A emergência do animalismo : um estudo sobre origens, epistemologias e práticas da libertação animal

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Autor(a) principal: Márcio Alexandre Buchholz de Barros
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/34552
Resumo: Investigamos na presente dissertação as origens, epistemologias e as práticas de parte dos movimentos de libertação animal em uma perspectiva histórica e sociológica. Trata-se, certamente, de um estudo parcial na medida em que os movimentos de libertação/direitos animais são amplos, complexos, abarcando posicionamentos teóricos diversos e múltiplas estratégias políticas. Tentamos reconstruir suas condições de surgimento histórico e suas reconfigurações em conexão com as transformações sociais marcantes dos séculos XIX e XX. Primeiramente, com uma análise das primeiras associações de proteção animal na Inglaterra, mostramos como, desde suas origens, tais movimentos não foram exclusivos de camadas sociais privilegiadas, mas marcados por uma diversidade de espectros políticos, justificativas e estratégias. Em especial, destacamos como parte da tradição no pensamento anarquista possui uma longeva preocupação sobre o locus dos animais nas sociedades e como o movimento de sufragistas, no final do século XIX e início do século XX, teve uma considerável relevância nas lutas antivivissecionistas. Em seguida, ao focarmos nas conexões entre as transformações dos movimentos de libertação animal e o surgimento dos chamados “novos movimentos sociais” nas décadas de 1960 e 1970, mostramos a afinidade de diversos movimentos autônomos e contraculturais – também próximos ao anarquismo – com a defesa dos animais. Tais movimentos foram centrais para a constituição de importantes controvérsias sociotécnicas que contribuíram para desestabilizar o status ontológico e moral dos animais não-humanos e atuaram no sentido de tornar públicos, através de suas ações, os debates sobre a utilização instrumental dos animais. Já o surgimento de um escopo teórico mais acurado a partir de meados da década de 1970, especialmente através de filósofos eticistas e deontológicos, além das epistemologias feministas, atuaram no adensamento teórico e prático dos movimentos de libertação animal. Por último, analisamos a afirmação do campo Animal Studies, que se deu, dentre outros motivos, pela crítica crescente às concepções antropocêntricas no âmbito das ciências. Pontuamos como este campo de estudo se desdobra, posteriormente, em um campo acadêmico-ativista através dos estudos críticos animalistas e como perspectivas decoloniais têm suscitado importantes reflexões sobre a libertação animal. Por fim, ao forcarmos tais perspectivas não apenas eurocêntricas, fazemos uma análise de como perspectivas anticapitalistas ancoradas em preceitos de interseccionalidade são mobilizadas para a noção de libertação animal, através de dados coletados em três entrevistas realizadas com pesquisadores próximos à temática.
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Primeiramente, com uma análise das primeiras associações de proteção animal na Inglaterra, mostramos como, desde suas origens, tais movimentos não foram exclusivos de camadas sociais privilegiadas, mas marcados por uma diversidade de espectros políticos, justificativas e estratégias. Em especial, destacamos como parte da tradição no pensamento anarquista possui uma longeva preocupação sobre o locus dos animais nas sociedades e como o movimento de sufragistas, no final do século XIX e início do século XX, teve uma considerável relevância nas lutas antivivissecionistas. Em seguida, ao focarmos nas conexões entre as transformações dos movimentos de libertação animal e o surgimento dos chamados “novos movimentos sociais” nas décadas de 1960 e 1970, mostramos a afinidade de diversos movimentos autônomos e contraculturais – também próximos ao anarquismo – com a defesa dos animais. Tais movimentos foram centrais para a constituição de importantes controvérsias sociotécnicas que contribuíram para desestabilizar o status ontológico e moral dos animais não-humanos e atuaram no sentido de tornar públicos, através de suas ações, os debates sobre a utilização instrumental dos animais. Já o surgimento de um escopo teórico mais acurado a partir de meados da década de 1970, especialmente através de filósofos eticistas e deontológicos, além das epistemologias feministas, atuaram no adensamento teórico e prático dos movimentos de libertação animal. Por último, analisamos a afirmação do campo Animal Studies, que se deu, dentre outros motivos, pela crítica crescente às concepções antropocêntricas no âmbito das ciências. Pontuamos como este campo de estudo se desdobra, posteriormente, em um campo acadêmico-ativista através dos estudos críticos animalistas e como perspectivas decoloniais têm suscitado importantes reflexões sobre a libertação animal. Por fim, ao forcarmos tais perspectivas não apenas eurocêntricas, fazemos uma análise de como perspectivas anticapitalistas ancoradas em preceitos de interseccionalidade são mobilizadas para a noção de libertação animal, através de dados coletados em três entrevistas realizadas com pesquisadores próximos à temática.In the present dissertation we investigate the origins, epistemologies and practices of animal liberation movements, in a historical and sociological perspective. It is certainly a preliminary work, since animal liberation/rights movements are broad as they complicated, embracing diverse theoretical and political positions. First of all, we make a brief analysis of the first animal protection organizations origins that emerged in England. We also analyze how animal protection organizations narratives were relatively diverse in their social origins and political spectra. In particular, the study highlights that part of the anarchist thought tradition has a long-standing concern about the animal locus in contemporary societies, and also how suffragette’s movement, in the late 19th and early 20th centuries, had considerable relevance in the antivivisectionist fights. Then, we point out the connections between transformations in animal liberation movements and the emergence of the so called “new social movements” in the late 1960s and early 1970s, when autonomous and countercultural movements context – also close to anarchism – had strong affinity with the animal defense. These movements launch important sociotechnical controversies the question both the moral and ontological status of non-human animals and act to make public, through their actions, debates about instrumental use of animals. The appearance of a more accurate theoretical scope, from the mid-1970s, especially through ethical and deontological philosophers, in addition to feminist epistemologies, worked on the theoretical and practical densification of animal liberation movements. Finally, we analyze the Animal Studies field affirmation, which was given, among other reasons, by the growing criticism of anthropocentric conceptions in the sciences scenario. We point out how this field later unfolds into an academic-active field through clinical studies, and how decolonial prospects have a important implications for animal liberation. Finally, focusing not only on Eurocentric positions, we analyze for animal liberation perception through data collected in three interviews conducted with Latin-American researchers who are close to the theme.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em SociologiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIAlibertação animaldireitos animaisFeminismoMovimentos sociaisAnarquismoA emergência do animalismo : um estudo sobre origens, epistemologias e práticas da libertação animalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALA EMERGÊNCIA DO ANIMALISMO_DISSERTAÇÃO MÁRCIO A.BUCHHOLZ DE BARROS.pdfA EMERGÊNCIA DO ANIMALISMO_DISSERTAÇÃO MÁRCIO A.BUCHHOLZ DE BARROS.pdfapplication/pdf3666005https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34552/1/A%20EMERG%c3%8aNCIA%20DO%20ANIMALISMO_DISSERTA%c3%87%c3%83O%20M%c3%81RCIO%20A.BUCHHOLZ%20DE%20BARROS.pdfd86ac73ce2051a02d1a07729809e9861MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34552/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD521843/345522020-12-18 11:57:02.296oai:repositorio.ufmg.br:1843/34552TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-12-18T14:57:02Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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