Doutores da alegria e profissionais de saúde: o palhaço de hospital na percepção de quem cuida
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/GCPA-8KUHE9 |
Resumo: | Este estudo teve por objetivo analisar a percepção de profissionais de saúde sobre a atuação dosDoutores da Alegria, um grupo formado por artistas que se vestem de palhaços e visitam criançasinternadas em hospitais públicos, e sua influência no seu cotidiano de trabalho. Os sujeitos da pesquisaforam treze profissionais das diferentes categorias que atuam na enfermaria e no CTI da unidadepediátrica de um hospital universitário. A pesquisa foi de natureza qualitativa e, com relação aos dadoscoletados por meio de entrevistas, utilizou-se a técnica da análise de conteúdo. Os resultadosapontaram que os profissionais de saúde percebem os Doutores da Alegria de forma positiva e osvêem como um grupo que desenvolve atividades geradoras de benefícios diversos, dentre os quais, atransformação do clima no ambiente hospitalar, considerado pelos entrevistados como tenso, pesado eestressante e com rotinas de trabalho cansativas e maçantes, em algo mais leve, alegre e descontraído.Entretanto, profissionais do CTI disseram ter restrições ao trabalho dos palhaços, pelo fato de que hámomentos em que a tensão nesse local é muito grande e a presença dos Doutores da Alegria interferena rotina de trabalho, e que nos momentos de maior sofrimento, os pais das crianças internadas nãoestariam abertos para as brincadeiras dos palhaços. Verificou-se que na visão dos profissionais, seuscolegas de trabalho percebem como positivas as atividades desenvolvidas pelos Doutores da Alegria, eque pouquíssimos não percebem-nas da mesma forma, devido a uma característica de personalidade.Não foi possível comprovar mudança no comportamento da equipe de profissionais após o início dasatividades dos Doutores da Alegria, ocorrido em 2007. Também não se relatou interferênciasprejudiciais na rotina de trabalho dos profissionais, salvo raramente, em situações pouco significativas.Os profissionais consideram as atividades dos Doutores da Alegria como complementares às suas etodos gostariam de receber a visita desses palhaços caso fossem pacientes, familiares ouacompanhantes, exceto caso estivessem passando por um momento de introspecção em relação àdoença e não quisessem nenhum tipo de visita. Os profissionais também implementariam as atividadesdesse grupo, caso ocupassem um cargo de gestor nessa instituição, pelos benefícios já citados e poracharem que os palhaços favorecem uma recuperação mais rápida da criança, reduzindo o período deinternação. Foi explicitado o desejo de que a atuação dos Doutores da Alegria fosse expandida paraoutras alas do hospital e para o turno noturno. Por fim, percebeu-se que os entrevistados percebemclaramente a diferença existente entre os Doutores da Alegria e os outros grupos de palhaços quetambém realizam visitas no hospital voluntariamente, sendo que o principal fator mencionado foi oprofissionalismo daqueles artistas, atribuído à formação e aos treinamentos recebidos. |
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Maria Jose Menezes BritoFlávia Regina Souza RamosAna Lúcia Martins SoaresAntonio Geraldo Goncalves Sena2019-08-14T19:54:29Z2019-08-14T19:54:29Z2011-05-19http://hdl.handle.net/1843/GCPA-8KUHE9Este estudo teve por objetivo analisar a percepção de profissionais de saúde sobre a atuação dosDoutores da Alegria, um grupo formado por artistas que se vestem de palhaços e visitam criançasinternadas em hospitais públicos, e sua influência no seu cotidiano de trabalho. Os sujeitos da pesquisaforam treze profissionais das diferentes categorias que atuam na enfermaria e no CTI da unidadepediátrica de um hospital universitário. A pesquisa foi de natureza qualitativa e, com relação aos dadoscoletados por meio de entrevistas, utilizou-se a técnica da análise de conteúdo. Os resultadosapontaram que os profissionais de saúde percebem os Doutores da Alegria de forma positiva e osvêem como um grupo que desenvolve atividades geradoras de benefícios diversos, dentre os quais, atransformação do clima no ambiente hospitalar, considerado pelos entrevistados como tenso, pesado eestressante e com rotinas de trabalho cansativas e maçantes, em algo mais leve, alegre e descontraído.Entretanto, profissionais do CTI disseram ter restrições ao trabalho dos palhaços, pelo fato de que hámomentos em que a tensão nesse local é muito grande e a presença dos Doutores da Alegria interferena rotina de trabalho, e que nos momentos de maior sofrimento, os pais das crianças internadas nãoestariam abertos para as brincadeiras dos palhaços. Verificou-se que na visão dos profissionais, seuscolegas de trabalho percebem como positivas as atividades desenvolvidas pelos Doutores da Alegria, eque pouquíssimos não percebem-nas da mesma forma, devido a uma característica de personalidade.Não foi possível comprovar mudança no comportamento da equipe de profissionais após o início dasatividades dos Doutores da Alegria, ocorrido em 2007. Também não se relatou interferênciasprejudiciais na rotina