A "ideologia de gênero" em artigos de opinião: um estudo à luz da Teoria da Estrutura Retórica e da Linguística Textual

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernando Suarez de Oliveira
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/42045
Resumo: Na última década, o Brasil tem assistido a um constante acirramento das discussões no campo da política e em campos por ela influenciados, como saúde e educação. Um desses acirramentos gira em torno da presença de estudos sobre gênero e sexualidade, de forma explícita, na educação brasileira. Nesse contexto, viemos observando o emprego crescente do termo “ideologia de gênero” como nome dado por setores conservadores da sociedade para a inclusão dessas discussões nas escolas brasileiras, com uma conotação negativa e ameaçadora de valores conservadores tanto religiosos quanto morais. Diante disso, tal temática vem aparecendo nos mais diversos meios, desde conversas informais até o “registro” nas mídias, tanto em ambientes sociais quanto em meios jornalísticos. Nesse último campo, temos a produção de artigos de opinião sobre o tema, que veiculam tanto opiniões que endossam o suposto conceito de “ideologia de gênero” quanto o refutam. Haja vista a relevância de um estudo de caráter linguístico que possa compor a discussão a respeito do tema, dada a produção de pesquisas em outras áreas como o Direito e as Ciências Sociais, este estudo se propõe a analisar a estrutura retórica de artigos de opinião, tanto que endossam quanto que refutam a “ideologia de gênero”, avaliando a conexão entre essa estrutura e o panorama desse termo no Brasil. Para isso, valemo-nos dos pressupostos teóricos da Teoria da Estrutura Retórica (RST) e de alguns aspectos da Linguística Textual, especialmente os que tratam das macroestruturas textuais nos termos de Teun A. van Dijk. Esses quadros teóricos observam a hierarquia entre as porções de texto em nível local e global, bem como das relações semânticas e pragmáticas que emergem entre essas porções. Tendo em vista a noção de enunciado de Mikhail Bakhtin, trabalhamos com três textos que endossam e três que refutam a “ideologia de gênero”, analisando suas estruturas e observando como se dá a relação produtor-leitor-texto e contexto de produção dos artigos. Os resultados apontam para a existência de um maior número do que se chama, na RST, de relações de apresentação entre os textos que endossam o termo, e de relações de conteúdo entre os que o refutam, o que confirmou a hipótese por nós proposta ao início da pesquisa. Isso indica uma maior intenção por parte dos produtores dos textos do primeiro grupo de engajar o leitor para uma tomada de atitude contra a inclusão de discussões sobre gênero e sexualidade nas escolas, apresentando objetivos comunicativos subjacentes ao de argumentar em torno de uma opinião (prototípico do artigo de opinião). Por sua vez, os textos que refutam parecem tratar do tema de forma mais explicativa e esclarecedora, trazendo ao leitor a percepção da relação semântica entre as porções de texto. Isso foi observado principalmente no nível global de significados, de modo que, no nível local, percebeu-se a concatenação de relações retóricas entre parágrafos, o que auxiliou na emergência de relações retóricas mais globais.
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spelling Maria Beatriz Nascimento Decathttp://lattes.cnpq.br/1670075551706039Maria Eduarda GieringEmanuel da Silva FontelRosane Cássia Santos e CamposJairo Venício Carvalhais de Oliveirahttp://lattes.cnpq.br/6137648110997640Fernando Suarez de Oliveira2022-05-27T16:25:50Z2022-05-27T16:25:50Z2022-03-04http://hdl.handle.net/1843/42045Na última década, o Brasil tem assistido a um constante acirramento das discussões no campo da política e em campos por ela influenciados, como saúde e educação. Um desses acirramentos gira em torno da presença de estudos sobre gênero e sexualidade, de forma explícita, na educação brasileira. Nesse contexto, viemos observando o emprego crescente do termo “ideologia de gênero” como nome dado por setores conservadores da sociedade para a inclusão dessas discussões nas escolas brasileiras, com uma conotação negativa e ameaçadora de valores conservadores tanto religiosos quanto morais. Diante disso, tal temática vem aparecendo nos mais diversos meios, desde conversas informais até o “registro” nas mídias, tanto em ambientes sociais quanto em meios jornalísticos. Nesse último campo, temos a produção de artigos de opinião sobre o tema, que veiculam tanto opiniões que endossam o suposto conceito de “ideologia de gênero” quanto o refutam. Haja vista a relevância de um estudo de caráter linguístico que possa compor a discussão a respeito do tema, dada a produção de pesquisas em outras áreas como o Direito e as Ciências Sociais, este estudo se propõe a analisar a estrutura retórica de artigos de opinião, tanto que endossam quanto que refutam a “ideologia de gênero”, avaliando a conexão entre essa estrutura e o panorama desse termo no