Dança de salão: cartografia de uma abordagem feminista
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/LOMC-BBTJBT |
Resumo: | Tradicionalmente, nas danças de salão, os homens/Cavalheiros conduzem as mulheres/Damas, decidindo os passos, a interpretação musical e o deslocamento. Esse modelo surgiu em um contexto histórico patriarcal onde mulheres não tinham voz. Atualmente a condução está sendo questionada por dançarinos por manter um padrão machista na dança de salão (CORDEIRO, 2012; DALAZEN, 2013; DINZEL, 2012a; 2012b; FEITOZA, 2011; 2012; IKUNO, 2016; NOGUEIRA, 2012; SANTOS, 2016; SILVEIRA, 2013; SIQUEIRA, 2012; STRACK, 2013; VALLE, 2008; ZAMONER, 2011a; 2011b; 2011c; 2013a, 2013b; 2013c). Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi propor caminhos para quebrar a condução sem descaracterizar as danças de salão. Como objetivos específicos, busquei: descrever como ocorre a condução na sua forma tradicional; elencar os principais problemas decorrentes da condução; apontar ideias e modelos que já não utilizem a condução; propor caminhos para auxiliar àqueles profissionais que buscam fazer uma dança de salão equânime, condizente com os ideais feministas. Como metodologia, utilizei a cartografia, método que tem por objetivo acompanhar processos e coletivizar a experiência do cartógrafo (PASSOS; KASTRUP; ESCÓSSIA, 2015). Como resultado, tracei sete territórios pelos quais passei em minha trajetória em busca de uma dança de salão equânime, a saber: condução tradicional, com enfeites, silêncios na condução, influência da dama, tango queer, diálogo corporal e comunhão (dissolução da condução). Além desses, também apontei dez caminhos ou pistas, para aqueles que desejam utilizar uma abordagem feminista em suas aulas de dança de salão. São eles: valorização do repertório corporal preexistente; erro como possibilidade; homens e mulheres aprendendo os dois lados do passo/movimento; possibilidade de troca ou ausência de papéis; nova terminologia; conexão consigo próprio; conexão com o par; conexão com o espaço (incluindo os outros pares); e conexão com a música. Os territórios e caminhos apontados por mim são relativos à minha experiência cartográfica, experiência essa que pretendo dar continuidade, principalmente em termos práticos. Assim, a partir dessa dissertação os primeiros desdobramentos que surgiram foram a criação de um grupo de estudos para se dançar em diálogo corporal, a modificação da forma como ensino seus alunos iniciantes e a futura publicação de um livro em parceria com os Be Hoppers, grupo de lindy-hop que promoveu uma campanha antimachismo nas redes sociais. |
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Maria Beatriz MendoncaGraziela Correa de AndradeAna Cristina Carvalho PereiraMíriam Medeiros Strack2019-08-13T23:45:14Z2019-08-13T23:45:14Z2017-03-20http://hdl.handle.net/1843/LOMC-BBTJBTTradicionalmente, nas danças de salão, os homens/Cavalheiros conduzem as mulheres/Damas, decidindo os passos, a interpretação musical e o deslocamento. Esse modelo surgiu em um contexto histórico patriarcal onde mulheres não tinham voz. Atualmente a condução está sendo questionada por dançarinos por manter um padrão machista na dança de salão (CORDEIRO, 2012; DALAZEN, 2013; DINZEL, 2012a; 2012b; FEITOZA, 2011; 2012; IKUNO, 2016; NOGUEIRA, 2012; SANTOS, 2016; SILVEIRA, 2013; SIQUEIRA, 2012; STRACK, 2013; VALLE, 2008; ZAMONER, 2011a; 2011b; 2011c; 2013a, 2013b; 2013c). Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi propor caminhos para quebrar a condução sem descaracterizar as danças de salão. Como objetivos específicos, busquei: descrever como ocorre a condução na sua forma tradicional; elencar os principais problemas decorrentes da condução; apontar ideias e modelos que já não utilizem a condução; propor caminhos para auxiliar àqueles profissionais que buscam fazer uma dança de salão equânime, condizente com os ideais feministas. Como metodologia, utilizei a cartografia, método que tem por objetivo acompanhar processos e coletivizar a experiência do cartógrafo (PASSOS; KASTRUP; ESCÓSSIA, 2015). Como resultado, tracei sete territórios pelos quais passei em minha trajetória em busca de uma dança de salão equânime, a saber: condução tradicional, com enfeites, silêncios na condução, influência da dama, tango queer, diálogo corporal e comunhão (dissolução da condução). Além desses, também apontei dez caminhos ou pistas, para aqueles que desejam utilizar uma abordagem feminista em suas aulas de dança de salão. São eles: valorização do repertório corporal preexistente; erro como possibilidade; homens e mulheres aprendendo os dois lados do passo/movimento; possibilidade de troca ou ausência de papéis; nova terminologia; conexão consigo próprio; conexão com o par; conexão com o espaço (incluindo os outros pares); e conexão com a música. Os territórios e caminhos apontados por mim são relativos à minha experiência cartográfica, experiência essa que pretendo dar continuidade, principalmente em termos práticos. Assim, a partir dessa dissertação os primeiros desdobramentos que surgiram foram a criação de um grupo de estudos para se dançar em diálogo corporal, a modificação da forma como ensino seus alunos iniciantes e a futura publicação de um livro em parceria com os Be Hoppers, grupo de lindy-hop que promoveu uma campanha antimachismo nas redes sociais.Traditionally, in ballroom dances men/Leaders lead the women/Followers, deciding the steps, the musical interpretation and the displacement. This model emerged in a patriarchal historical context where women were subjugated. Currently, leading is questioned