Relações múltiplas entre oralidade e escrita: vogais médias e róticos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cecília Valle Souza Toledo
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/51074
https://orcid.org/0000-0001-7997-3064
Resumo: O objetivo desta tese é investigar as relações múltiplas que se estabelecem entre a fala e a escrita e entre a escrita e a fala na variedade de Belo Horizonte - MG. Quatro categorias linguísticas são consideradas: (1) vogais médias pretônicas, (2) vogais médias postônicas finais, (3) róticos finais em verbos, (4) róticos finais em nomes. Tradicionalmente, as categorias linguísticas analisadas são representadas por uma das seguintes letras: <e, o, r>. Ademais, todas as categorias estão envolvidas em fenômenos fonológicos variáveis que motivam erros ortográficos no decorrer do percurso de escolarização (ALVARENGA et al., 1989; NÓBREGA, 2013). As vogais médias pretônicas e postônicas finais podem ser pronunciadas como vogais altas devido aos fenômenos de alçamento e redução vocálica (VIEGAS, 1995; DIAS; SEARA, 2013). Esses fenômenos fonológicos tendem a motivar erros ortográficos na escrita. Ex: <*minino>, <*patu>. Os róticos finais de verbos e nomes podem ser cancelados por consequência do fenômeno fonológico de cancelamento do R-final (OLIVEIRA, 1997; HUBACK, 2003). Esse fenômeno tende a motivar erros ortográficos na escrita. Ex: <*cantá>, <*celulá>. Considerando-se as aparentes semelhanças entre as categorias (1) e (2) e (3) e (4), buscamos responder a seguinte questão: categorias linguísticas, aparentemente semelhantes, se realizam de forma análoga ou diferente na fala e na escrita de alunos do Ensino Fundamental? Quatro hipóteses foram testadas: (1a) as trocas de <e, o> por <i, u> na escrita persistem, em índices significativamente diferentes, até estágios distintos da escolarização, a depender do contexto acentual: pretônico ou postônico final; (1b) a omissão da letra <r> na escrita persiste, em índices significativamente diferentes, até estágios distintos da escolarização, a depender da classe gramatical: verbo ou nome; (2a) o aumento de vogais médias na fala ao longo dos anos escolares depende do contexto acentual: pretônico ou postônico final; (2b) o aumento do rótico final na fala ao longo dos anos escolares depende da classe gramatical: verbo ou nome. Como se pode ver, esperamos encontrar diferenças na fala e na escrita infantojuvenil, a depender das categorias linguísticas. As hipóteses foram testadas em um conjunto de dados de fala e de escrita de cinquenta crianças do 1°, 3°, 5°, 7° e 9° anos do Ensino Fundamental da cidade de Belo Horizonte – MG. Os resultados alcançados confirmaram as hipóteses de que os erros ortográficos relacionados às vogais pretônicas e postônicas finais, bem como aos róticos finais de verbos e de nomes tendem a perdurar até diferentes estágios da escolarização. Além disso, os resultados trouxeram indícios de que o aprendizado da escrita interfere na produção oral dos indivíduos. Contudo, as interferências da escrita na fala dependem da categoria linguística. Com o apoio dos Modelos de Exemplares (JOHNSON, 1997; BYBEE, 2001; PIERREHUMBERT, 2001; FOULKES; DOCHERTY, 2006; PORT, 2007) e da Teoria dos Sistemas Dinâmicos e Complexos (THELEN; SMITH, 1994, 2003; ELLIS; LARSENFREEMAN, 2009), esses resultados foram interpretados como indícios de que as crianças do Ensino Fundamental gerenciam e reorganizam esquemas múltiplos ao longo da escolarização. A expressão ‘esquema múltiplo’ será utilizada para se referir aos padrões probabilísticos que emergem de múltiplas redes de conexões fonéticas, fonológicas, lexicais, morfológicas, sociais, etc. e podem ser usados para produzir novos padrões gramaticais (LANGACKER, 2000; TOMASELLO, 2000; BYBEE, 2001; CRISTÓFARO-SILVA; GOMES, 2004). Argumentamos que, ao longo da escolarização, os aprendizes acessam os esquemas múltiplos, o que motiva os diferentes estágios de aprendizado da ortografia. Além disso, argumentamos que o conhecimento ortográfico adquirido motiva a reorganização do sistema linguístico. Tal reorganização pode ser mais ou menos evidente, a depender da categoria linguística. Em síntese, pretendemos defender a tese de que as letras são símbolos discretos que se associam a esquemas múltiplos, os quais emergem da interação complexa entre palavras, sequências fonéticas, morfológicas e ortográficas.
