Psicologia humanista de Carl Rogers: recepção e circulação no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paulo Coelho Castelo Branco
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A5MKEE
Resumo: Tese dividida em quatro estudos, cujo eixo central é o entendimento de que toda Psicologia é local e expressa em seu respectivo contexto de desenvolvimento uma hibridização que depende dos seus processos históricos de recepção e circulação. Aplicou-se esse entendimento ao argumento de que a Psicologia Humanista de Carl Rogers, em seu desenvolvimento nos EUA e no Brasil, foi sensível a esses processos, havendo especificidades que os distinguem em cada localidade. A perspectiva que se escolheu para investigar tal argumento ocorreu mediante as relações da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) com a Fenomenologia. Ressalta-se que todos os estudos são independentes, entretanto cada qual versa historicamente essa perspectiva ao seu modo. O primeiro estudo tem um cunho teórico sobre a noção de recepção e circulação e suas implicações para pesquisas históricas em Psicologia. O segundo estudo se inspira na abordagem historiográfica de Josef Broek para analisar as diversas relações que Rogers estabeleceu com a Fenomenologia. Para isso, o estudo 2 se divide em duas análises: a primeira levanta o número de filósofos citados e referenciados por Rogers ao longo de suas obras; a segunda examina sete momentos relacionais de Rogers com o movimento de recepção da Fenomenologia pela Psicologia estadunidense, nas décadas de 1940- 1960. Rogers, efetivamente, somente citou e referenciou 1 fenomenólogo, Martin Heidegger. A Fenomenologia que Rogers menciona não é a filosófica, que ele viu com ressalvas, mas é um paradigma estadunidense de ciência empírica e de estudos da personalidade. O terceiro estudo, novamente inspirado pela historiografia de Broek, divide os momentos de recepção da Psicologia Humanista de Rogers no Brasil, de 1945 a 1990, analisa as obras rogerianas traduzidas para o português brasileiro, nos anos de 1970-2000, e realiza um levantamento bibliográfico para entender o tipo de ACP que circula em periódicos brasileiros, de 2002 até 2014. Os resultados do estudo 3 apontam que: a ACP de orientação fenomenológica se estabeleceu em um período de crise, no final da década de 1980; atualmente, há uma escassez de produção de artigos sobre Rogers; existe uma hegemonia de produções teóricas e clínicas; a ACP brasileira se distingue da ACP de Roger por concretizar uma relação com a filosofia fenomenológica europeia em suas discussões teóricas. O quarto estudo reflete, a recepção e circulação da noção rogeriana de consciência na ACP brasileira de linhagem fenomenológica. Aponta-se para o cenário brasileiro, onde existe uma tensão epistemológica em aproximar da Psicologia Humanista de Rogers a Fenomenologia, pois a ideia rogeriana de consciência procede de uma base pragmatista-funcionalista que difere do esteio fenomenológico; entretanto, historicamente, é possível entender essa relação em termos de um desenvolvimento local. No transcurso dos estudos, concluiu-se que há uma série de potencialidades teórico-conceituais na aproximação da ACP com a Fenomenologia. A atitude historiográfica sobre essa relação possui, em seu cerne, um aspecto compreensivo as dimensões locais que afetam historicamente a Psicologia Humanista de Rogers e a ACP brasileira.
