.net/1843/47327
https://orcid.org/0000-0003-0420-8573
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FALE - FACULDADE DE LETRAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47327/3/Pol%c3%adticas%20do%20desejo_considera%c3%a7%c3%b5es%20sobre%20psican%c3%a1lise%20e%20feminismo%20em%20A%20c%c3%a2mara%20sangrenta%20e%20outras%20hist%c3%b3rias%2c%20de%20Angela%20Carter.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47327/4/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv b9d4142c22513bce5dd6a6aa48bba486
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589523421003776