Potencial de Catharanthus roseus para fitorremediação de metais em lodo de esgoto e otimização de metodologia para especiação de cromo em lodo de esgoto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Érica Soares Barbosa
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/33530
https://orcid.org/0000-0003-1801-6556
Resumo: O lodo de esgoto é um subproduto gerado nas estações de tratamento de efluentes e tem sido utilizado como condicionador e fertilizante de solos. Entretanto, o lodo também pode apresentar contaminantes inorgânicos e orgânicos, por isso, o uso de técnicas como a fitorremediação tem sido uma alternativa econômica e ecológica para reaproveitar e descontaminar o lodo. Neste contexto, surge Catharanthus roseus (L.) G. Don que é uma planta ornamental e medicinal, mas que também apresenta tolerância a diferentes tipos de estresses ambientais. Dessa forma, a primeira parte deste trabalho teve como objetivo avaliar o potencial de C. roseus para fitorremediação de As, Ba, Cd, Cu, Cr, Ni, Pb, Se e Zn em substrato a base de lodo de esgoto. Para isso, foi avaliado os fatores de bioconcentação (FB) e translocação (FT), após o cultivo de C. roseus em lodo:vermiculita (70:30%) e em substrato comercial (100%) em vasos na casa de vegetação por 108 dias. Os resultados mostraram que C. roseus apresentou FB superior a 1 para Cd, Cu e Zn no lodo de esgoto, indicando que a planta foi fitoestabilizadora para estes metais. O FT foi superior a 1 para Ba, Cd, Cu, Ni, Se e Zn no tratamento controle, mostrando que para estes metais a planta foi fitoextratora. Portanto, pode-se afirmar que C. roseus é uma alternativa econômica e ecológica para a remediação de metais. Além disso, foi verificado o desenvolvimento morfológico superior da planta cultivada no tratamento com lodo. Apesar de C. roseus ter extraído menos de 11% do cromo nos substratos, é importante o estudo das espécies químicas desse metal no lodo. Isso se justifica pelo cromo ser comum em amostras de lodo e, por ser considerado carcinogênico e mutagênico para saúde humana quando se encontra no estado de oxidação (VI). Entretanto vale destacar que, são poucas as metodologias utilizadas para determinar essa espécie de cromo no lodo de esgoto. Por isso, a segunda parte do trabalho teve como objetivo otimizar e validar uma metodologia para extração e análise simultânea de Cr(III) e Cr(VI) por HPLC-ICP-MS/MS em amostras de lodo. A metodologia otimizada foi baseada na extração sólido-líquido assistida por microondas e na extração sólido-líquido convencional. Foram avaliados a composição da fase extratora, modo de homogeneização, tempo e temperatura, sendo os extratos analisados por absorção atômica. A especiação foi realizada em HPLC-ICP-MS/MS com o extrato obtido pelo método desenvolvido. A porcentagem de extração de cromo disponível foi comparada com o método EPA 1311. Os resultados mostram que a extração deve ocorrer usando fase extratora constituída por EDTA a 50 mmol L-1 em pH 9,5, sob agitação a 50 °C por 16 h. Essas condições permitiram atingir 82% de recuperação do cromo e desvio padrão relativo inferior a 10%. Na especiação por HPLC-ICP-MS/MS foi detectado apenas o Cr(III) e, foi verificado que a composição química do lodo promove a redução de Cr(VI) a Cr(III). O método de extração de cromo otimizado foi mais eficiente que o método de referência para determinação do cromo disponível em lodo de esgoto.