id UFMG_3b5b8faee2c5d803ab1bef801d6329ec
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/51074
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Thaïs Cristófaro Alves da Silvahttp://lattes.cnpq.br/7930553282818807Daniela Mara Lima Oliveira GuimarãesMaria Mendes CantoniJosé Sueli de MagalhãesChristina Abreu Gomeshttp://lattes.cnpq.br/5155160802622047Cecília Valle Souza Toledo2023-03-21T11:55:28Z2023-03-21T11:55:28Z2023-03-06http://hdl.handle.net/1843/51074https://orcid.org/0000-0001-7997-3064O objetivo desta tese é investigar as relações múltiplas que se estabelecem entre a fala e a escrita e entre a escrita e a fala na variedade de Belo Horizonte - MG. Quatro categorias linguísticas são consideradas: (1) vogais médias pretônicas, (2) vogais médias postônicas finais, (3) róticos finais em verbos, (4) róticos finais em nomes. Tradicionalmente, as categorias linguísticas analisadas são representadas por uma das seguintes letras: <e, o, r>. Ademais, todas as categorias estão envolvidas em fenômenos fonológicos variáveis que motivam erros ortográficos no decorrer do percurso de escolarização (ALVARENGA et al., 1989; NÓBREGA, 2013). As vogais médias pretônicas e postônicas finais podem ser pronunciadas como vogais altas devido aos fenômenos de alçamento e redução vocálica (VIEGAS, 1995; DIAS; SEARA, 2013). Esses fenômenos fonológicos tendem a motivar erros ortográficos na escrita. Ex: <*minino>, <*patu>. Os róticos finais de verbos e nomes podem ser cancelados por consequência do fenômeno fonológico de cancelamento do R-final (OLIVEIRA, 1997; HUBACK, 2003). Esse fenômeno tende a motivar erros ortográficos na escrita. Ex: <*cantá>, <*celulá>. Considerando-se as aparentes semelhanças entre as categorias (1) e (2) e (3) e (4), buscamos responder a seguinte questão: categorias linguísticas, aparentemente semelhantes, se realizam de forma análoga ou diferente na fala e na escrita de alunos do Ensino Fundamental? Quatro hipóteses foram testadas: (1a) as trocas de <e, o> por <i, u> na escrita persistem, em índices significativamente diferentes, até estágios distintos da escolarização, a depender do contexto acentual: pretônico ou postônico final; (1b) a omissão da letra <r> na escrita persiste, em índices significativamente diferentes, até estágios distintos da escolarização, a depender da classe gramatical: verbo ou nome; (2a) o aumento de vogais médias na fala ao longo dos anos escolares depende do contexto acentual: pretônico ou postônico final; (2b) o aumento do rótico final na fala ao longo dos anos escolares depende da classe gramatical: verbo ou nome. Como se pode ver, esperamos encontrar diferenças na fala e na escrita infantojuvenil, a depender das categorias linguísticas. As hipóteses foram testadas em um conjunto de dados de fala e de escrita de cinquenta crianças do 1°, 3°, 5°, 7° e 9° anos do Ensino Fundamental da cidade de Belo Horizonte – MG. Os resultados alcançados confirmaram as hipóteses de que os erros ortográficos relacionados às vogais pretônicas e postônicas finais, bem como aos róticos finais de verbos e de nomes tendem a perdurar até diferentes estágios da escolarização. Além disso, os resultados trouxeram indícios de que o aprendizado da escrita interfere na produção oral dos indivíduos. Contudo, as interferências da escrita na fala dependem da categoria linguística. Com o apoio dos Modelos de Exemplares (JOHNSON, 1997; BYBEE, 2001; PIERREHUMBERT, 2001; FOULKES; DOCHERTY, 2006; PORT, 2007) e da Teoria dos Sistemas Dinâmicos e Complexos (THELEN; SMITH, 1994, 2003; ELLIS; LARSENFREEMAN, 2009), esses resultados foram interpretados como indícios de que as crianças do Ensino Fundamental gerenciam e reorganizam esquemas múltiplos ao longo da escolarização. A expressão ‘esquema múltiplo’ será utilizada para se referir aos padrões probabilísticos que emergem de múltiplas redes de conexões fonéticas, fonológicas, lexicais, morfológicas, sociais, etc. e podem ser usados para produzir novos padrões gramaticais (LANGACKER, 2000; TOMASELLO, 2000; BYBEE, 2001; CRISTÓFARO-SILVA; GOMES, 2004). Argumentamos que, ao longo da escolarização, os aprendizes acessam os esquemas múltiplos, o que motiva os diferentes estágios de aprendizado da ortografia. Além disso, argumentamos que o conhecimento ortográfico adquirido motiva a reorganização do sistema linguístico. Tal reorganização pode ser mais ou menos evidente, a depender da