Influência de microestrutura na aplicação de aços multiconstituídos da classe 980 MPa

• Autor(a) principal: Paulo José Duarte Rodrigues
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/RAOA-BCMHUE
• topic: Estiramento de flange; Aço multifásico; Razão de expansão de furo; Engenharia metalúrgica; Metalurgia física; Aço Metalurgia

No atual cenário de modernização automotiva, fatores como eficiência energética, redução da emissão de poluentes e ganhos em segurança são essenciais. Tais aspectos impulsionam a indústria siderúrgica a desenvolver novos materiais com destaque para os Aços Avançados de Alta Resistência. Ao longo do tempo esses têm sido aprimorados e à medida que se tornam cada vez mais aptos para o uso em diferentes peças, se consolidam na construção estrutural dos veículos. A etapa de seleção é primordial para o sucesso de sua aplicação, tendo em vista o incremento do índice de falhas por diferentes mecanismos, quando são comparados aos aços convencionais. A microestrutura é um dos principais fatores a considerar, pois para uma mesma classe de resistência, podem existir resultados divergentes na estampagem das peças, em função da geometria e dos esforços de conformação implícitos. O presente trabalho aborda o desenvolvimento de diferentes concepções de aços multifásicos da classe 980 MPa, voltadas para aplicação em peças com estiramento de flange, objetivando melhores resultados de expansão de furo, em comparação ao Dual Phase tradicionalmente comercializado, de microestrutura constituída tipicamente por ferrita e martensita. Para alcançar esse avanço, buscou-se produzir aços com microestrutura mais homogênea, refinada e com menor diferença de dureza entre os constituintes: um de microestrutura balanceada (ferrita, martensita e bainita), combinando alongamento e expansão de furo; outro de microestrutura majoritariamente bainítica, a fim de maximizar a capacidade de expansão de furo. Foi utilizada uma nova composição química com alterações em relação ao aço convencional de mesmo grau (liga C-Mn-Si), com redução de carbono e adição de outros elementos para aumentar a sua temperabilidade. A partir de amostras de bobinas laminadas a frio encruadas da nova liga, foram simulados ciclos de recozimento via Gleeble, variando-se as temperaturas de encharque e overaging. A partir dos resultados em escala piloto foram realizados testes industriais visando a produção em escala comercial e nova amostragem nos produtos gerados no recozimento contínuo. Para um comparativo entre os novos aços e o convencional, foram feitos testes de expansão de furo e tração à temperatura ambiente, além de caracterização microestrutural. Os novos projetos apresentaram diferenças microestruturais e nas propriedades em tração correlacionadas aos melhores resultados de expansão de furo.