Critérios para o diagnóstico clínico de crianças respiradoras orais na atenção básica de saúde

• Autor(a) principal: Rubens Rafael Abreu
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-97XKEZ
• topic: Adenoides; Rinite alérgica; Tonsila; Septo nasal; Pré-escolar; Respiração bucal; Saúde da criança; Adolescente; População urbana; Hipertrofia; Respiração bucal/epidemiologia; Rinite/diagnóstico; Fatores socioeconômicos; Amigdala/anormalidades; Fatores de risco; Septo nasal/anormalidades; Obstrução nasal; Adenóides/anormalidades; Pré-escolar; Estudos populacionais em saúde pública; Saúde da criança; Criança; Pediatria

A respiração oral tem elevada prevalência em crianças, mas o diagnóstico etiológico é limitado pelo difícil acesso a exames complementares. Esse estudo objetivou determinar critérios para o diagnóstico clínico de crianças respiradoras orais, na atenção básica desaúde, com idade entre dois e 13 anos, residentes no município de Cedro do Abaeté MG. Trata-se de estudo populacional com amostra constituída pela totalidade da população alvo. Foram estudadas 221 crianças residentes no município, cuja população é de 1.203 habitantes. Os responsáveis pelas crianças responderam a questionário socioeconômico e ambiental. Procedeu-se a entrevista e exame pediátrico direcionado ao diagnóstico de respiração oral, sendo solicitada endoscopia nasal, teste alérgico cutâneo e exame radiológico do cavum. Como 19 crianças (8,6%) não completaram todos os exames solicitados, a população final foi constituída por 202 crianças (91,4%).Os dados foram analisados utilizando-se o programa SPSS na versão 10.5. Determinou-se valor-p, sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo, curva ROC e teste Kappa. Este foi realizado com o objetivo de analisar a concordância entre a endoscopia nasal e o exame físico, no que diz respeito a hipertrofia de conchas nasais (75,75%), hipertrofia de amígdalas (81,6%) e desvios obstrutivos do septo nasal (91,7%). A maioria das crianças foi do sexo masculino (52,0%) com média de idade de 8,4 anos. Determinou-se a prevalência da respiração oral em 59,4%. As frequências em porcentagem, sensibilidade e VPP das principais manifestações clínicas do respirador oral foram: obstrução nasal - 64,1, 68,67 e 76,87, prurido nasal - 61,4, 67,33 e 81,45, dormir com a boca aberta - 54,0, 57,33 e 78,90 e roncar - 49,5, 54,0 e 81,0. Quanto às alterações ao exame físico os valores foram: aumento das conchas nasais - 84,2, 83,33 e 73,96, palato em ogiva - 81,7, 82,0 e 74,55, ausência de selamento labial - 52,0, 54,67 e 78,10 e alterações torácicas - 44,1, 48,67 e 82,02. As frequências das principais causas da respiração oral foram: rinite alérgica (68,8%), aumento de adenoides (18,8%), aumento de amígdalas (10,9%) e desvio obstrutivo do septo nasal (6,9%), todas com valor-p < 0,001. A frequência da limpeza da casa e o tempo de uso do colchão foram significativos, (p = 0,018 e 0,015 respectivamente). O diagnóstico da respiração oral é clínico e cabe ao pediatra fazer anamnese e exame físico detalhado, valorizando os sinais e sintomas para o diagnóstico precoce.