categoria linguística. Em síntese, pretendemos defender a tese de que as letras são símbolos discretos que se associam a esquemas múltiplos, os quais emergem da interação complexa entre palavras, sequências fonéticas, morfológicas e ortográficas.This thesis aims to investigate the multiple links established between speech and spelling and between spelling and speech for the Brazilian Portuguese spoken in Belo Horizonte. Four linguistic categories in Brazilian Portuguese are assessed: (1) pretonic mid vowels, (2) final posttonic mid vowels, (3) final rhotics in verbs, (4) final rhotics in nouns. The analyzed linguistic categories are traditionally spelt with one of the following letters: <e, o, r>. Additionally, all categories are prone to variable phonological phenomena which may motivate spelling errors during the school years (ALVARENGA et al., 1989; NÓBREGA, 2013). The final pretonic and posttonic mid vowels may be pronounced as high vowels due to vowel raising and reduction (VIEGAS, 1995; DIAS; SEARA, 2013). These phonological phenomena tend to motivate spelling errors in which <e, o> are replaced by <i, u>. Ex: <*minino> ‘boy’, <*patu> ‘duck’. Final rhotics in verbs and nouns may be lost (OLIVEIRA, 1997; HUBACK, 2003). This phenomenon tends to trigger misspelled forms that lack a final <r>. Ex: <*cantá> ‘to sing’, <*celulá> ‘cellphone’. Considering the apparent similarities between categories (1) and (2) and (3) and (4), we seek to answer the following research question: do apparently similar linguistic categories manifest analogous or different behavior in speech and in spelling patterns of elementary and middle school students? Four hypotheses were tested: (1a) the replacement of <e, o> for <i, u> persists in spelling, at significantly different rates, across different phases of schooling, depending on the syllabic position: pretonic or final posttonic; (1b) the loss of letter <r> in spelling persists, at significantly different rates, across different phases of schooling, depending on word class: verb or noun; (2a) the increase in production of mid vowels in speech across the school years depends on the syllabic position: pretonic or final posttonic; (2b) the increase in the production of the final rhotic in speech across the school years depends on word class: verb or noun. We predicted differences in the children's speech and spelling depending on the linguistic categories. The hypotheses were tested on a set of spoken and written data from fifty children from the 1st, 3rd, 5th, 7th and 9th years of elementary and middle school classes in the city of Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil. Results confirmed the hypotheses that spelling errors related to posttonic and final pretonic vowels as well as to final rhotics in verbs and nouns tend to persist at different rates across different stages of schooling. The results evidence that learning to spell affects speech production. However, the effects of spelling in speech depend on the linguistic category. Results are discussed in light of Exemplar Theory (JOHNSON, 1997; BYBEE, 2001; PIERREHUMBERT, 2001; FOULKES; DOCHERTY, 2006; PORT, 2007) and Complex Dynamic Systems Theory (THELEN; SMITH, 1994, 2003; ELLIS; LARSEN -FREEMAN, 2009), which highlight that elementary and middle school aged children manage and reorganize multiple schemas during schooling. The term 'multiple schemas' is adopted to refer to the probabilistic patterns that emerge from multiple networks of phonetic, phonological, lexical, morphological, social connections etc. These relations can generate new grammatical patterns (LANGACKER, 2000; TOMASELLO, 2000; BYBEE, 2001; CRISTÓFARO-SILVA; GOMES, 2004). We argue that students access multiple schemas during schooling, which motivates the different spelling learning stages. We also argue that the learned orthographic knowledge motivates the reorganization of the language system. Such reorganization can be more or less evident, depending on the linguistic category. In summary, we intend to defend the thesis that letters are discrete symbols associated with multiple schemas, which emerge from the complex interaction between words and phonetic, morphological and orthographic patterns.