Dano estrutural em coluna e capacidade funcional nos pacientes com espondiloartrite axial

• Autor(a) principal: Marcela Paula Santos Penteado
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/58944
• topic: Espondiloartrite axial; Dano estrutural; Espondiloartrite Axial; Radiografia; Padrões de Referência; Índice de Gravidade de Doença; Correlação de Dados; Dissertação Acadêmica

Objetivo Investigar a relação entre dano estrutural em coluna e capacidade funcional em pacientes com espondiloartrite (EpA) axial, e comparar a força da associação de dois escores radiográficos [modified Stoke Ankylosing Spondylitis Spine Score (mSASSS) e Combined Ankylosing Spondylitis Spine Score (CASSS)] com a variável clínica supracitada. Métodos Radiografias de 101 pacientes consecutivos com diagnóstico de EpA axial foram avaliadas por três leitores de acordo com o método proposto por de Vlam et al. para articulações facetárias cervicais [cervical facet joint (CFJ) score] e de acordo com o mSASSS para corpos vertebrais. O CASSS foi calculado como o somatório de ambos os escores. A função física foi avaliada pelo Bath Ankylosing Spondylitis Functional Index (BASFI), atividade de doença pelo Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index (BASDAI) e pelo Ankylosing Spondylitis Disease Activity Score (ASDAS), mobilidade pelo Bath Ankylosing Spondylitis Metrology Index (BASMI) e qualidade de vida pelo Ankylosing Spondylitis Quality of Life (ASQOL). As correlações entre os parâmetros clínicos e os escores radiográficos foram analisadas pelo coeficiente de correlação de Spearman. Análises univariada e multivariada foram realizadas para investigar a associação entre os desfechos e possíveis variáveis explanatórias. Os efeitos da idade, sexo, duração dos sintomas, tabagismo e história de artroplastia total do quadril (ATQ) também foram explorados nos modelos de regressão linear multivariada. Resultados O BASFI se correlacionou fortemente com o ASQoL (rô de Spearman = 0,655; p < 0,001) e o BASDAI (rô = 0,699; p < 0,001), moderadamente com o BASMI (rô = 0,457; p < 0,001) e o ASDAS (rô = 0,586; p < 0,001) e fracamente com o mSASSS (rô = 0,285; p = 0,004) e o CASSS (rô = 0,275; p = 0,005). O BASDAI (B = 0,761; p <0,001), o BASMI (B = 0,617; p <0,001) e ATQ (B = 1,218; p = 0,050) apresentaram associação com a variável desfecho BASFI, após ajuste do modelo multivariado para duração dos sintomas, idade, sexo e tabagismo. Os escores radiográficos foram preditores do BASFI apenas quando o BASMI foi removido do modelo: mSASSS (B = 0,026; p = 0,012) e CASSS (B = 0,024; p = 0,005). Conclusão No presente estudo, o dano estrutural em coluna foi associado de forma independente à função física nas EpA axiais, mas com menor impacto na função do que a atividade de doença e a mobilidade. Além disso, incorporar a avaliação das articulações facetárias cervicais ao mSASSS não aumentou sua capacidade de predizer função.