Associação entre comprometimento da motilidade esofágica e morbidade cardíaca na Doença de Chagas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B43J32 |
Resumo: | Este estudo foi desenhado para avaliar se alterações na motilidade esofagiana, à cintilografia, marcadoras indiretas de disfunção autonômica no esôfago, correlacionam-se com diferentes formas da doença de Chagas e associam-se a marcadores ecocardiográficos de morbidade cardíaca nessa doença. Pacientes, com idade variando entre 28 e 77 anos (média de 55,1 ± 11,8), foram agrupados em forma indeterminada (FCI), forma cardíaca dilatada (CCC5) e controles saudáveis (NCh). Constituíram o grupo-controle (NCh) 20 indivíduos saudáveis, com testes sorológicos negativos para infecção pelo T. cruzi, provenientes de área não endêmica, com idade entre 28 e 77 anos (média 48,2 ± 13,9). O grupo FCI incluiu 33 pacientes assintomáticos, com idade entre 39 e 77 anos (média de 56,7 ± 10,1), sem alterações significantes ao eletrocardiograma, à radiografia do tórax e ao ecocardiograma. O grupo CCC5 incluiu 42 pacientes, com idade entre 31 e 76 anos (média de 57,1 ± 11,1), com achados ecocardiográficos de dilatação do ventrículo esquerdo e comprometimento da função ventricular sistólica. Observou-se diferença nos valores de tempo de trânsito esofágico (TTE) e no percentual de esvaziamento do esôfago (%EE) por grupo (valor -p <0,001). O menor valor mediano de TTE foi observado no grupo controle (mediana = 8,0), seguido pelo grupo FCI (mediana = 16,5) e pelo CCC5 (mediana=60,0). Com relação ao %EE, observou-se maior valor mediano para o grupo controle (mediana = 92,3), seguida pelos grupos FCI (mediana = 86,7) e CCC5 (mediana=56,9). Após ajuste por sexo e idade, observou-se que as diferenças das medidas TTE e %EE por grupo se mantiveram (p < 0,05). Os resultados sugerem que alterações funcionais do esôfago, marcadores prováveis de desnervação, devem-se à própria doença, e não ao envelhecimento, e associam-se à morbidade cardíaca expressa pela classificação clínica da doença de Chagas, sendo mais prevalentes e de maior magnitude com o aumento da morbidade cardíaca (NCh < FCI < CCC5). Observou-se, ainda, que quanto maior a morbidade cardíaca, expressa pelos valores de FEVE, mais prevalente é a alteração funcional do esôfago, o que fala a favor do caráter global, sistematizado, do acometimento do sistema nervoso autônomo, restando saber se o comprometimento funcional esofagiano teria relação com marcadores de desnervação cardíaca. |
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Manoel Otavio da Costa RochaViviane Santuari ParizottoAntonio Luiz Pinho RibeiroGabriel Assis Lopes do CarmoSandra Monetti Dumont Sanches2019-08-12T20:17:55Z2019-08-12T20:17:55Z2018-02-27http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B43J32Este estudo foi desenhado para avaliar se alterações na motilidade esofagiana, à cintilografia, marcadoras indiretas de disfunção autonômica no esôfago, correlacionam-se com diferentes formas da doença de Chagas e associam-se a marcadores ecocardiográficos de morbidade cardíaca nessa doença. Pacientes, com idade variando entre 28 e 77 anos (média de 55,1 ± 11,8), foram agrupados em forma indeterminada (FCI), forma cardíaca dilatada (CCC5) e controles saudáveis (NCh). Constituíram o grupo-controle (NCh) 20 indivíduos saudáveis, com testes sorológicos negativos para infecção pelo T. cruzi, provenientes de área não endêmica, com idade entre 28 e 77 anos (média 48,2 ± 13,9). 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Os resultados sugerem que alterações funcionais do esôfago, marcadores prováveis de desnervação, devem-se à própria doença, e não ao envelhecimento, e associam-se à morbidade cardíaca expressa pela classificação clínica da doença de Chagas, sendo mais prevalentes e de maior magnitude com o aumento da morbidade cardíaca (NCh < FCI < CCC5). Observou-se, ainda, que quanto maior a morbidade cardíaca, expressa pelos valores de FEVE, mais prevalente é a alteração funcional do esôfago, o que fala a favor do caráter global, sistematizado, do acometimento do sistema nervoso autônomo, restando saber se o comprometimento funcional esofagiano teria relação com marcadores de desnervação cardíaca.This study was designed to assess whether alterations in esophageal motility, a surrogate marker of autonomic dysfunction, correlate with different forms of Chagas disease, and are associated with echocardiographic morbidity markers in this disease. Patients, aged between 28 - 77 years (mean 55,1 ± 11,8) were grouped in indeterminate form (FCI), dilated heart form (CCC5) and healthy controls (NCh). Twenty healthy individuals with negative serological tests for T. cruzi infection from a non-endemic area, aged 28-77 years (mean 48.2 ± 13.9), were the control group (NCh). The FCI group included 33 asymptomatic patients, aged between 39-77 years (mean of 56.0 ± 10.0), without significant electrocardiogram changes, chest radiograph and echocardiogram. The CCC5 group included 42 patients, aged between 31 - 76 years (mean of 57.6 ± 11.0) with dilated cardiomyopathy, characterized by echocardiographic findings of left ventricular dilation with impairment of systolic ventricular function. The results showed a difference in TTE values and percentage of esophageal emptying (%EE) per group (p-value <0.001). The lowest median TTE was observed for the normal group (median = 8.0), followed by the FCI (median = 16.5) and CCC5 (median = 60.0) groups. Regarding % EE, a higher median value was observed for the normal group (median = 92.3), followed by the FCI (median = 86.7) and CCC5 (median = 56.9) groups. Even after adjusting for sex and age, differences in TTE measurements and emptying by group remained (p <0.05). The results suggest that functional alterations of the esophagus, probable markers of denervation, of the disease itself, and not related to aging, and are associated with cardiac morbidity expressed by the clinical classification of Chagas disease, being more prevalent and of greater magnitude with the grade of the cardiac morbidity (NCh <FCI <CCC5). The higher the cardiac morbidity, expressed by the LVEF and LVD values, the more prevalent the functional esophageal change. This suggests a systematized and global involvement of the autonomic nervous system. Focus on now if esophageal functional impairment would be related to cardiac denervation markers.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGTranstornos da Motilidade EsofágicaCintilografiaInsuficiência CardíacaMorbidadeMedicinaDoença de ChagasDesnervação AutonômicaDoença de ChagasMorbidade CardíacaCintilografia de Trânsito EsofágicoAssociação entre comprometimento da motilidade esofágica e morbidade cardíaca na Doença de Chagasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_sandra_dumont__final_2018__29_06.pdfapplication/pdf2264549https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B43J32/1/tese_sandra_dumont__final_2018__29_06.pdfd683790ad3c11f50880a7f57f6ad7503MD51TEXTtese_sandra_dumont__final_2018__29_06.pdf.txttese_sandra_dumont__final_2018__29_06.pdf.txtExtracted texttext/plain189697https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B43J32/2/tese_sandra_dumont__final_2018__29_06.pdf.txt57170cfdeae7f3c53b7f36594a2399d4MD521843/BUOS-B43J322019-11-14 19:47:05.069oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B43J32Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T22:47:05Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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