Determinação do valor de referência para o cortisol basal sérico em população pediátrica sem doença adrenal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8UAQPC |
Resumo: | A medida do cortisol basal reflete a atividade hipotalâmica-hipofisária-adrenal. É utilizada na avaliação da integridade da resposta do eixo, principalmente em pacientes submetidos a longos períodos de tratamento glicocorticoide, por apresentarem maior risco de supressão adrenal. Em pediatria, a supressão adrenal deve ser sempre considerada em crianças que receberam doses suprafisiológicas de glicocorticoides por mais de duas semanas. Nessas condições, há risco de crise adrenal mesmo em vigência de agentes estressores moderados. Os valores de cortisol obtidos abaixo do intervalo de referência são sugestivos de disfunção adrenal. Sendo assim, a dosagem do cortisol basal pode ser crucial no processo de tomada de decisão. Os mesmos valores de referência de normalidade do cortisol basal sérico para adultos e crianças têm sido utilizados na prática. Contudo, resultados obtidos a partir de uma população adulta podem não ser adequados para a faixa etária pediátrica, comprometendo a qualidade das avaliações feitas na infância. Dessa forma, o objetivo principal do presente estudo é contribuir para essa adequação. Os valores de referência para o cortisol basal sérico foram determinados para indivíduos da faixa etária pediátrica. O método utilizado para a dosagem do cortisol pelo laboratório de referência foi o imunoensaio enzimático quimioluminescente. A casuística foi fundamentada em 120 indivíduos de referência de 4-19 anos. Os resultados obtidos para o cortisol foram correlacionados com o gênero, idade e grau de maturação sexual. O perfil de variações do cortisol basal também foi estudado em 95 crianças e adolescentes de 0-19 anos saudáveis ou com asma persistente e síndromes sibilantes, previamente à terapia inalatória. Na casuística, o cortisol basal sérico aumentou com a idade e com a maturação sexual e não apresentou diferenças baseadas no gênero. Crianças com asma ou síndromes sibilantes de 0-3 anos apresentaram grande amplitude de valores de cortisol, conquanto crianças mais velhas apresentaram menor variação. A correlação positiva entre idade e cortisol sérico foi observada apenas após os 3 anos, sendo mais expressiva após os 5 anos. Adolescentes de 16 a 19 anos apresentaram valores de ortisol sérico mais elevados que indivíduos mais jovens e com desenvolvimento sexual incompleto. Os limites de referência (percentis 2,5 e 97,5) para o cortisol basal sérico na população de indivíduos saudáveis foram: 2,97 g/dL [IC 90% (1,44; 3,69)] e 23,4 g/dL [IC 90% (16,3; 24,6)]. Dessa forma, o intervalo para o cortisol basal sérico de 4,46-22,7 g/dL,utililizado até o momento no serviço de referência, foi considerado inadequado para a população pediátrica em estudo. Os resultados apresentados e a experiência na literatura sugerem que intervalos de referência para o cortisol sérico, específicos para a população pediátrica, devem ser determinados. |
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Ivani Novato SilvaTaciana de Figueiredo SoaresAntonio Ribeiro de Oliveira JuniorCristina Botelho Barra2019-08-14T03:35:45Z2019-08-14T03:35:45Z2012-03-02http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8UAQPCA medida do cortisol basal reflete a atividade hipotalâmica-hipofisária-adrenal. É utilizada na avaliação da integridade da resposta do eixo, principalmente em pacientes submetidos a longos períodos de tratamento glicocorticoide, por apresentarem maior risco de supressão adrenal. Em pediatria, a supressão adrenal deve ser sempre considerada em crianças que receberam doses suprafisiológicas de glicocorticoides por mais de duas semanas. Nessas condições, há risco de crise adrenal mesmo em vigência de agentes estressores moderados. Os valores de cortisol obtidos abaixo do intervalo de referência são sugestivos de disfunção adrenal. Sendo assim, a dosagem do cortisol basal pode ser crucial no processo de tomada de decisão. Os mesmos valores de referência de normalidade do cortisol basal sérico para adultos e crianças têm sido utilizados na prática. Contudo, resultados obtidos a partir de uma população adulta podem não ser adequados para a faixa etária pediátrica, comprometendo a qualidade das avaliações feitas na infância. Dessa forma, o objetivo principal do presente estudo é contribuir para essa adequação. Os valores de referência para o cortisol basal sérico foram determinados para indivíduos da faixa etária pediátrica. O método utilizado para a dosagem do cortisol pelo laboratório de referência foi o imunoensaio enzimático quimioluminescente. A casuística foi fundamentada em 120 indivíduos de referência de 4-19 anos. Os resultados obtidos para o cortisol foram correlacionados com o gênero, idade e grau de maturação sexual. O perfil de variações do cortisol basal também foi estudado em 95 crianças e adolescentes de 0-19 anos saudáveis ou com asma persistente e síndromes sibilantes, previamente à terapia inalatória. Na casuística, o cortisol basal