Caracterização mineralógica, física e termobarométrica de minérios de grafita da província grafítica Bahia-Minas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Juliane Belem Figueiredo
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MPBB-6XTNDZ
Resumo: Este trabalho apresenta um estudo de caracterização geotermobarométrica das rochas silicáticas associadas às rochas grafitosas, tendo em vista as condições de pressão (P) e temperatura (T) que condicionaram o metamorfismo dos depósitos ele grafita, sua influência nos graus ele cristalinidade das diversas amostras de minérios de grafita e a existência de defeitos, desordens ou moléculas não pertencentes à estrutura deste mineral. Uma vez que sua economicidade como minério relaciona-se, dentre outros fatores, ao tamanho e características originais dos cristais de grafita e à sua adequação aos processos de beneficiamento para a produção dos muitos tipos de concentrados com teor de carbono e granulometria diversos, demandados pela indústria. Do ponto de vista geológico, a grafita aparece em granulação maior apenas em rochas cristalizadas a temperaturas relativamente altas (minério do tipo grafita gnaisse) e em rochas de baixo grau metamórfico, fácies xisto verde, somente apresentam grafita muito fina ou apenas compostos carbonosos amorfos (minério do tipo grafita xisto). Neste sentido, a grafita é um mineral importante para a avaliação das temperaturas de cristalização das rochas e minérios que a contêm, devido ao fato de que a grafitização é um processo irreversível da materia carbonosa. Neste contexto as temperaturas calculadas para a cristalização da grafita indicam que as amostras selecionadas pertencem ao intervalo de temperatura que vai de 705°C a 917°C. A menor temperatura (705°C) foi registrada para a região de Maiquinique, extremo nordeste de Minas Gerais e a maior temperatura (917°C) a região de Itamaraju, Sul da Bahia. Sendo assim as temperaturas calculadas para o metamorfismo regional indicam que as rochas adjacentes aos depósitos, jazidas ou ocorrências de grafita encontram-se na transição da fácies anfibolito para a fácies granulito. Nota-se que o minério do tipo grafita xisto possui maior tendência de cristais com morfologia do tipo farrapo, porém grande parte das palhetas apresenta-se em seções basais hexagonais. Por outro lado, o minério do tipo grafita gnaisse possui maior quantidade de cristais do tipo tabular ou tabular com pontas esfarrapadas. Em geral os cristais de grafita nos dois tipos de minério (xisto e gnaisse) apresentam-se lineares ou suavemente micro-dobrados (dobras abertas). Em cristais com morfologiz do tipo tabular com pontas esfanapadas ou farrapo é comum a presença de argilo-minerais (Arg), muscovita (Ms), fibrolita (Sill) e óxido de ferro (OxFe) no esfanapamento. O minério rico em palhetas esfarrapadas mostra-se ao MEV como cristais de geometria externa do tipo semi-esférica com superficie botrioidal, quando este é classificado macroscopicamente como farrapo, e com superficie lisa ou micro-porosa quando é observado macroscopicamente em seção basal hexagonal. O minério rico em palhetas tabulares exibe geometria externa predominantemente sob forma semi-esférica ou esférica. Além disso, a superfície desses minérios é muito variável, podendo apresentar-se micro-porosa, fibrosa, lisa ou em agregados botrioidais. Porém, as bordas são freqüentemente dobradas.Em relação ao aspecto textural das amostras estudadas, nota-se que as amostras livres de grupos amiônicos e/ou moléculas do tipo C-H e FeO apresentam-se maciças e bem cristalizadas. Por outro lado, todas as amostras que apresentam maiores contribuições, prinicipalmente de C-H, exibem habitus fibroso, ocorrem em agregados botrioidais ou apresentam superfícies porosas.
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