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O primeiro estudo tem um cunho teórico sobre a noção de recepção e circulação e suas implicações para pesquisas históricas em Psicologia. O segundo estudo se inspira na abordagem historiográfica de Josef Broek para analisar as diversas relações que Rogers estabeleceu com a Fenomenologia. Para isso, o estudo 2 se divide em duas análises: a primeira levanta o número de filósofos citados e referenciados por Rogers ao longo de suas obras; a segunda examina sete momentos relacionais de Rogers com o movimento de recepção da Fenomenologia pela Psicologia estadunidense, nas décadas de 1940- 1960. Rogers, efetivamente, somente citou e referenciou 1 fenomenólogo, Martin Heidegger. A Fenomenologia que Rogers menciona não é a filosófica, que ele viu com ressalvas, mas é um paradigma estadunidense de ciência empírica e de estudos da personalidade. O terceiro estudo, novamente inspirado pela historiografia de Broek, divide os momentos de recepção da Psicologia Humanista de Rogers no Brasil, de 1945 a 1990, analisa as obras rogerianas traduzidas para o português brasileiro, nos anos de 1970-2000, e realiza um levantamento bibliográfico para entender o tipo de ACP que circula em periódicos brasileiros, de 2002 até 2014. Os resultados do estudo 3 apontam que: a ACP de orientação fenomenológica se estabeleceu em um período de crise, no final da década de 1980; atualmente, há uma escassez de produção de artigos sobre Rogers; existe uma hegemonia de produções teóricas e clínicas; a ACP brasileira se distingue da ACP de Roger por concretizar uma relação com a filosofia fenomenológica europeia em suas discussões teóricas. O quarto estudo reflete, a recepção e circulação da noção rogeriana de consciência na ACP brasileira de linhagem fenomenológica. Aponta-se para o cenário brasileiro, onde existe uma tensão epistemológica em aproximar da Psicologia Humanista de Rogers a Fenomenologia, pois a ideia rogeriana de consciência procede de uma base pragmatista-funcionalista que difere do esteio fenomenológico; entretanto, historicamente, é possível entender essa relação em termos de um desenvolvimento local. No transcurso dos estudos, concluiu-se que há uma série de potencialidades teórico-conceituais na aproximação da ACP com a Fenomenologia. A atitude historiográfica sobre essa relação possui, em seu cerne, um aspecto compreensivo as dimensões locais que afetam historicamente a Psicologia Humanista de Rogers e a ACP brasileira.Thesis divided in four studies whose central idea is that all Psychology is local and expresses in its developmental context a hybridization that depends on its historical processes of reception and circulation. This idea was applied to the argument that the Humanist Psychology of Carl Rogers, in its development in the U.S.A. and in Brazil, was sensible to these processes, with specific aspects distinguishing them in each place. The perspective chosen to investigate such argument is based on the relations between the Person-Centered Approach (PCA) and Phenomenology. It should be noted that all studies are independent, however each of them refers historically to this perspective in its own way. The first study is theoretical and is about the notion of reception and circulation and their implications to historical research in Psychology. The second one is inspired by Josef Broek's historiographical approach, analyzing the several relations that Rogers established to Phenomenology. To do so, the second study is divided in two analyses: one that reviews the number of philosophers quoted and referenced by Rogers throughout his work; other that examines seven moments when Rogers established relations with the movement of reception of Phenomenology by the American Psychology, from 1940 to 1960. In fact, Rogers only quoted and referenced one phenomenologist, Martin Heidegger. The Phenomenology mentioned by Rogers isn't the philosophical one, which he saw with caveats, but an American paradigm of empirical science and personality studies. The third study, again inspired by Broek's historiography, divides the moments of reception of Rogers' Humanist Psychology in Brazil, from 1945 to 1990, analyzes the Rogerian works translated to Brazilian Portuguese from 1970 to 2000, and performs a bibliographic review to understand the kind of PCA that circulates in Brazilian periodicals from 2002 to 2014. The results from the third study point out that: phenomenological PCA was established in at the end of 1980s crisis; currently theres a shortage in articles production about Rogers; theres hegemony of theoretical and clinical productions; Brazilian PCA differs from Rogerian PCA as it establishes, in its theoretical discussions, a relation to the European phenomenological philosophy. The fourth study reflects, epistemic and historically, the reception and circulation of the Rogerian notion of consciousness in Brazilian PCA of phenomenological lineage. Noteworthy points up to Brazil scene, where there is an epistemic tension in approaching Rogers' Humanist Psychology to Phenomenology, as the Rogerian idea of consciousness comes from a pragmatic-functional base that differs from a phenomenological one; however, historically, that relation can be understood in terms of local development. In the course of the studies the conclusion is that there is a series of theoretical and conceptual potentialities in approaching PCA to Phenomenology. The historiographical attitude toward this relation has, in its core, a comprehensive aspect to the local dimensions affecting historically Rogers' Humanist Psychology and Brazilian PCA.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPsicologia HistoriografiaPsicologia HistóriaRogers, Carl R (Carl Ransom), 1902-1987PsicologiaCirculaçãoRecepçãoAbordagem centrada na pessoaCarl RogersFenomenologiaPsicologia humanista de Carl Rogers: recepção e circulação no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_paulo_coelho.pdfapplication/pdf1563872https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A5MKEE/1/tese_paulo_coelho.pdf1555ca7612600b506d2387a28452ff20MD51TEXTtese_paulo_coelho.pdf.txttese_paulo_coelho.pdf.txtExtracted texttext/plain287045https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A5MKEE/2/tese_paulo_coelho.pdf.txtd4895a9a9bfe792af3f20936d9c78cf8MD521843/BUBD-A5MKEE2020-01-29 13:55:10.257oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-A5MKEERepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-01-29T16:55:10Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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