Arqueologia da forma: Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Britto
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/LETR-B87FW6 |
Resumo: | Este trabalho tem como objetivo realizar uma arqueologia da forma, problematizando, para tal, os termos implicados, arqueologia e forma, no sentido de que se faz necessário entender epistemologicamente o método e o objeto, que, em perspectiva com o contemporâneo, interpelam-nos não só no discurso teórico e crítico, mas, sobretudo, através de obras artísticas. Por isso, trabalhamos a relação entre a arkh e as ciências humanas, desenvolvida na obra de importantes pensadores como Michel Foucault, Jacques Derrida e Philippe Lacoue-Labarthe, de modo a refletir sobre o sentido de sua recorrência no século XX e a pertinência de tal gesto ainda hoje. Como a noção de forma, objeto desta pesquisa, responde pela categoria de conceito, propomos uma discussão sobre o pensamento conceitual considerando correntes como a da não conceitualidade, de Hans Blumenberg, e a do pensamento por imagens benjaminiana, ambas frentes rigorosas do exercício analítico em aliança com o poético. A partir desses questionamentos, traça-se uma arqueologia da forma, como história de uma história dos momentos em que essa noção possibilitou ao pensamento dirigir-se a aspectos da visibilidade, da aparência, da performance, da realização. Com essa arqueologia, objetiva-se perceber os ecos, os desacordos e os contrastes entre esses diferentes modos de conceber a dimensão formal e a obra de três escritores contemporâneos de língua portuguesa, Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Britto. Enquanto para o primeiro importam mais a metamorfose, os processos de transformação e de devir, trabalhados não apenas tematicamente, mas em um entrelaçamento com a própria noção de obra, Nuno Ramos adentra o universo da formação, criando objetos para se observar como a matéria é concebida e se relaciona com outras matérias. A comparação de tais autores em um mesmo cenário complexifica-se quando tratamos da poesia de Paulo Henriques Britto, para quem a forma se constrói em um intenso enfrentamento com os limites da linguagem, expressando-se em composições de métricas fixas. Portanto, consideramos não só a forma, mas também as suas inflexões, como o informe, a performance e a metamorfose, de modo a pensar sobre como esses termos nos interrogam e colocam questões para o nosso tempo presente. |
id |
UFMG_301cf13ea76b118b4e227f7024ae962f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-B87FW6 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Sabrina Sedlmayer PintoAline Magalhaes PintoVera Lucia de Carvalho Casa NovaJúlia Vasconcelos StudartMarcelo Jacques de MoraesCarolina Anglada de Rezende2019-08-10T05:34:54Z2019-08-10T05:34:54Z2018-12-14http://hdl.handle.net/1843/LETR-B87FW6Este trabalho tem como objetivo realizar uma arqueologia da forma, problematizando, para tal, os termos implicados, arqueologia e forma, no sentido de que se faz necessário entender epistemologicamente o método e o objeto, que, em perspectiva com o contemporâneo, interpelam-nos não só no discurso teórico e crítico, mas, sobretudo, através de obras artísticas. Por isso, trabalhamos a relação entre a arkh e as ciências humanas, desenvolvida na obra de importantes pensadores como Michel Foucault, Jacques Derrida e Philippe Lacoue-Labarthe, de modo a refletir sobre o sentido de sua recorrência no século XX e a pertinência de tal gesto ainda hoje. Como a noção de forma, objeto desta pesquisa, responde pela categoria de conceito, propomos uma discussão sobre o pensamento conceitual considerando correntes como a da não conceitualidade, de Hans Blumenberg, e a do pensamento por imagens benjaminiana, ambas frentes rigorosas do exercício analítico em aliança com o poético. A partir desses questionamentos, traça-se uma arqueologia da forma, como história de uma história dos momentos em que essa noção possibilitou ao pensamento dirigir-se a aspectos da visibilidade, da aparência, da performance, da realização. Com essa arqueologia, objetiva-se perceber os ecos, os desacordos e os contrastes entre esses diferentes modos de conceber a dimensão formal e a obra de três escritores contemporâneos de língua portuguesa, Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Britto. Enquanto para o primeiro importam mais a metamorfose, os processos de transformação e de devir, trabalhados não apenas tematicamente, mas em um entrelaçamento com a própria noção de obra, Nuno Ramos adentra o universo da formação, criando objetos para se observar como a matéria é concebida e se relaciona com outras matérias. A comparação de tais autores em um mesmo cenário