Do antifinalismo providencialista ao finalismo na natureza no pensamento de Espinosa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B9DHGM |
Resumo: | Os estudos acerca do pensamento de Espinosa têm suscitado nos últimos anos profundo debate acerca da crítica e recusa da noção de teleologia. A despeito de nenhum estudioso do tema discordar sobre repúdio ao finalismo de natureza providencialista, em relação ao homem e aos demais entes o alcance da crítica do finalismo não é claro, o que tem demandado esforço dos pesquisadores a fim de estabelecer o preciso limite da crítica à doutrina das causas finais. Para explicitar o problema e, ao mesmo tempo, valorar as posições em termos de extrair, já num primeiro momento, o esboço de uma posição interpretativa, estabeleceu-se o exame e o cotejo entre os principais estudiosos do finalismo. Ao final desse exame, seguindo a posição que aproxima o finalismo espinosano de um legado aristotélico, procedeu-se à investigação do finalismo aristotélico, a fim de precisar sua natureza e, de forma segura, voltar ao texto de Espinosa para discutir a efetividade da presença de elementos a favor de um finalismo interno aos entes corpóreos em geral. Trata-se da defesa do finalismo intrínseco à natureza física que, apesar da recusa de fins da Natureza, parece sustentável. Finalmente, espera-se encontrar no estudo da pequena física" apresentada na parte II da Ética e dos Princípios da filosofia cartesiana os elementos comprobatórios de que, embora não se possa negar a recusa da doutrina dos fins, a natureza, na especificidade de seus entes particulares, comporta, em algum grau, evidências da presença de elementos que podem ser interpretados teleologicamente. A tese defende, portanto, que Espinosa não recusa a finalidade interna (fins na Natureza), mas se opõe à ideia de fins da Natureza (providência divina). Quer dizer que a recusa da atribuição de fins à Natureza Naturante não implica a recusa da existência de fins intrínsecos aos entes na Natureza Naturada. |
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Telma de Souza BirchalGiorgia CecchinatoJoaosinho BeckenkampMarcos André GleizerCristiano Novaes de RezendeAndrelino Ferreira dos Santos Filho2019-08-13T07:52:11Z2019-08-13T07:52:11Z2018-06-28http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B9DHGMOs estudos acerca do pensamento de Espinosa têm suscitado nos últimos anos profundo debate acerca da crítica e recusa da noção de teleologia. A despeito de nenhum estudioso do tema discordar sobre repúdio ao finalismo de natureza providencialista, em relação ao homem e aos demais entes o alcance da crítica do finalismo não é claro, o que tem demandado esforço dos pesquisadores a fim de estabelecer o preciso limite da crítica à doutrina das causas finais. Para explicitar o problema e, ao mesmo tempo, valorar as posições em termos de extrair, já num primeiro momento, o esboço de uma posição interpretativa, estabeleceu-se o exame e o cotejo entre os principais estudiosos do finalismo. Ao final desse exame, seguindo a posição que aproxima o finalismo espinosano de um legado aristotélico, procedeu-se à investigação do finalismo aristotélico, a fim de precisar sua natureza e, de forma segura, voltar ao texto de Espinosa para discutir a efetividade da presença de elementos a favor de um finalismo interno aos entes corpóreos em geral. Trata-se da defesa do finalismo intrínseco à natureza física que, apesar da recusa de fins da Natureza, parece sustentável. Finalmente, espera-se encontrar no estudo da pequena física" apresentada na parte II da Ética e dos Princípios da filosofia cartesiana os elementos comprobatórios de que, embora não se possa negar a recusa da doutrina dos fins, a natureza, na especificidade de seus entes particulares, comporta, em algum grau, evidências da presença de elementos que podem ser interpretados teleologicamente. A tese defende, portanto, que Espinosa não recusa a finalidade interna (fins na Natureza), mas se opõe à ideia de fins da Natureza (providência divina). Quer dizer que a recusa da atribuição de fins à Natureza Naturante não implica a recusa da existência de fins intrínsecos aos entes na Natureza Naturada.Studies on Spinoza's thinking have in recent years provoked a profound debate about the criticism and refusal of the notion of teleology. Although no scholar of the subject disagrees on the rejection of the finalism of a providentialist nature, in relation to man and other entities the scope of the critique of finalism is not clear, which has demanded the effort of the researchers in order to establish the precise limit of criticism to the final causes doctrine. In order to make explicit the issue and at the same time to assess the positions in terms of extracting the outline of an interpretative position, the examination and comparison between the main scholars of the finalism was established. By the end of this examination, following the position that approximates the Spinozas finalism of an Aristotelian legacy, the Aristotelian finalism was investigated, in order to specify its nature and, in accurate way, to return to the text of Spinoza to discuss the effectiveness of the presence of elements in favor of an internal finalism to corporeal entities in general. It is the defense of the finalism intrinsic to the physical nature that, despite the refusal of it ends in nature, it seems sustainable. At last, this work aimed at finding in Spinozas physics, that was presented in the second part of Ethics and the Principle of Cartesian Philosophy, the supporting elements that nature, in the specificity of its particular entities, accommodates, to some degree, evidence of the presence of elements that can be interpreted teleologically, although it can not be denied the finalist theory refusal. Therefore, this thesisargues that Spinoza does not refuse the internal finalism (ends in Nature), but he opposes to the idea of the ends of Nature (divine providence), what means that the refusal of the attribution of ends to the Natura naturans does not imply the refusal of the existence of ends intrinsic to the entities in the Natura Naturata.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPeripatetismoSpinoza, Benedictus de, 1632-1677FilosofiaModernidadeMecanicismoDeterminismoTeleologiaCausalidadeFísicaDo antifinalismo providencialista ao finalismo na natureza no pensamento de Espinosainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtfinalvers_o2.pdfapplication/pdf3808334https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9DHGM/1/tfinalvers_o2.pdf7508742fc52496dd207dc30b3acf33b6MD51TEXTtfinalvers_o2.pdf.txttfinalvers_o2.pdf.txtExtracted texttext/plain554100https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B9DHGM/2/tfinalvers_o2.pdf.txt3b832e554b5b2a7bdc6d8396e936556bMD521843/BUOS-B9DHGM2019-11-14 22:03:52.262oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B9DHGMRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T01:03:52Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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