by dancers for maintaining a sexist pattern in ballroom dance (CORDEIRO, 2012; DALAZEN, 2013; DINZEL, 2012a; 2012b; FEITOZA, 2011; 2012; IKUNO, 2016; NOGUEIRA, 2012; SANTOS, 2016; SILVEIRA, 2013; SIQUEIRA, 2012; STRACK, 2013; VALLE, 2008; ZAMONER, 2011a; 2011b; 2011c; 2013a, 2013b; 2013c). Thus, the general goal of this research was to propose ways of break leading without mischaracterize the ballroom dances. As specific goals, I sought to: describe how leading occurs in its traditional form; find the main problems arising from leading; point out ideas and models that no longer use leading; propose ways to help those professionals who seek to do an equity ballroom dance, aligned with feminist ideals. As methodology, cartography was used, a method that aims to follow processes and to collect the cartographer's experience (PASSOS; KASTRUP; ESCÓSSIA, 2015). As result, I traced seven territories through which I went on my journey in search for an equity ballroom dance, they are: traditional leading, with ornaments, silences in the leading, influence of the follow, queer tango, corporal dialogue and communion (leading dissolution). In addition to these, I also pointed out ten paths or clues, for those who wish to use a feminist approach in their ballroom dance classes. They are: valuation of the preexisting body repertoire; error as possibility; men and women learning both sides of step/movement; possibility of exchange or absence of roles; new terminology; self-connection; connection with the partner; connection with space (including other pairs); and connection with music. The territories and paths pointed out are related to my cartographic experience, experience that I intend to give continuity, especially in practical terms. Thus, from this dissertation the first developments that emerged were the creation of a study group in bodily dialogue for ballroom dances, changing the way I teach my beginner students and the future publication of a book in partnership with Be Hoppers, a lindy-hop group that promoted an anti-sexist campaign on social networks.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGDançaDança de salãoExpressão corporalFeminismoDanças de salãoMétodo cartográficoDissolução da conduçãoProposta metodológicaFeminismoDança de salão: cartografia de uma abordagem feministainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_m_riam_vers_o_final.pdfapplication/pdf1621062https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LOMC-BBTJBT/1/disserta__o_m_riam_vers_o_final.pdf915054083cd34f9c00b67fdba9d5223eMD51TEXTdisserta__o_m_riam_vers_o_final.pdf.txtdisserta__o_m_riam_vers_o_final.pdf.txtExtracted texttext/plain305662https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LOMC-BBTJBT/2/disserta__o_m_riam_vers_o_final.pdf.txt4bb90807d1a5b156df38fc84d844dd7aMD521843/LOMC-BBTJBT2019-11-14 15:21:57.973oai:repositorio.ufmg.br:1843/LOMC-BBTJBTRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:21:57Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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Tradicionalmente, nas danças de salão, os homens/Cavalheiros conduzem as mulheres/Damas, decidindo os passos, a interpretação musical e o deslocamento. Esse modelo surgiu em um contexto histórico patriarcal onde mulheres não tinham voz. Atualmente a condução está sendo questionada por dançarinos por manter um padrão machista na dança de salão (CORDEIRO, 2012; DALAZEN, 2013; DINZEL, 2012a; 2012b; FEITOZA, 2011; 2012; IKUNO, 2016; NOGUEIRA, 2012; SANTOS, 2016; SILVEIRA, 2013; SIQUEIRA, 2012; STRACK, 2013; VALLE, 2008; ZAMONER, 2011a; 2011b; 2011c; 2013a, 2013b; 2013c). Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi propor caminhos para quebrar a condução sem descaracterizar as danças de salão. Como objetivos específicos, busquei: descrever como ocorre a condução na sua forma tradicional; elencar os principais problemas decorrentes da condução; apontar ideias e modelos que já não utilizem a condução; propor caminhos para auxiliar àqueles profissionais que buscam fazer uma dança de salão equânime, condizente com os ideais feministas. Como metodologia, utilizei a cartografia, método que tem por objetivo acompanhar processos e coletivizar a experiência do cartógrafo (PASSOS; KASTRUP; ESCÓSSIA, 2015). Como resultado, tracei sete territórios pelos quais passei em minha trajetória em busca de uma dança de salão equânime, a saber: condução tradicional, com enfeites, silêncios na condução, influência da dama, tango queer, diálogo corporal e comunhão (dissolução da condução). Além desses, também apontei dez caminhos ou pistas, para aqueles que desejam utilizar uma abordagem feminista em suas aulas de dança de salão. São eles: valorização do repertório corporal preexistente; erro como possibilidade; homens e mulheres aprendendo os dois lados do passo/movimento; possibilidade de troca ou ausência de papéis; nova terminologia; conexão consigo próprio; conexão com o par; conexão com o espaço (incluindo os outros pares); e conexão com a música. Os territórios e caminhos apontados por mim são relativos à minha experiência cartográfica, experiência essa que pretendo dar continuidade, principalmente em termos práticos. Assim, a partir dessa dissertação os primeiros desdobramentos que surgiram foram a criação de um grupo de estudos para se dançar em diálogo corporal, a modificação da forma como ensino seus alunos iniciantes e a futura publicação de um livro em parceria com os Be Hoppers, grupo de lindy-hop que promoveu uma campanha antimachismo nas redes sociais. |
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