Proveniência sedimentar e relações entre o Grupo Macaúbas e o Complexo Jequitinhonha na divisa Minas Gerais/Bahia

• Autor(a) principal: Fernando Estevão Rodrigues Crincoli Pacheco
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/47031
• topic: Grafita; Gnaisse kinzingítico; Isótopos de U-Pb e Lu-Hf; Orógeno Araçuaí e Congo Ocidental; Gondwana; Proveniência sdimentar; Grafita – Minas Gerais; Grafita – Bahia; Gnaisse – Minas Gerais; Gnaisse – Bahia; Isótopos; Gondwana

A bacia precursora do Sistema Orogênico Araçuaí – Congo Ocidental formou um largo golfo dentro do Paleocontinente São Francisco – Congo, onde sucessões sedimentares atribuídas ao Complexo Jequitinhonha e ao Grupo Macaúbas foram depositadas durante o Neoproterozoico. Essa bacia precursora compreende um aulacógeno de idade Toniana inferior e um rifte Criogeniano que evoluiu para margem passiva com espalhamento de litosfera oceânica até o início do Ediacarano. O Complexo Jequitinhonha é uma extensa unidade metassedimentar localizada na porção nordeste do Orógeno Araçuaí, constituído por paragnaisses ricos em alumínio (kinzingito), silimanita-grafita gnaisses e depósitos econômicos de grafita tipo flake associados, quartzitos e lentes de rochas calcissilicáticas, apresentando metamorfismo de facies anfibolito superior a granulito, que ocorreu em torno de 570-550 Ma. O Grupo Macaúbas é a unidade da bacia precursora mais bem preservada no Orógeno Araçuaí, apresenta uma sequência vulcanossedimentar dividida em três sucessões relacionadas com a presença de diamictitos glaciogênicos: i) uma sequência pré-glacial depositada em ambiente fluvial a marinho raso, onde os diamictitos estão ausentes; ii) uma sequência rica em diamictitos glaciogênicos; e iii) uma sequencia pós-glacial contend turbiditos finos e depósitos sedimentares exalativos intercalados com rochas máficas e ultramáficas interpretadas como remanescentes de litosfera oceânica neoproterozoica. Dados U-Pb (LA-MC-ICP-MS) de 110 zircões detríticos do paleossoma de um paragnaisse migmatítico do Complexo Jequitinhonha, juntamente com dados isotópicos Lu-Hf (LA-MC-ICP-MS) de 106 zircões detríticos sugerem as seguintes fontes de sedimentação: grãos Neoarqueanos a Orosirianos do embasamento do Paleocontinente São Francisco – Congo, grãos de idade Toniana inferior da província magmática anorogênica e grãos Criogenianos a Ediacaranos fornecidos pela Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia e do Arco Magmático do Rio Doce. Dados U-Pb (LA-MC-ICP-MS) de 182 zircões detríticos da Formação Chapada Acauã Inferior e de 104 cristais de zircão de um clasto granítico do diamictito sugerem contribuição Arqueana e Paleoproterozóica do embasamento do Paleocontinente São Francisco – Congo e complexos metamórficos, Mesoproterozóica de rochas intrusivas e vulcânicas do Cráton do São Francisco e Toniana da Suíte Salto da Divisa. A sedimentação dos protólitos do Complexo Jequitinhonha ocorreu no Criogeniano a Ediacarano Inferior. A ausência de grãos do Criogeniano Superior na Formação Chapada Acauã Inferior deixa em aberto se a sua sedimentação está relacionada à glaciação Sturtiana, à Marinoana ou ambas.