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRAShttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessLíngua portuguesa – FonologiaLíngua portuguesa – Ortografia e silabaçãoLíngua portuguesa – Variação – Belo Horizonte (MG)Língua portuguesa – VogaisLíngua portuguesa – Português falado – Belo Horizonte (MG)OralidadeEscritaEsquemas múltiplosErros ortográficosVariaçãoRelações múltiplas entre oralidade e escrita: vogais médias e róticosMultiple relationship between speech and spelling: mid vowels and rhoticsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8920https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/51074/2/license_rdf33b8016dc5c4681c1e7a582a4161162cMD52ORIGINALRelações múltiplas entre oralidade e escrita _Cecília Toledo.pdfRelações múltiplas entre oralidade e escrita _Cecília Toledo.pdfapplication/pdf3730103https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/51074/1/Rela%c3%a7%c3%b5es%20m%c3%baltiplas%20entre%20oralidade%20e%20escrita%20_Cec%c3%adlia%20Toledo.pdf3a8f19a6ee0c8b6d959e79aa23e29833MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/51074/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/510742023-03-21 08:55:28.507oai:repositorio.ufmg.br:1843/51074TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-03-21T11:55:28Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Relações múltiplas entre oralidade e escrita: vogais médias e róticos
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Multiple relationship between speech and spelling: mid vowels and rhotics
title Relações múltiplas entre oralidade e escrita: vogais médias e róticos
spellingShingle Relações múltiplas entre oralidade e escrita: vogais médias e róticos
Cecília Valle Souza Toledo
Oralidade
Escrita
Esquemas múltiplos
Erros ortográficos
Variação
Língua portuguesa – Fonologia
Língua portuguesa – Ortografia e silabação
Língua portuguesa – Variação – Belo Horizonte (MG)
Língua portuguesa – Vogais
Língua portuguesa – Português falado – Belo Horizonte (MG)
title_short Relações múltiplas entre oralidade e escrita: vogais médias e róticos
title_full Relações múltiplas entre oralidade e escrita: vogais médias e róticos
title_fullStr Relações múltiplas entre oralidade e escrita: vogais médias e róticos
title_full_unstemmed Relações múltiplas entre oralidade e escrita: vogais médias e róticos
title_sort Relações múltiplas entre oralidade e escrita: vogais médias e róticos
author Cecília Valle Souza Toledo
author_facet Cecília Valle Souza Toledo
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Thaïs Cristófaro Alves da Silva
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7930553282818807
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Daniela Mara Lima Oliveira Guimarães
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Maria Mendes Cantoni
dc.contributor.referee3.fl_str_mv José Sueli de Magalhães
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Christina Abreu Gomes
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5155160802622047
dc.contributor.author.fl_str_mv Cecília Valle Souza Toledo
contributor_str_mv Thaïs Cristófaro Alves da Silva
Daniela Mara Lima Oliveira Guimarães
Maria Mendes Cantoni
José Sueli de Magalhães
Christina Abreu Gomes
dc.subject.por.fl_str_mv Oralidade
Escrita
Esquemas múltiplos
Erros ortográficos
Variação
topic Oralidade
Escrita
Esquemas múltiplos
Erros ortográficos
Variação
Língua portuguesa – Fonologia
Língua portuguesa – Ortografia e silabação
Língua portuguesa – Variação – Belo Horizonte (MG)
Língua portuguesa – Vogais
Língua portuguesa – Português falado – Belo Horizonte (MG)
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Língua portuguesa – Fonologia
Língua portuguesa – Ortografia e silabação
Língua portuguesa – Variação – Belo Horizonte (MG)
Língua portuguesa – Vogais
Língua portuguesa – Português falado – Belo Horizonte (MG)
description O objetivo desta tese é investigar as relações múltiplas que se estabelecem entre a fala e a escrita e entre a escrita e a fala na variedade de Belo Horizonte - MG. Quatro categorias linguísticas são consideradas: (1) vogais médias pretônicas, (2) vogais médias postônicas finais, (3) róticos finais em verbos, (4) róticos finais em nomes. Tradicionalmente, as categorias linguísticas analisadas são representadas por uma das seguintes letras: <e, o, r>. Ademais, todas as categorias estão envolvidas em fenômenos fonológicos variáveis que motivam erros ortográficos no decorrer do percurso de escolarização (ALVARENGA et al., 1989; NÓBREGA, 2013). As vogais médias pretônicas e postônicas finais podem