complexifica-se quando tratamos da poesia de Paulo Henriques Britto, para quem a forma se constrói em um intenso enfrentamento com os limites da linguagem, expressando-se em composições de métricas fixas. Portanto, consideramos não só a forma, mas também as suas inflexões, como o informe, a performance e a metamorfose, de modo a pensar sobre como esses termos nos interrogam e colocam questões para o nosso tempo presente.The purpose of this research is to perform an archeology of form, problematizing the terms involved, archeology and form, in the sense that it is necessary to understand epistemologically the method and the object, which in perspective with the contemporary, address us not only in theoretical and critical discourse but, above all, through artistic works. For this reason, we worked on the relationship between the arkh and the human sciences, developed in the work of important thinkers such as Michel Foucault, Jacques Derrida and Philippe Lacoue-Labarthe, in order to reflect on the meaning of its recurrence in the twentieth century and the pertinence of such a gesture until this day. As the notion of form, object of this research, responds by the category of concept, we propose a discussion about conceptual thinking considering ideas such as Hans Blumenbergs nonconceptuality, and Benjamins thought by images, both rigorous fronts of the analytic exercise in union with the poetic. From these questions, an archeology of the form is traced as a history of a history of the moments in which this notion enabled the thought to address aspects of visibility, appearance, performance, and achievement. With this archeology, the objective is to perceive the echoes, the disagreements and the contrasts between these different ways of conceiving the formal dimension and the works of three contemporary writers of Portuguese language, Herberto Helder, Nuno Ramos and Paulo Henriques Britto. For the former, the metamorphosis is more important, the processes of transformation and becoming, worked not only thematically but interwined with the very notion of work, while Nuno Ramos enters the universe of formation, creating objects to observe how matter is conceived and related to other matters. The comparison of such authors in the same scenario, becomes more complex when we deal with the poetry of Paulo Henriques Britto, for whom the form is constructed in an intense confrontation with the limits of the language, being expressed in compositions of fixed metrics. Therefore, we consider not only form, but also its inflections such as formless, performance, and metamorphosis, in order to think about how these terms interrogate us and pose questions for our present time.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGRamos, Nuno , 1960 Crítica e interpretaçãoLiteratura comparada Portuguesa e brasileiraArqueologiaBritto, Paulo Henriques Crítica e interpretaçãoHelder, Herberto , 1930 Crítica e interpretaçãoCríticaLiteratura comparada Brasileira e portuguesaNuno RamosPaulo Henriques BrittoFormaArqueologiaHerberto HelderArqueologia da forma: Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Brittoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALcarolina_anglada_tese.pdfapplication/pdf3499389https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-B87FW6/1/carolina_anglada_tese.pdfb166e16b49286ed6879f6f085963a922MD51TEXTcarolina_anglada_tese.pdf.txtcarolina_anglada_tese.pdf.txtExtracted texttext/plain831841https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-B87FW6/2/carolina_anglada_tese.pdf.txt92184017bbecb8b9db1424a0d08d812dMD521843/LETR-B87FW62019-11-14 06:21:59.574oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-B87FW6Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T09:21:59Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Arqueologia da forma: Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Britto |
title |
Arqueologia da forma: Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Britto |
spellingShingle |
Arqueologia da forma: Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Britto Carolina Anglada de Rezende Nuno Ramos Paulo Henriques Britto Forma Arqueologia Herberto Helder Ramos, Nuno , 1960 Crítica e interpretação Literatura comparada Portuguesa e brasileira Arqueologia Britto, Paulo Henriques Crítica e interpretação Helder, Herberto , 1930 Crítica e interpretação Crítica Literatura comparada Brasileira e portuguesa |
title_short |
Arqueologia da forma: Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Britto |
title_full |
Arqueologia da forma: Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Britto |
title_fullStr |
Arqueologia da forma: Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Britto |