Brasil. Para isso, valemo-nos dos pressupostos teóricos da Teoria da Estrutura Retórica (RST) e de alguns aspectos da Linguística Textual, especialmente os que tratam das macroestruturas textuais nos termos de Teun A. van Dijk. Esses quadros teóricos observam a hierarquia entre as porções de texto em nível local e global, bem como das relações semânticas e pragmáticas que emergem entre essas porções. Tendo em vista a noção de enunciado de Mikhail Bakhtin, trabalhamos com três textos que endossam e três que refutam a “ideologia de gênero”, analisando suas estruturas e observando como se dá a relação produtor-leitor-texto e contexto de produção dos artigos. Os resultados apontam para a existência de um maior número do que se chama, na RST, de relações de apresentação entre os textos que endossam o termo, e de relações de conteúdo entre os que o refutam, o que confirmou a hipótese por nós proposta ao início da pesquisa. Isso indica uma maior intenção por parte dos produtores dos textos do primeiro grupo de engajar o leitor para uma tomada de atitude contra a inclusão de discussões sobre gênero e sexualidade nas escolas, apresentando objetivos comunicativos subjacentes ao de argumentar em torno de uma opinião (prototípico do artigo de opinião). Por sua vez, os textos que refutam parecem tratar do tema de forma mais explicativa e esclarecedora, trazendo ao leitor a percepção da relação semântica entre as porções de texto. Isso foi observado principalmente no nível global de significados, de modo que, no nível local, percebeu-se a concatenação de relações retóricas entre parágrafos, o que auxiliou na emergência de relações retóricas mais globais.Over the past decade, there has been, in Brazil, a constant intensification of the discussions in politics and related areas, such as health and education. One of these intensifications revolves around the presence of gender and sexuality studies explicitly in ideologia de gênero) as a name given by conservative groups in our society to the inclusion of these discussions in Brazilian schools, with a negative and threatening connotation to conservative values, both religious and moral. Therefore, this topic has appeared in the most diverse of the situations, ranging from informal conversations to social and journalistic media. In this last field, we have seen the production of opinion articles on the topic, which convey opinions that either endorse the so-called concept of can add up to the discussion on the topic, which already counts with research in other areas such as Law and Social Sciences, this study aims at analyzing the rhetorical connection between these structures and the overview on this term in Brazil. For that, we have carried out our research under the light of the theoretical frameworks of the Rhetorical Structure Theory (RST) and of the studies on textual macrostructures postulated by Teun A. van Dijk, which observe the hierarchy between text spans locally and globally, as well as the semantic and pragmatic relations that hold between these observing the producer-text-reader and context relations. Results point to the existence of a higher number of what is called, in RST, presentational relations in the texts that endorse the term, in contrast with a higher number of subject matter relations in the text that refuse it, which confirms the hypothesis proposed by us. This suggests an underlying intention of the producers of texts from the first group to engage the reader into acting against the inclusion of gender and sexuality studies in schools, which drifts away from the prototypical communicative objective of opinion articles. On the other hand, text from the second group seem to deal with the topic in a more explanatory and clarifying way, leading the reader to a perception of the semantic relation between blocks of information. This has been observed mainly in global meanings, whereas, locally, the rhetorical relations between text spans seemed to concatenate in a way that helped more global relations to hold.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASLinguística textualRedação de textos jornalísticosGêneros textuaisSexualidadeRetóricaIdeologia de gêneroArtigo de opiniãoTeoria da Estrutura RetóricaRelações retóricasMacroestrutura textualA "ideologia de gênero" em artigos de opinião: um estudo à luz da Teoria da Estrutura Retórica e da Linguística Textualinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESE Fernando Oliveira.pdfTESE Fernando Oliveira.pdfapplication/pdf17791338https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42045/3/TESE%20Fernando%20Oliveira.pdf67959310974a4fd8871b1c12872a3127MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42045/4/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD541843/420452022-05-27 13:25:50.968oai:repositorio.ufmg.br:1843/42045TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-05-27T16:25:50Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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