Sedação para eletroencefalografia com dexmedetomidina ou hidrato de cloral: estudo comparativo do padrão do eletroencefalograma e dos efeitos clínicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Magda Lourenco Fernandes
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9FVJBJ
Resumo: Sedação para eletroencefalografia em pacientes incapazes de cooperar com as instruções é assunto controverso, porque a maioria dos fármacos sedativos, hipnóticos e anestésicos gerais interfere na atividade elétrica cerebral e, portanto pode prejudicar a interpretação do eletroencefalograma (EEG). Hidrato de cloral (HC) é o sedativo tradicionalmente usado durante esse procedimento e, recentemente, a dexmedetomidina (DEX) tem sido utilizada, pois dados preliminares sugerem que esse fármaco não altera o EEG. O objetivo do presente estudo foi avaliar e comparar o uso desses dois fármacos durante sedação para eletroencefalografia, para testar a hipótese de que ambos produzem efeitos similares. Foram incluídos no estudo 17 pacientes que realizaram dois exames em ocasiões distintas, sob sedação com um ou outro fármaco. Comparou-se as variáveis qualitativas (padrão do sono e atividade de base) e quantitativas (densidade, duração e amplitude dos fusos do sono, potência espectral e frequência dominante) do EEG. Comparou-se ainda eficácia, efeitos hemodinâmicos e adversos dos fármacos, além da duração do procedimento e do tempo de despertar dos pacientes. Os resultados demonstraram que a atividade de base do EEG não diferiu entre os sedativos, bem como a duração, densidade e amplitude dos fusos do sono. A potência foi maior nas bandas delta e teta e menor nas bandas alfa e, principalmente, beta, nos exames realizados com DEX. A frequência dominante beta não diferiu. A potência total foi maior com HC. Esse último fármaco apresentou ainda menos eficácia sedativa. A frequência cardíaca (FC) foi menor com DEX e pressão arterial (PA) não diferiu entre eles. Obstrução de via aérea foi mais frequente com HC, mas outros eventos adversos foram similares. A duração do procedimento foi menor com DEX e o tempo de despertar não diferiu. Concluiu-se que as variações na potência não comprometeram a ativadade de base do EEG e as características dos fusos do sono, que foram semelhantes entre DEX e HC. DEX agregou vantagens de maior eficácia e menor duração do procedimento. Embora confirme que ambos os fármacos podem ser usados para sedação durante EEG, o presente estudo destaca que o comportamento deles frente à potência das ondas cerebrais não é semelhante e abre caminhos para novas pesquisas que objetivem comparar os efeitos de fármacos sobre o EEG. Palavras-chave: Sedação. Eletroencefalografia.
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Foram incluídos no estudo 17 pacientes que realizaram dois exames em ocasiões distintas, sob sedação com um ou outro fármaco. Comparou-se as variáveis qualitativas (padrão do sono e atividade de base) e quantitativas (densidade, duração e amplitude dos fusos do sono, potência espectral e frequência dominante) do EEG. Comparou-se ainda eficácia, efeitos hemodinâmicos e adversos dos fármacos, além da duração do procedimento e do tempo de despertar dos pacientes. Os resultados demonstraram que a atividade de base do EEG não diferiu entre os sedativos, bem como a duração, densidade e amplitude dos fusos do sono. A potência foi maior nas bandas delta e teta e menor nas bandas alfa e, principalmente, beta, nos exames realizados com DEX. A frequência dominante beta não diferiu. A potência total foi maior com HC. Esse último fármaco apresentou ainda menos eficácia sedativa. A frequência cardíaca (FC) foi menor com DEX e pressão arterial (PA) não diferiu entre eles. Obstrução de via aérea foi mais frequente com HC, mas outros eventos adversos foram similares. A duração do procedimento foi menor com DEX e o tempo de despertar não diferiu. Concluiu-se que as variações na potência não comprometeram a ativadade de base do EEG e as características dos fusos do sono, que foram semelhantes entre DEX e HC. DEX agregou vantagens de maior eficácia e menor duração do procedimento. Embora confirme que ambos os fármacos podem ser usados para sedação durante EEG, o presente estudo destaca que o comportamento deles frente à potência das ondas cerebrais não é semelhante e abre caminhos para novas pesquisas que objetivem comparar os efeitos de fármacos sobre o EEG. Palavras-chave: Sedação. Eletroencefalografia.Sedation for electroencephalography in subjects incapable of cooperating with the instructions is a controversial issue, since most of the sedatives, hypnotics and general anesthetics can interfere with the brain's electrical activity. Chloral hydrate (CH) is usually used for this sedation, and recently, dexmedetomidine (DEX) has been tested because preliminary data suggests that this drug does not affect the EEG. The aim of this study was to evaluate and compare the use of these two drugs for sedation during electroencephalography to test the hypothesis that both produce similar effects. Seventeen patients were evaluated during sedation with DEX or CH on separate occasions. We have compared the qualitative variables (sleep phases and baseline activity) and the quantitative variables (density, duration and amplitude of sleep spindles, spectral power and dominant frequency). Efficacy, hemodynamic and adverse effects of the drugs, duration of the procedure and time of awakening of individuals were also compared. The results demonstrated that baseline activity, density, duration and amplitude of sleep spindles did not differ between DEX and CH. Absolute power was higher in delta and theta bands and lower in alpha and mainly beta bands in exams performed with DEX. Dominant frequency in beta was similar. The total power was higher with CH. This drug also showed lower efficacy. Airway obstruction was more frequent with HC, but other adverse effects were similar. The heart frequency was lower with DEX and blood pressure did not differ. Duration of the procedure was lower with DEX but time of awakening was similar. In conclusion, the variations of the power did not change EEG baseline activity and sleep spindle characteristics, which were similar between DEX and CH. DEX has the advantage of greater efficacy and shorter duration of the procedure. Although these findings confirm that both drugs may be used for sedation during EEG, this study highlights that their behavior on the power of brain waves is not similar, leading to new investigations in order to compare the effects of these drugs on the EEG pattern.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEletroencefalografiaEstudo comparativoSedação profundaAnalgésicos/farmacologiaMonitorização IntraoperatóriaAnestesiaDexmedetomidinaHidrato de cloralPacientesEletroencefalografiaEletroencefalogramaSedaçãoDexmedetomidinaHidrato de cloralSedação para eletroencefalografia com dexmedetomidina ou hidrato de cloral: estudo comparativo do padrão do eletroencefalograma e dos efeitos clínicosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_magda_l_fernandes.pdfapplication/pdf1257544https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9FVJBJ/1/tese_magda_l_fernandes.pdff51001f04daff91b324c25d4dc067bedMD51TEXTtese_magda_l_fernandes.pdf.txttese_magda_l_fernandes.pdf.txtExtracted texttext/plain109404https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9FVJBJ/2/tese_magda_l_fernandes.pdf.txt4086c08c3bd2c17124b55770184688edMD521843/BUBD-9FVJBJ2019-11-14 09:34:27.944oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9FVJBJRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:34:27Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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