ser pronunciadas como vogais altas devido aos fenômenos de alçamento e redução vocálica (VIEGAS, 1995; DIAS; SEARA, 2013). Esses fenômenos fonológicos tendem a motivar erros ortográficos na escrita. Ex: <*minino>, <*patu>. Os róticos finais de verbos e nomes podem ser cancelados por consequência do fenômeno fonológico de cancelamento do R-final (OLIVEIRA, 1997; HUBACK, 2003). Esse fenômeno tende a motivar erros ortográficos na escrita. Ex: <*cantá>, <*celulá>. Considerando-se as aparentes semelhanças entre as categorias (1) e (2) e (3) e (4), buscamos responder a seguinte questão: categorias linguísticas, aparentemente semelhantes, se realizam de forma análoga ou diferente na fala e na escrita de alunos do Ensino Fundamental? Quatro hipóteses foram testadas: (1a) as trocas de <e, o> por <i, u> na escrita persistem, em índices significativamente diferentes, até estágios distintos da escolarização, a depender do contexto acentual: pretônico ou postônico final; (1b) a omissão da letra <r> na escrita persiste, em índices significativamente diferentes, até estágios distintos da escolarização, a depender da classe gramatical: verbo ou nome; (2a) o aumento de vogais médias na fala ao longo dos anos escolares depende do contexto acentual: pretônico ou postônico final; (2b) o aumento do rótico final na fala ao longo dos anos escolares depende da classe gramatical: verbo ou nome. Como se pode ver, esperamos encontrar diferenças na fala e na escrita infantojuvenil, a depender das categorias linguísticas. As hipóteses foram testadas em um conjunto de dados de fala e de escrita de cinquenta crianças do 1°, 3°, 5°, 7° e 9° anos do Ensino Fundamental da cidade de Belo Horizonte – MG. Os resultados alcançados confirmaram as hipóteses de que os erros ortográficos relacionados às vogais pretônicas e postônicas finais, bem como aos róticos finais de verbos e de nomes tendem a perdurar até diferentes estágios da escolarização. Além disso, os resultados trouxeram indícios de que o aprendizado da escrita interfere na produção oral dos indivíduos. Contudo, as interferências da escrita na fala dependem da categoria linguística. Com o apoio dos Modelos de Exemplares (JOHNSON, 1997; BYBEE, 2001; PIERREHUMBERT, 2001; FOULKES; DOCHERTY, 2006; PORT, 2007) e da Teoria dos Sistemas Dinâmicos e Complexos (THELEN; SMITH, 1994, 2003; ELLIS; LARSENFREEMAN, 2009), esses resultados foram interpretados como indícios de que as crianças do Ensino Fundamental gerenciam e reorganizam esquemas múltiplos ao longo da escolarização. A expressão ‘esquema múltiplo’ será utilizada para se referir aos padrões probabilísticos que emergem de múltiplas redes de conexões fonéticas, fonológicas, lexicais, morfológicas, sociais, etc. e podem ser usados para produzir novos padrões gramaticais (LANGACKER, 2000; TOMASELLO, 2000; BYBEE, 2001; CRISTÓFARO-SILVA; GOMES, 2004). Argumentamos que, ao longo da escolarização, os aprendizes acessam os esquemas múltiplos, o que motiva os diferentes estágios de aprendizado da ortografia. Além disso, argumentamos que o conhecimento ortográfico adquirido motiva a reorganização do sistema linguístico. Tal reorganização pode ser mais ou menos evidente, a depender da categoria linguística. Em síntese, pretendemos defender a tese de que as letras são símbolos discretos que se associam a esquemas múltiplos, os quais emergem da interação complexa entre palavras, sequências fonéticas, morfológicas e ortográficas.
publishDate 2023
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-03-21T11:55:28Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-03-21T11:55:28Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2023-03-06
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/51074
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0001-7997-3064
url http://hdl.handle.net/1843/51074
https://orcid.org/0000-0001-7997-3064
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FALE - FACULDADE DE LETRAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/51074/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/51074/1/Rela%c3%a7%c3%b5es%20m%c3%baltiplas%20entre%20oralidade%20e%20escrita%20_Cec%c3%adlia%20Toledo.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/51074/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 33b8016dc5c4681c1e7a582a4161162c
3a8f19a6ee0c8b6d959e79aa23e29833
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676898385788928