Análise do processo de regionalismo da América Latina em um "mundo multiplex"

• Autor(a) principal: Patrícia Nasser de Carvalho
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/37419
• topic: Ordem mundial; América Latina; Regionalismo; Mundo multiplex; Regionalismo; América Latina

A partir da discussão sobre o fim da ordem mundial liderada pelos EUA, desenvolvido pelo professor Amitav Acharya e incialmente apresentada em seu livro The End of American Order (2014), para explicar a ordem mundial emergente, que neste início de século substitui a ordem internacional hegemônica liberal liderada pelos EUA desde o final da Segunda Guerra, o objetivo deste artigo é responder às seguintes perguntas: de que forma o regionalismo na América Latina (AL) é uma estratégia de inserção internacional dos países da região no “Mundo Multiplex”? Como ele influencia e auxilia no redesenho das instituições e regras de governança global? O “Mundo Multiplex” baseia-se na ideia de que o poder dos EUA está em declínio, há múltiplos e importantes atores, cultural e politicamente diversos, a interdependência global alcança níveis sem precedentes e a ordem emergente é descentralizada e pluralista. Frente aos desafios colocados à hegemonia dos EUA nas primeiras décadas do Século XXI, a descentralização da nova ordem implica em que o processo de regionalismo seja importante tendência, resultando na sua fragmentação, mas não na sua instabilidade. Esta pesquisa qualitativa identifica como o processo regionalista marca o sistema fragmentado de governança regional. A análise mostra ainda que esses países veem o regionalismo como forma de reagir aos privilégios das grandes potências ocidentais, as quais, na sua percepção, abusavam das normas e regras existentes em favor dos seus interesses, e resistiam às reformas das instituições multilaterais. Além disso, nas últimas décadas, o regionalismo é percebido pelos governos latino-americanos como oportunidade para promover seu desenvolvimento, fortalecer o poder regional, a posição na economia global e na política internacional e superar os desafios transnacionais e as novas ameaças.