Estudo das concepções de licenciandos de ciências biológicas sobre a relação de dominância e recessividade

• Autor(a) principal: Renata Figueiredo Haddad
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/51053
• topic: Dominância e Recessividade; Ensino de Genética; Concepções dos Estudantes; Genética; Educação superior; Concepção

A pesquisa apresentada neste trabalho teve o intuito de investigar as concepções de estudantes do ensino superior sobre a dominância e recessividade, e relacionar com a construção do conhecimento em genética dos estudantes. O público-alvo foi licenciandos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais e a metodologia incluiu análises de um exercício discursivo e de dois questionários sobre a interação alélica de dominância e recessividade relacionada a processos moleculares. Foi também feita uma análise de dois livros didáticos indicados na bibliografia das disciplinas básicas de Genética do curso com o intuito de se verificar como o conteúdo introdutório de dominância e recessividade. Por meio de análises quantitativa e qualitativa - análise textual discursiva- observou-se que os estudantes tiveram dificuldade em compreender a expressão de alelos recessivos. As explicações mais encontradas para a dominância nos questionários foram: “alelo dominante inibe o alelo recessivo”, “alelo recessivo não produz produtos” e “alelo recessivo produz em baixa quantidade”. Os estudantes que mostraram entender sobre os conceitos moleculares relacionados com a interação alélica, como transcrição, tradução, produção de proteínas e diferenças estruturais dos alelos, explicaram que o alelo recessivo é transcrito. Todavia muitos estudantes descreveram que o alelo não é traduzido ou codifica proteínas em quantidades baixas. Já outros estudantes não conseguiram, por exemplo, explicar com detalhes as etapas da transcrição e tradução, tendendo a explicar que o alelo dominante inibe o recessivo. Os livros didáticos analisados apresentaram a herança mendeliana e os conceitos de dominância e recessividade sem ênfase na contextualização moderna da biologia molecular. Além disso, observou-se que palavras como “suprimido” e “mascarado” são usadas para a explicação dos termos dominante e recessivo no fenótipo em um contexto que pode trazer confusão sobre o conceito de dominância e recessividade, levando leitores a interpretarem que o alelo dominante inibe o alelo recessivo. Ainda que tenham sido notados trechos com exemplos de doenças ao nível molecular em capítulos posteriores, os capítulos que tratam da biologia molecular não fazem reflexão sobre a expressão gênica levando em consideração a interação alélica dos modelos diploides. Uma das principais conclusões deste estudo é que este tema deve ser de interesse para o professor de genética do ensino superior que ao estar atento a lecionar este conteúdo relacionando os temas de transcrição, tradução, poderia colaborar para que o estudante entendesse o conteúdo de forma integral e conexa.