Quero ter tempo para rever as coisas que tenho: escritas de si, errância, arquivo

• Autor(a) principal: Taila Suian Idzi
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/56835; https://orcid.org/0000-0002-8439-219X
• topic: Escrita de si; Arquivamento de si; Horizonte de subjetivação; Errância; Criação (Literária, artística, etc.); Gravura; Poética; Memória na arte; Livros de artistas

A presente tese parte da minha própria produção em artes visuais para investigar e discutir as relações entre processos artísticos e processos de subjetivação, tendo como objeto de análise meu trabalho como artista, em diálogo com outros artistas contemporâneos. Para tanto, desenvolvi uma metodologia teórico-prática que envolveu a criação de uma poética da errância, que tematiza tanto o deslocamento literal, quanto o deslocamento metafórico, de viajar dentro de si, a partir de uma obra de arte ou do próprio processo artístico. Dessa forma, eu exploro também os acidentes de percurso enquanto lugares de criação e fundo uma poética que abraça tanto o erro quanto a fragmentação, que se apresenta em um corpo de trabalho intermidiático, (CLUVER, 2008), (HIGGINS, 2012), (HOEK, 2006), (VENEROSO, 2008), criado entre tempos de trânsito intenso entre Belo Horizonte-MG e Porto Alegre-RS e em tempos de isolamento decorrente da pandemia da Covid-19. Os trabalhos aqui apresentados envolvem a gravura em metal, o vídeo, a fotografia, a heliogravura, a poesia e práticas que transitam entre a coleção e o arquivo. O referencial teórico utilizado parte das confluências entre os campos das escritas de si, percorrendo conceitos como “espaço biográfico” (ARFUCH, 2010), “guinada subjetiva”, (SARLO, 2007), KLINGER (2012), “escrita de si” FOUCAULT (1992) e também do campo da arte arquivística, percorrendo conceitos como “furor de arquivo” (ROLNIK, 2005), “febre de arquivo” (ENWENZOR, 2008), “impulso arquivístico” (FOSTER, 2004) e “impulso historiográfico” (BEIGUELMAN, 2018) e os reúne sob o conceito de horizonte de subjetivação. Com base nesses aportes teóricos, busca-se investigar e discutir as relações entre escrita de si e arquivo tanto na minha prática como nas de outros artistas, procurando compreender as relações entre arte e arquivo, palavra e imagem, em processos de arquivamento do eu (ARTIÈRES, 1998) e de escritas de si.