title_full_unstemmed |
Arqueologia da forma: Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Britto |
title_sort |
Arqueologia da forma: Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Britto |
author |
Carolina Anglada de Rezende |
author_facet |
Carolina Anglada de Rezende |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Sabrina Sedlmayer Pinto |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Aline Magalhaes Pinto |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Vera Lucia de Carvalho Casa Nova |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Júlia Vasconcelos Studart |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Marcelo Jacques de Moraes |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Carolina Anglada de Rezende |
contributor_str_mv |
Sabrina Sedlmayer Pinto Aline Magalhaes Pinto Vera Lucia de Carvalho Casa Nova Júlia Vasconcelos Studart Marcelo Jacques de Moraes |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Nuno Ramos Paulo Henriques Britto Forma Arqueologia Herberto Helder |
topic |
Nuno Ramos Paulo Henriques Britto Forma Arqueologia Herberto Helder Ramos, Nuno , 1960 Crítica e interpretação Literatura comparada Portuguesa e brasileira Arqueologia Britto, Paulo Henriques Crítica e interpretação Helder, Herberto , 1930 Crítica e interpretação Crítica Literatura comparada Brasileira e portuguesa |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Ramos, Nuno , 1960 Crítica e interpretação Literatura comparada Portuguesa e brasileira Arqueologia Britto, Paulo Henriques Crítica e interpretação Helder, Herberto , 1930 Crítica e interpretação Crítica Literatura comparada Brasileira e portuguesa |
description |
Este trabalho tem como objetivo realizar uma arqueologia da forma, problematizando, para tal, os termos implicados, arqueologia e forma, no sentido de que se faz necessário entender epistemologicamente o método e o objeto, que, em perspectiva com o contemporâneo, interpelam-nos não só no discurso teórico e crítico, mas, sobretudo, através de obras artísticas. Por isso, trabalhamos a relação entre a arkh e as ciências humanas, desenvolvida na obra de importantes pensadores como Michel Foucault, Jacques Derrida e Philippe Lacoue-Labarthe, de modo a refletir sobre o sentido de sua recorrência no século XX e a pertinência de tal gesto ainda hoje. Como a noção de forma, objeto desta pesquisa, responde pela categoria de conceito, propomos uma discussão sobre o pensamento conceitual considerando correntes como a da não conceitualidade, de Hans Blumenberg, e a do pensamento por imagens benjaminiana, ambas frentes rigorosas do exercício analítico em aliança com o poético. A partir desses questionamentos, traça-se uma arqueologia da forma, como história de uma história dos momentos em que essa noção possibilitou ao pensamento dirigir-se a aspectos da visibilidade, da aparência, da performance, da realização. Com essa arqueologia, objetiva-se perceber os ecos, os desacordos e os contrastes entre esses diferentes modos de conceber a dimensão formal e a obra de três escritores contemporâneos de língua portuguesa, Herberto Helder, Nuno Ramos e Paulo Henriques Britto. Enquanto para o primeiro importam mais a metamorfose, os processos de transformação e de devir, trabalhados não apenas tematicamente, mas em um entrelaçamento com a própria noção de obra, Nuno Ramos adentra o universo da formação, criando objetos para se observar como a matéria é concebida e se relaciona com outras matérias. A comparação de tais autores em um mesmo cenário complexifica-se quando tratamos da poesia de Paulo Henriques Britto, para quem a forma se constrói em um intenso enfrentamento com os limites da linguagem, expressando-se em composições de métricas fixas. Portanto, consideramos não só a forma, mas também as suas inflexões, como o informe, a performance e a metamorfose, de modo a pensar sobre como esses termos nos interrogam e colocam questões para o nosso tempo presente. |
publishDate |
2018 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2018-12-14 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-08-10T05:34:54Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-08-10T05:34:54Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/LETR-B87FW6 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/LETR-B87FW6 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-B87FW6/1/carolina_anglada_tese.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-B87FW6/2/carolina_anglada_tese.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
b166e16b49286ed6879f6f085963a922 92184017bbecb8b9db1424a0d08d812d |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589228937871360 |