Mães em situação de violência doméstica: fragmentos da clínica

• Autor(a) principal: Hebert Geraldo de Souza
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AHSNYW
• topic: Políticas públicas; Mulher e maternidade; Violência; Violência doméstica; Direitos humanos; Saúde pública; Mulheres agredidas; Relações mãe-filho; Vulnerabilidade; Violência contra a mulher; Relações familiares

O presente trabalho é resultado de uma prática realizada no Centro Risoleta Neves de Atendimento (CERNA/MG), instituição de direitos humanos componente da estrutura do Governo do Estado de Minas Gerais, que realiza atendimento psicossocial de mulheres em situação de violência doméstica. Portanto, neste cenário de atendimento as mulheres, uma nova configuração de violência despertou o interesse para investigação: a violência doméstica de filhos contra as mães. Diante desta problemática, seguindo um referencial psicanalítico, esta dissertação investiga os impasses vividos por mães que foram acolhidas e atendidas pelo autor da pesquisa, e a partir do discurso delas, aborda os fatores subjetivos e sociais que permearam a relação de violência doméstica cometida por seus filhos. Portanto, fez parte do percurso teórico, registrar alguns dos ensinamentos sobre violência e agressividade em psicanálise e apresentar o cenário de inserção das Políticas Públicas para Mulheres, que abrange também as mães. Como metodologia da pesquisa, sabendo que a construção do saber em psicanálise é indissociável da prática clínica, as entrevistas clínicas de orientação psicanalítica foram eleitas como método, tendo como suporte os efeitos terapêuticos rápidos apontados pela própria psicanálise. A partir de seis fragmentos extraídos das entrevistas clínicas com estas mães, pode-se concluir que estas mães convocaram não apenas uma lei que mediasse à relação entre elas e os filhos, mas ao denunciar o filho, denunciaram também algo do desejo da mãe, apontando para o quão imperativo foi à marca que o desejo de cada uma delas estampou naquele filho agressor. Ao apresentar a queixa sobre a violência, marcavam a maternidade como central no engendramento do conflito familiar. Assim, os seis fragmentos de casos retratados na presente pesquisa demonstram diversos percursos trilhados por essas mulheres sobre a maternidade, que permeada pela violência de seus filhos, as tomou como causa.