Efetividade da reabilitação vestibular no desempenho cognitivo de idosos com disfunção vestibular

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marlon Bruno Nunes Ribeiro
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/70541
Resumo: Introdução: Estudos prévios demonstram a existência de correlação entre a disfunção vestibular e o comprometimento cognitivo. Alguns trabalhos observaram resposta das habilidades cognitivas à reabilitação vestibular. Porém, a maioria dos estudos aplicou apenas testes de rastreio cognitivo ou avaliou habilidades cognitivas específicas. Objetivo: avaliar a resposta dos domínios cognitivos, funcionalidade e sintomas depressivos à reabilitação vestibular em idosos com disfunção vestibular. Métodos: estudo longitudinal, analítico e quase-experimental (série de tempo interrompida). A casuística foi composta por 52 idosos, de ambos os sexos, com idade entre 60 e 86 anos. Foram incluídos idosos com disfunção vestibular comprovada pelos exames Potencial Miogênico Evocado Vestibular (VEMP) e/ou Video Head Impulse Test (v-HIT); que concordaram livremente em participar da pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Todos os participantes foram submetidos ao mesmo protocolo de pesquisa, que incluiu questionário para coleta de dados sociodemográficos, o Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional-20 (IVCF-20), Dizziness Handicap Inventory (DHI) — versão brasileira, Escala Visual Analógica (EVA) de percepção do incômodo provocado pela tontura e Escala de Equilíbrio de Berg (EEB), para avaliação funcional do equilíbrio. Para a avaliação da cognição, funcionalidade e rastreio de sintomas depressivos utilizou-se o Mini Exame do Estado Mental, a Bateria Neuropsicológica Breve, a Bateria de Avaliação Frontal, o Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer, a Figura de Taylor Simplificada e a Escala Geriátrica de Depressão (GDS-15). Todos os participantes foram submetidos a um protocolo composto por 8 sessões semanais de 20 minutos de reabilitação vestibular. A cognição da amostra foi avaliada antes e após a intervenção. Analisou-se a correlação entre os resultados das avaliações vestibulares com os dados cognitivos, funcionalidade e sintomas depressivos pelo teste de Spearman. As variáveis com correlação ≤ 0,2 foram selecionadas para análise multivariada por regressão linear. As variáveis vestibulares, cognitivas, funcionais e os sintomas depressivos da amostra foram comparadas pré e pós RV por meio do teste Wilcoxon e adotou-se um nível de significância de 5% (p< 0.05). Realizou-se também a análise da mudança cognitiva, funcionalidade e sintomas depressivos intra-sujeitos por meio do Índice de Mudança Confiável (RCI). Resultados: Observou-se relação entre a disfunção vestibular e desequilíbrio com os resultados da avaliação neuropsicológica (p<0,001), sintomas depressivos (p=0,001) e funcionalidade (p=0,002). Após a reabilitação vestibular, verificou-se melhora cognitiva - Neupsilin (valores pré e pós tratamento:138,50/148) e suas subescalas orientação (8/8), atenção (11,50/18), memória (37/40), habilidades aritméticas (5/6), linguagem oral (20/21), linguagem escrita (28/29), praxias (12/14) e funções executivas (5/6); BAF (12/14), MEEM (23,5/26), FTS imediata (7/9,75), FTS tardia (2,5/8,25), melhora da funcionalidade Pfeffer (2/1) e diminuição do sofrimento psicológico - GDS-15 (5/3). Conclusão: Após a reabilitação vestibular, os idosos apresentaram melhora da cognição geral e das habilidades de orientação, memória, habilidades aritméticas, linguagem oral e escrita, praxia e funções executivas. Foi ainda observado aumento do ganho do canal semicircular anterior direito, redução do impacto da tontura na qualidade de vida e dos sintomas depressivos.
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