#RESISTEIZIDORA: controvérsias do movimento de resistência das Ocupações da Izidora e apontamentos para a justiça urbana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luciana Maciel Bizzotto
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A3AJA2
Resumo: Neste trabalho, considerando a justiça urbana como parâmetro, apresento uma crítica ao planejamento urbano contemporâneo no Brasil. A justiça urbana consiste na luta pelo reconhecimento e por uma distribuição equitativa dos recursos, atribuindo maior importância à mobilização social do que às políticas públicas a via institucional do planejamento urbano. Para avançar nessa discussão teórica, desenvolvo um estudo de caso da Região da Izidora, no intuito de cartografar a controvérsia em torno do movimento de resistência das Ocupações Urbanas que ali se estabeleceram e sua rede de apoiadores: a rede #ResisteIzidora. A controvérsia é a parte da ciência ainda não estabilizada, por ser uma situação na qual os atores discordam entre si. Essa metodologia da cartografia das controvérsias se insere na Teoria Ator-Rede (em inglês, Actor-Network Theory, ou ANT), desenvolvida, dentre outros, por Bruno Latour, na tentativa de romper com o pensamento moderno no que tange à relação entre natureza e cultura, reunindo elementos humanos e não humanos, que atuam e deixam rastros ao longo do relato. Desde o surgimento das Ocupações da Izidora, em meados de 2013, esteve lançada a ameaça do seu despejo forçado para a realização do Empreendimento Granja Werneck, como resultado da Operação Urbana do Isidoro, aprovada em 2010. Na luta pelo direito à moradia, emergiu a rede #ResisteIzidora, carregada de outros significados implícitos na ideia da justiça urbana e que se insere em uma rede internacional de movimentos sociais que ganharam espaço nos atuais processos de resistência. Como a #ResisteIzidora tem impedido o despejo forçado e contribuído para uma cidade mais justa? Essa é a pergunta que, baseando-me na ANT, proponho investigar. A partir das controvérsias presentes nesse movimento de resistência, apresento, via relatos de entrevistas e notícias disponibilizadas nos meios de comunicação virtuais (jornais, blogs e Facebook), o maior número de visões de mundo nele inserido. O objetivo deste estudo é, pois, dar a oportunidade para que o máximo de atores expresse seus desejos, o que pode ser um caminho para que a produção acadêmica nos ajude a compreender os diferentes olhares que existem sobre o nosso mundo comum, e aponte, assim, para outras possibilidades de planejamento urbano ou não planejamento.
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Essa metodologia da cartografia das controvérsias se insere na Teoria Ator-Rede (em inglês, Actor-Network Theory, ou ANT), desenvolvida, dentre outros, por Bruno Latour, na tentativa de romper com o pensamento moderno no que tange à relação entre natureza e cultura, reunindo elementos humanos e não humanos, que atuam e deixam rastros ao longo do relato. Desde o surgimento das Ocupações da Izidora, em meados de 2013, esteve lançada a ameaça do seu despejo forçado para a realização do Empreendimento Granja Werneck, como resultado da Operação Urbana do Isidoro, aprovada em 2010. Na luta pelo direito à moradia, emergiu a rede #ResisteIzidora, carregada de outros significados implícitos na ideia da justiça urbana e que se insere em uma rede internacional de movimentos sociais que ganharam espaço nos atuais processos de resistência. Como a #ResisteIzidora tem impedido o despejo forçado e contribuído para uma cidade mais justa? Essa é a pergunta que, baseando-me na ANT, proponho investigar. A partir das controvérsias presentes nesse movimento de resistência, apresento, via relatos de entrevistas e notícias disponibilizadas nos meios de comunicação virtuais (jornais, blogs e Facebook), o maior número de visões de mundo nele inserido. O objetivo deste estudo é, pois, dar a oportunidade para que o máximo de atores expresse seus desejos, o que pode ser um caminho para que a produção acadêmica nos ajude a compreender os diferentes olhares que existem sobre o nosso mundo comum, e aponte, assim, para outras possibilidades de planejamento urbano ou não planejamento.In this paper, considering the urban justice as a parameter, I present a critique of contemporary urban planning in Brazil. Urban justice is the struggle for recognition and equitable distribution of resources, giving greater emphasis to social mobilization than public policy the institutional path of urban planning. To advance this theoretical discussion, I develop a case study in the Region of Izidora, in order to map the controversy surrounding the urban occupation (squatters in Brazil) resistance movement settled there and its supporters network: the #ResisteIzidoras network. The controversy is the part of science not yet stabilized, as a situation in which the actors disagree. This methodology is part of the Actor-Network Theory (ANT) developed, among others, by Bruno Latour, in an attempt to break with the modern thought regarding the relationship between nature and culture, bringing together human and non-human elements, whose acts leave traces throughout the report. Since the emergence of the Izidoras Occupations in mid- 2013, a threat was launched of a forced eviction for the realization of the Enterprise Granja Werneck, as a result of the Urban Operation of Isidoro, approved in 2010. In the fight for housing rights, the #ResisteIzidoras network has emerged, laden with other meanings implicit in the idea of urban justice and inserted in an international network of social movements that gained ground in the current processes of resistance. How has the #ResisteIzidoras network prevented the forced eviction and contributed to a more just city so far? That is the question that, basing myself on the ANT, I intend to investigate. From the controversies inside this movement, I present, through interviews and news reports available on virtual media (newspapers, blogs and Facebook), the largest number of world views inserted in it. The purpose of this study is therefore to give the opportunity for as many players as possible express their wishes, which can be a way for academic research helps us to understand the different views that exist about our common world, and, than, point at other urban planning options - or non-planning.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGOcupações Belo Horizonte, Região Metropolitana de (MG)Movimentos sociais urbanosGrupos sociaisMovimentos de protesto Belo Horizonte, Região Metropolitana de (MG)Planejamento urbanoJustiça urbanaPlanejamento urbanoOcupação urbanaOperação Urbana do IsidoroTeoria Ator-RedeRegião da Izidora#RESISTEIZIDORA: controvérsias do movimento de resistência das Ocupações da Izidora e apontamentos para a justiça urbanainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALluciana_maciel_bizzotto.pdfapplication/pdf8555640https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A3AJA2/1/luciana_maciel_bizzotto.pdf3fcebfb6f83ad2c2fffeb12719be8361MD51TEXTluciana_maciel_bizzotto.pdf.txtluciana_maciel_bizzotto.pdf.txtExtracted texttext/plain681159https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A3AJA2/2/luciana_maciel_bizzotto.pdf.txta00ff78b1bdf86ca8fcf2658c1e3cf14MD521843/BUBD-A3AJA22019-11-14 03:46:28.236oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-A3AJA2Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T06:46:28Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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