id UFMG_4952d1b9949625201f14dbd27e9770ea
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/33530
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Potencial de Catharanthus roseus para fitorremediação de metais em lodo de esgoto e otimização de metodologia para especiação de cromo em lodo de esgotoBiossólidoContaminantes inorgânicosRemediaçãoVincaEspeciaçãoReduçãoO lodo de esgoto é um subproduto gerado nas estações de tratamento de efluentes e tem sido utilizado como condicionador e fertilizante de solos. Entretanto, o lodo também pode apresentar contaminantes inorgânicos e orgânicos, por isso, o uso de técnicas como a fitorremediação tem sido uma alternativa econômica e ecológica para reaproveitar e descontaminar o lodo. Neste contexto, surge Catharanthus roseus (L.) G. Don que é uma planta ornamental e medicinal, mas que também apresenta tolerância a diferentes tipos de estresses ambientais. Dessa forma, a primeira parte deste trabalho teve como objetivo avaliar o potencial de C. roseus para fitorremediação de As, Ba, Cd, Cu, Cr, Ni, Pb, Se e Zn em substrato a base de lodo de esgoto. Para isso, foi avaliado os fatores de bioconcentação (FB) e translocação (FT), após o cultivo de C. roseus em lodo:vermiculita (70:30%) e em substrato comercial (100%) em vasos na casa de vegetação por 108 dias. Os resultados mostraram que C. roseus apresentou FB superior a 1 para Cd, Cu e Zn no lodo de esgoto, indicando que a planta foi fitoestabilizadora para estes metais. O FT foi superior a 1 para Ba, Cd, Cu, Ni, Se e Zn no tratamento controle, mostrando que para estes metais a planta foi fitoextratora. Portanto, pode-se afirmar que C. roseus é uma alternativa econômica e ecológica para a remediação de metais. Além disso, foi verificado o desenvolvimento morfológico superior da planta cultivada no tratamento com lodo. Apesar de C. roseus ter extraído menos de 11% do cromo nos substratos, é importante o estudo das espécies químicas desse metal no lodo. Isso se justifica pelo cromo ser comum em amostras de lodo e, por ser considerado carcinogênico e mutagênico para saúde humana quando se encontra no estado de oxidação (VI). Entretanto vale destacar que, são poucas as metodologias utilizadas para determinar essa espécie de cromo no lodo de esgoto. Por isso, a segunda parte do trabalho teve como objetivo otimizar e validar uma metodologia para extração e análise simultânea de Cr(III) e Cr(VI) por HPLC-ICP-MS/MS em amostras de lodo. A metodologia otimizada foi baseada na extração sólido-líquido assistida por microondas e na extração sólido-líquido convencional. Foram avaliados a composição da fase extratora, modo de homogeneização, tempo e temperatura, sendo os extratos analisados por absorção atômica. A especiação foi realizada em HPLC-ICP-MS/MS com o extrato obtido pelo método desenvolvido. A porcentagem de extração de cromo disponível foi comparada com o método EPA 1311. Os resultados mostram que a extração deve ocorrer usando fase extratora constituída por EDTA a 50 mmol L-1 em pH 9,5, sob agitação a 50 °C por 16 h. Essas condições permitiram atingir 82% de recuperação do cromo e desvio padrão relativo inferior a 10%. Na especiação por HPLC-ICP-MS/MS foi detectado apenas o Cr(III) e, foi verificado que a composição química do lodo promove a redução de Cr(VI) a Cr(III). O método de extração de cromo otimizado foi mais eficiente que o método de referência para determinação do cromo disponível em lodo de esgoto.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoFAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisCAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal de Minas GeraisBrasilICA - INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIASPrograma de Pós-Graduação em Produção VegetalUFMGFlaviano Oliveira Silvériohttp://lattes.cnpq.br/1685181985556903Gevany Paulino de PinhoElka Fabiana Aparecida AlmeidaPaulo Henrique FidencioVico Mendes Pereira LimaDouglas Lopes CassimiroÉrica Soares Barbosa2020-05-25T15:27:51Z2020-05-25T15:27:51Z2020-02-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1843/33530https://orcid.org/0000-0003-1801-6556porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMG2020-05-25T15:27:51Zoai:repositorio.ufmg.br:1843/33530Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oairepositorio@ufmg.bropendoar:2020-05-25T15:27:51Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.none.fl_str_mv Potencial de Catharanthus roseus para fitorremediação de metais em lodo de esgoto e otimização de metodologia para especiação de cromo em lodo de esgoto
title Potencial de Catharanthus roseus para fitorremediação de metais em lodo de esgoto e otimização de metodologia para especiação de cromo em lodo de esgoto
spellingShingle Potencial de Catharanthus roseus para fitorremediação de metais em lodo de esgoto e otimização de metodologia para especiação de cromo em lodo de esgoto
Érica Soares Barbosa
Biossólido
Contaminantes inorgânicos
Remediação
Vinca
Especiação
Redução
