As condições de trabalho do gari de varrição e as implicações do contexto institucional

• Autor(a) principal: Georgina Maria Veras Motta
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9J8JVV
• topic: Limpeza urbana; Triangulação metodológica; Condições de trabalho; garis; Contexto institucional; Limpeza urbana; Trabalhadores Condições sociais; Psicologia

A pesquisa foi realizada com o objetivo de descrever a atividade dos garis de varrição, servidores públicos, do hipercentro de Belo Horizonte, a partir do contexto dos modelos de gestão implementados pela SLU, no período de 1973 a 2012 e das condições de trabalho experimentadas pelos garis de varrição. Empregou-se a triangulação metodológica, visando uma melhor análise dos resultados e foi organizada em duas etapas: na primeira descreveu-se a organização numa vertente institucionalista, os processos de gestão da SLU, os impactos das políticas da prefeitura para o funcionamento da autarquia e a percepção dos trabalhadores sobre as mesmas, tendo como foco os garis da varrição e sua atividade. As técnicas utilizadas foram entrevistas semiestruturadas e consulta a documentos. Adotou-se nas entrevistas o modelo da análise tridimensional das organizações e aplicou-se análise de conteúdo. Na segunda etapa, descreveu-se, numa abordagem psicossociológica, as condições de trabalho dos garis de varrição considerando-se as quatro categorias de condições de trabalho da taxonomia adotada: condições contratuais e jurídicas, condições físicas e materiais, processos e características da atividade e ambiente sociogerencial. As atividades de campo foram: aplicação de questionário estruturado de condições de trabalho (QCT), entrevistas semiestruturadas e observações. Os resultados indicaram que as políticas públicas municipais promoveram mudanças nos marcos institucionais com impactos relevantes para organização, interferindo em seus processos internos, diminuindo a margem de manobra dos gestores e que os garis as percebem como dificultadoras do funcionamento da autarquia, relatando insegurança e insatisfação pela gestão. As condições físicas e materiais são predominantemente problemáticas e que a autonomia (nas tarefas) e a permanência nos trechos são relevantes para execução da atividade. As relações entre trabalhadores e organização apontam a necessidade de promover a participação dos trabalhadores na autarquia e na gestão da atividade, valorizando as experiências dos garis, tanto para a preservação e promoção da saúde psíquica dos trabalhadores como para o desenvolvimento e qualidade do serviço de limpeza urbana, contribuindo assim para o bem-estar social.