sérico aumentou com a idade e com a maturação sexual e não apresentou diferenças baseadas no gênero. Crianças com asma ou síndromes sibilantes de 0-3 anos apresentaram grande amplitude de valores de cortisol, conquanto crianças mais velhas apresentaram menor variação. A correlação positiva entre idade e cortisol sérico foi observada apenas após os 3 anos, sendo mais expressiva após os 5 anos. Adolescentes de 16 a 19 anos apresentaram valores de ortisol sérico mais elevados que indivíduos mais jovens e com desenvolvimento sexual incompleto. Os limites de referência (percentis 2,5 e 97,5) para o cortisol basal sérico na população de indivíduos saudáveis foram: 2,97 g/dL [IC 90% (1,44; 3,69)] e 23,4 g/dL [IC 90% (16,3; 24,6)]. Dessa forma, o intervalo para o cortisol basal sérico de 4,46-22,7 g/dL,utililizado até o momento no serviço de referência, foi considerado inadequado para a população pediátrica em estudo. Os resultados apresentados e a experiência na literatura sugerem que intervalos de referência para o cortisol sérico, específicos para a população pediátrica, devem ser determinados.The basal cortisol measurement reflects the hypothalamic-pituitary-adrenal activity. It is used in assessing the integrity of the axis response, mainly in patients undergoing long periods of glucocorticoid treatment, because they have a higher chance of adrenal suppression. In pediatrics, adrenal suppression should always be considered in children who received supraphysiologic glucocorticoid doses for more than two weeks. Under these conditions, there is an increased risk of adrenal crisis, even in the presence of moderate stressors. The cortisol values below the reference range are suggestive of adrenal dysfunction. Therefore, this evaluation may be crucial in the decision-making process. The same reference values of normal serum cortisol have been used, in practice, for adults and children. However, results obtained from an adult population may not be suitable for pediatric patients and can negatively impact the quality of this evaluation in childhood. Thus, the main objective of this study was to contribute to the assessment of basal cortisol levels in pediatric subjects. The assay method used by the reference laboratory for serum cortisol was the chemiluminescent enzyme immunoassay. The series was based on 120 reference individuals from 4-19 years old. The results obtained for cortisol were correlated with gender, age and pubertal maturation. The cortisol results profile was also studied for 95 children and adolescents from 0-19 years old, healthy or with persistent asthma and wheezing, prior to inhalation therapy. In the study, baseline serum cortisol increased with age and pubertal maturation. Serum cortisol showed no differences based on gender. Children from 0-3 years old with asthma and wheezing showed a great range of cortisol values, whereas older children showed less variation. The positive correlation between age and serum cortisol was observed only in children older than 3 years and it was more evident after 5 years old. Adolescents who were 16 to 19 years old had higher serum cortisol values than younger ones and also than those with incomplete pubertal development. The reference limits (2.5 and 97.5 percentiles) for the basal serum cortisol in the population of healthy subjects were: 2.97 g/dL [90% CI (1.44, 3.69)] and 23.4 g/dL [90% CI (16.3, 24.6)]. Thus, the interval for baseline serum cortisol of 4.46 to 22.7 g/dL being used up until now by the reference service was considered inappropriate for the pediatric population under study. The results presented here and the literature research suggest that reference intervals for serum cortisol should be determined specifically to the pediatric population.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEndocrinologia pediatricaInsuficiencia adrenalSistema hipófise-suprarrenalGlucocorticóides/efeitos adversosValores de referênciaHidrocortisona/administração & dosagemGlucocorticóides/administração & dosagemSupressãoPediatriaSistema hipófise-suprarrenalValores de referênciaGlucocorticóidesHidrocortisonaSupressãoDeterminação do valor de referência para o cortisol basal sérico em população pediátrica sem doença adrenalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_cristina_completa_revisada_paginada_final.pdfapplication/pdf5257237https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8UAQPC/1/disserta__o_cristina_completa_revisada_paginada_final.pdfc116f8a5933ac0c4b886189b00671860MD51TEXTdisserta__o_cristina_completa_revisada_paginada_final.pdf.txtdisserta__o_cristina_completa_revisada_paginada_final.pdf.txtExtracted texttext/plain161773https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8UAQPC/2/disserta__o_cristina_completa_revisada_paginada_final.pdf.txtc3b2f841b80c96165c5ee3e62c3b4f90MD521843/BUOS-8UAQPC2019-11-14 15:12:06.569oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8UAQPCRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:12:06Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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