title_short Potencial de Catharanthus roseus para fitorremediação de metais em lodo de esgoto e otimização de metodologia para especiação de cromo em lodo de esgoto
title_full Potencial de Catharanthus roseus para fitorremediação de metais em lodo de esgoto e otimização de metodologia para especiação de cromo em lodo de esgoto
title_fullStr Potencial de Catharanthus roseus para fitorremediação de metais em lodo de esgoto e otimização de metodologia para especiação de cromo em lodo de esgoto
title_full_unstemmed Potencial de Catharanthus roseus para fitorremediação de metais em lodo de esgoto e otimização de metodologia para especiação de cromo em lodo de esgoto
title_sort Potencial de Catharanthus roseus para fitorremediação de metais em lodo de esgoto e otimização de metodologia para especiação de cromo em lodo de esgoto
author Érica Soares Barbosa
author_facet Érica Soares Barbosa
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Flaviano Oliveira Silvério
http://lattes.cnpq.br/1685181985556903
Gevany Paulino de Pinho
Elka Fabiana Aparecida Almeida
Paulo Henrique Fidencio
Vico Mendes Pereira Lima
Douglas Lopes Cassimiro
dc.contributor.author.fl_str_mv Érica Soares Barbosa
dc.subject.por.fl_str_mv Biossólido
Contaminantes inorgânicos
Remediação
Vinca
Especiação
Redução
topic Biossólido
Contaminantes inorgânicos
Remediação
Vinca
Especiação
Redução
description O lodo de esgoto é um subproduto gerado nas estações de tratamento de efluentes e tem sido utilizado como condicionador e fertilizante de solos. Entretanto, o lodo também pode apresentar contaminantes inorgânicos e orgânicos, por isso, o uso de técnicas como a fitorremediação tem sido uma alternativa econômica e ecológica para reaproveitar e descontaminar o lodo. Neste contexto, surge Catharanthus roseus (L.) G. Don que é uma planta ornamental e medicinal, mas que também apresenta tolerância a diferentes tipos de estresses ambientais. Dessa forma, a primeira parte deste trabalho teve como objetivo avaliar o potencial de C. roseus para fitorremediação de As, Ba, Cd, Cu, Cr, Ni, Pb, Se e Zn em substrato a base de lodo de esgoto. Para isso, foi avaliado os fatores de bioconcentação (FB) e translocação (FT), após o cultivo de C. roseus em lodo:vermiculita (70:30%) e em substrato comercial (100%) em vasos na casa de vegetação por 108 dias. Os resultados mostraram que C. roseus apresentou FB superior a 1 para Cd, Cu e Zn no lodo de esgoto, indicando que a planta foi fitoestabilizadora para estes metais. O FT foi superior a 1 para Ba, Cd, Cu, Ni, Se e Zn no tratamento controle, mostrando que para estes metais a planta foi fitoextratora. Portanto, pode-se afirmar que C. roseus é uma alternativa econômica e ecológica para a remediação de metais. Além disso, foi verificado o desenvolvimento morfológico superior da planta cultivada no tratamento com lodo. Apesar de C. roseus ter extraído menos de 11% do cromo nos substratos, é importante o estudo das espécies químicas desse metal no lodo. Isso se justifica pelo cromo ser comum em amostras de lodo e, por ser considerado carcinogênico e mutagênico para saúde humana quando se encontra no estado de oxidação (VI). Entretanto vale destacar que, são poucas as metodologias utilizadas para determinar essa espécie de cromo no lodo de esgoto. Por isso, a segunda parte do trabalho teve como objetivo otimizar e validar uma metodologia para extração e análise simultânea de Cr(III) e Cr(VI) por HPLC-ICP-MS/MS em amostras de lodo. A metodologia otimizada foi baseada na extração sólido-líquido assistida por microondas e na extração sólido-líquido convencional. Foram avaliados a composição da fase extratora, modo de homogeneização, tempo e temperatura, sendo os extratos analisados por absorção atômica. A especiação foi realizada em HPLC-ICP-MS/MS com o extrato obtido pelo método desenvolvido. A porcentagem de extração de cromo disponível foi comparada com o método EPA 1311. Os resultados mostram que a extração deve ocorrer usando fase extratora constituída por EDTA a 50 mmol L-1 em pH 9,5, sob agitação a 50 °C por 16 h. Essas condições permitiram atingir 82% de recuperação do cromo e desvio padrão relativo inferior a 10%. Na especiação por HPLC-ICP-MS/MS foi detectado apenas o Cr(III) e, foi verificado que a composição química do lodo promove a redução de Cr(VI) a Cr(III). O método de extração de cromo otimizado foi mais eficiente que o método de referência para determinação do cromo disponível em lodo de esgoto.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-05-25T15:27:51Z
2020-05-25T15:27:51Z
2020-02-11
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/33530
https://orcid.org/0000-0003-1801-6556
url http://hdl.handle.net/1843/33530
https://orcid.org/0000-0003-1801-6556
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
ICA - INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal
UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
ICA - INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal
UFMG
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv repositorio@ufmg.br
_version_ 1823247966393073664