A violência conjugal em contextos de ruralidades: um estudo com mulheres rurais de comunidades do interior de Minas Gerais

• Autor(a) principal: Aline Gomes Martins
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AQKN2J
• topic: Mulher; Ruralidades; Violência conjugal; Mulheres; Violência conjugal; Psicologia

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa de doutorado, realizada com mulheres rurais de comunidades do interior de Minas Gerais. Para a efetivação da pesquisa foi necessário percorrer três etapas, expostas nos artigos que compõem essa tese. A primeira delas, apresentada no primeiro artigo, compreende a realização de uma revisão bibliométrica que teve como objetivo averiguar a relação entre violência doméstica e álcool a partir de periódicos disponíveis no portal da CAPES publicados entre os anos de 2003 e 2013. Com essa revisão observou-se que a violência conjugal destaca-se dentre as formas de expressão de violência, sendo a mulher a vítima em potencial. Ademais, o número de artigos que contemplam a violência conjugal em contextos de ruralidade é escasso. Nesse sentido, diante dos resultados encontrados na revisão bibliométrica desenvolveu-se a proposta de pesquisa que teve como objetivo geral compreender os significados da violência conjugal e as práticas a ela relacionadas segundo mulheres moradoras de diferentes comunidades rurais de duas cidades do interior de Minas Gerais, exposta no segundo artigo dessa tese. Para acessar os sujeitos do estudo foi feito contato com as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que dão cobertura às zonas rurais, das duas cidades contempladas. As Agentes Comunitárias de Saúde (ACSs) forneceram informações sobre casos de violência conjugal existentes nas comunidades rurais consideradas. Após seis meses de imersão em campo foram realizadas entrevistas com doze mulheres. As entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo. A Teoria das Representações Sociais norteou o estudo e principalmente a discussão dos resultados. Observou-se que: as mulheres entrevistadas significaram a violência como o extremo do prejuízo produzido ao outro, relacionando a ideia de violência à morte e agressão física; a violência psicológica e física destacaram-se dentre os tipos de violência sofrida; o álcool e o ciúme do agressor foram apontados pelas mulheres como fatores associados à violência; a mãe foi mencionada como o principal apoio das mulheres; todos os filhos presenciavam e sofreram a violência vivida pelas mulheres, em suas diferentes formas de manifestação. Além disso, observou-se que as mulheres desenvolveram diferentes estratégias de sobrevivência diante das experiências de violência que vivenciam cotidianamente. Ademais, diante da experiência nas comunidades consideradas e contato com as mulheres entrevistadas fez-se necessário discorrer sobre o processo de fazer pesquisa, com destaque para a imersão em campo e para a realização das entrevistas, discussão que compõe o terceiro artigo dessa tese.