Participação de eosinófilos na evolução da infecção experimental por Schistosoma mansoni em camundongos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vinicius Gustavo de Oliveira
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AHRLAK
Resumo: A gravidade da esquistossomose crônica tem sido associada à intensidade e extensão da reação celular denominada de granuloma, induzida por antígenos secretados pela deposição de ovos do parasito, principalmente no fígado e intestino do hospedeiro. Na fase aguda da doença cerca de 50% das células que constituem o granuloma são eosinófilos, entretanto o papel desta célula na patologia da esquistossomose ainda não está completamente estabelecido. Para investigar a participação dos eosinófilos no controle da carga parasitária, na formação do granuloma e na evolução da morbidade induzida pela infecção experimental de camundongos com S. mansoni, animais BALB/c geneticamente deficientes na diferenciação de eosinófilos (dblGATA) e camundongos BALB/c não deficientes (WT) foram infectados subcutaneamente com 25 cercárias de S.mansoni da linhagem LE e acompanhados por 12 semanas. Durante todo período foi acompanhado a mortalidade induzida pela infecção. Após 8 (fase aguda) e 12 (fase crônica) semanas da infecção foram necropsiados animais de cada grupo experimental para estimar a carga parasitária, através da contagem de vermes recuperados da circulação e de ovos retidos no fígado e intestino e eliminados nas fezes de cada animal. No mesmo período, foram realizadas avaliações imunológicas e patológicas através da avaliação de infiltração celular, produção de citocinas, deposição de colágeno e medida dos granulomas no fígado dos animais. Durante a esquistossomose experimental, a ausência de eosinófilos nos camundongos dblGATA foi confirmada pela reduzida atividade de EPO tecidual e ausência de células com morfologia típica de eosinófilos na avaliação histopatológica. A ausência de eosinófilos foi acompanhada por redução de atividade de MPO, mas não de NAG, indicando redução seletiva no recrutamento de granulócitos. Na fase aguda e crônica da esquistossomose o número de vermes recuperados da circulação e de ovos retidos no fígado ou eliminados nas fezes foram semelhantes em camundongos WT e dblGATA; contudo, houve maior retenção de ovos do parasito no intestino dos animais deficientes. Animais dblGATA infectados apresentaram redução significativa da produção de citocinas Th2 (IL-33, IL-13 e IL-5), IL-17 e citocinas regulatórias (IL-10 e TGF-) e aumento de citocinas Th1 (IFN- e TNF-), em comparação aos animais BALB/c WT, sem mostrar alterações nos níveis de IL-4. A alteração da resposta imune hepática em dblGATA infectados resultou em aumento significativo da área do granuloma e da infiltração de células mononucleares e redução de granulócitos na fase crônica da infecção, sendo acompanhado por aumento significativo dos níveis séricos de transaminases (AST ALT), que indicam maior lesão hepática. Por outro lado, camundongos dblGATA apresentaram menor deposição de colágeno no fígado em resposta à infecção. Os dados apresentados indicam que eosinófilos auxiliam na polarização e modulação da resposta Th2, afetando o controle da lesão tecidual e evolução da fibrose durante a infecção por Schistosoma mansoni.
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Para investigar a participação dos eosinófilos no controle da carga parasitária, na formação do granuloma e na evolução da morbidade induzida pela infecção experimental de camundongos com S. mansoni, animais BALB/c geneticamente deficientes na diferenciação de eosinófilos (dblGATA) e camundongos BALB/c não deficientes (WT) foram infectados subcutaneamente com 25 cercárias de S.mansoni da linhagem LE e acompanhados por 12 semanas. Durante todo período foi acompanhado a mortalidade induzida pela infecção. Após 8 (fase aguda) e 12 (fase crônica) semanas da infecção foram necropsiados animais de cada grupo experimental para estimar a carga parasitária, através da contagem de vermes recuperados da circulação e de ovos retidos no fígado e intestino e eliminados nas fezes de cada animal. No mesmo período, foram realizadas avaliações imunológicas e patológicas através da avaliação de infiltração celular, produção de citocinas, deposição de colágeno e medida dos granulomas no fígado dos animais. Durante a esquistossomose experimental, a ausência de eosinófilos nos camundongos dblGATA foi confirmada pela reduzida atividade de EPO tecidual e ausência de células com morfologia típica de eosinófilos na avaliação histopatológica. A ausência de eosinófilos foi acompanhada por redução de atividade de MPO, mas não de NAG, indicando redução seletiva no recrutamento de granulócitos. Na fase aguda e crônica da esquistossomose o número de vermes recuperados da circulação e de ovos retidos no fígado ou eliminados nas fezes foram semelhantes em camundongos WT e dblGATA; contudo, houve maior retenção de ovos