de trabalho dos profissionais, salvo raramente, em situações pouco significativas.Os profissionais consideram as atividades dos Doutores da Alegria como complementares às suas etodos gostariam de receber a visita desses palhaços caso fossem pacientes, familiares ouacompanhantes, exceto caso estivessem passando por um momento de introspecção em relação àdoença e não quisessem nenhum tipo de visita. Os profissionais também implementariam as atividadesdesse grupo, caso ocupassem um cargo de gestor nessa instituição, pelos benefícios já citados e poracharem que os palhaços favorecem uma recuperação mais rápida da criança, reduzindo o período deinternação. Foi explicitado o desejo de que a atuação dos Doutores da Alegria fosse expandida paraoutras alas do hospital e para o turno noturno. Por fim, percebeu-se que os entrevistados percebemclaramente a diferença existente entre os Doutores da Alegria e os outros grupos de palhaços quetambém realizam visitas no hospital voluntariamente, sendo que o principal fator mencionado foi oprofissionalismo daqueles artistas, atribuído à formação e aos treinamentos recebidos.This study aimed to examine the perception of health professionals on the performance of Doutores daAlegria, a group formed by artists who dress as clowns and visit children in public hospitals, and theirinfluence in their daily work. The study subjects were thirteen professionals of different categories thatwork in the ward and the ICU of the pediatric unit of a university hospital. The research wasqualitative in nature and, concerning the data collected through interviews, the technique of contentanalysis was used. The results showed that health professionals perceive the clown doctors positivelyand see them as a group that develops activities that generate many benefits, among which is thetransformation of the atmosphere in the hospital environment, considered by respondents as tense,heavy and stressful, and with tiring, dull work routine, into a lighter, cheerful and relaxedenvironment. However, many UCI professionals said they had reservations concerning the work of theclowns, due to the fact that there are times when the tension in that place is very big and the presenceof Doutores da Alegria interfere with routine work, and that in moments of greatest suffering, theparents of the children admitted would not be open to the jokes of the clowns. It was found that in thestaff's point of view, their colleagues also see the activities carried out by Doutores da Alegria aspositive, and that very few do not see it the same way, due to a personality trait. It was not possible todemonstrate change in the behavior of the professional team after the start of the activities of Doutoresda Alegria occurred in 2007. Harmful interference in the routine work of the staff was not reportedeither, except rarely, in cases of little significance. The staff members considered the activities ofDoutores da Alegria as complementary to theirs and they would like to be visited by these clowns ifthey were patients, family members or companions, except if they were going through a period ofintrospection because of the disease and did not want any type of visit. The staff members would alsoimplement the group's activities if they occupied a manager position at the institution, due to theaforementioned benefits and because they think that the clowns help with a quicker recovery, reducingthe child's hospitalization period. The desire that the group Doutores da Alegria expand itsperformance to other wards of the hospital and the night shift was explicit. Finally, it was noticed thatrespondents clearly perceive the difference between Doutores da Alegria and the other groups ofclowns that also carry out visits to the hospital voluntarily, the main reason being attributed to theprofessionalism of the former, who receive education and training.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGHumanosTrabalhadores Voluntários de HospitalPesquisa QualitativaPercepçãoEnfermagemCriança Hospitalizada/psicologiaHumanização da AssistênciaQuestionáriosCriançasRelações Enfermeiro-PacienteTrabalhadores Voluntários de HospitalCriança HospitalizadaHumanização da AssistênciaPessoal de SaúdeCondições de TrabalhoDoutores da alegria e profissionais de saúde: o palhaço de hospital na percepção de quem cuidainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALantonio_geraldo_gon_alves_sena.pdfapplication/pdf868727https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/GCPA-8KUHE9/1/antonio_geraldo_gon_alves_sena.pdff152453d489526a38eee4fb471ed1ea0MD51TEXTantonio_geraldo_gon_alves_sena.pdf.txtantonio_geraldo_gon_alves_sena.pdf.txtExtracted texttext/plain239231https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/GCPA-8KUHE9/2/antonio_geraldo_gon_alves_sena.pdf.txtfacfbdf71f3c6176398638c5194f0568MD521843/GCPA-8KUHE92019-11-14 13:40:08.904oai:repositorio.ufmg.br:1843/GCPA-8KUHE9Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T16:40:08Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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