do parasito no intestino dos animais deficientes. Animais dblGATA infectados apresentaram redução significativa da produção de citocinas Th2 (IL-33, IL-13 e IL-5), IL-17 e citocinas regulatórias (IL-10 e TGF-) e aumento de citocinas Th1 (IFN- e TNF-), em comparação aos animais BALB/c WT, sem mostrar alterações nos níveis de IL-4. A alteração da resposta imune hepática em dblGATA infectados resultou em aumento significativo da área do granuloma e da infiltração de células mononucleares e redução de granulócitos na fase crônica da infecção, sendo acompanhado por aumento significativo dos níveis séricos de transaminases (AST ALT), que indicam maior lesão hepática. Por outro lado, camundongos dblGATA apresentaram menor deposição de colágeno no fígado em resposta à infecção. Os dados apresentados indicam que eosinófilos auxiliam na polarização e modulação da resposta Th2, afetando o controle da lesão tecidual e evolução da fibrose durante a infecção por Schistosoma mansoni.The severity of chronic schistosomiasis has been associated with the intensity and type of the granulomatous inflammation, a cellular response induced by secreted antigens from parasite eggs retained in the liver and intestine of the host. During acute schistosomiasis, about 50% of the cells that constitute the granuloma are eosinophils, however, the role of this cell in schistosomiasis pathology is not yet fully established. To investigate the role of eosinophils in the parasitic burden control, granuloma formation and evolution of morbidity induced by experimental infection of mice with S. mansoni, BALB/c genetically deficient in the differentiation of eosinophils (dblGATA) and BALB/c not deficient (WT) were infected subcutaneously with 25 cercariae of the LE S. mansoni lineage and followed for 12 weeks. During the entire period the mortality induced by the infection was monitored. After 8 (acute phase) and 12 (chronic phase) weeks of infection, animals from each experimental group were euthanized to estimate the parasitic load through the counts of worms recovered from the circulation and eggs retained in the liver and intestine and eliminated in the feces of each animal. In the same period, immunological and pathological evaluations were performed by the assessment of cellular infiltration, cytokine production, collagen deposition and granuloma measurement in the liver of experimental animals. During experimental schistosomiasis, the absence of eosinophils in dblGATA mice was confirmed by reduced EPO tissue activity and absence of cells with the typical eosinophils morphology on the histopathological evaluation. The absence of eosinophils was accompanied by lower MPO activity, but not in NAG activity, suggesting a selective reduction in the recruitment of granulocytes. In acute and chronic phase of schistosomiasis the number of worms recovered from circulation and the eggs retained in the liver or eliminated in the feces were similar in WT and dblGATA mice, however with greater retention of eggs in the intestinal tissue in animals deficient. dblGATA infected mice showed significant decrease in liver concentration of Th2 cytokines (IL-33, IL-13 and IL-5), IL-17 and regulatory cytokines (IL-10 and TGF-), and increase in Th1 cytokines (IFN- e TNF-), as compared to BALB/c WT animals, but there was no difference in IL-4 levels between the infected mice. The alterations of immune response of infected dblGATA was accompanied by higher infiltration of mononuclear cells and significant increase in the granuloma volume, but lower collagen deposition in liver of chronically infected deficient mice. Moreover, dblGATA mice showed a significant increase in serum transaminase levels (AST ALT), indicating greater liver damage. The current data indicate that eosinophils support the polarization of Th2 response and its modulation, affecting the control of tissue damage and progression of fibrosis during Schistosoma mansoni infection.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGParasitologiaSchistosoma mansoniResposta imuneGranulomaEosinófiloParticipação de eosinófilos na evolução da infecção experimental por Schistosoma mansoni em camundongosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_vinicius_corrigida_final..pdfapplication/pdf2921442https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AHRLAK/1/disserta__o_vinicius_corrigida_final..pdfdf57b771453122d9c84e8f37ccd91a80MD51TEXTdisserta__o_vinicius_corrigida_final..pdf.txtdisserta__o_vinicius_corrigida_final..pdf.txtExtracted texttext/plain180836https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AHRLAK/2/disserta__o_vinicius_corrigida_final..pdf.txt1e63001a73618551fcb4c60344209ec7MD521843/BUBD-AHRLAK2019-11-14 07:12:56.427oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AHRLAKRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:12:56Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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