Corpos mal situados: a figura do animal em Desonra e A vida dos animais, de J. M. Coetzee

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dolores Oliveira de Orange Lins da Fonseca e Silva
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/LETR-AU9LA8
Resumo: Esta dissertação propõe uma leitura da figura do animal nos livros Desonra (1999) e A vida dos animais (1999), de J. M. Coetzee. O trabalho busca investigar como Coetzee problematiza as fronteiras de identificação e o entrecruzamento entre o homem e o animal, ao tomar os viventes não humanos como sujeitos, sem reduzi-los a esquemas antropomórficos. A pesquisa acompanha o processo de animalização enfrentado pelo protagonista de Desonra, que, após uma série de acontecimentos desestabilizadores, experimenta o sentimento de privação e de empobrecimento próprios aos viventes não humanos. Buscamos analisar também como Elizabeth Costello, personagem principal em A vida dos animais, após confrontar sistemas dogmáticos como a soberania da razão humana ou a normalidade da violência perpetrada contra os viventes não humanos, aproxima o homem dos demais seres vivos, num esforço para reconciliá-los através da experiência, do corpo e da poesia. Por fim, este estudo tenta avaliar a maneira pela qual Coetzee confere à poesia a capacidade de elaborar um tipo de saber alternativo sobre os animais, oferecendo-a como uma espécie de experiência primitiva. Exploramos mais a fundo esse caminho de valorização de uma poesia que, mesmo sendo sobre o animal, não se limita às simples metáforas e imitações. Uma poesia que carrega consigo uma experiência não calcada em abstrações e premissas, mas sim no incentivo à sensação quase corpórea de aliança, de comunicação transversal e de pacto entre o homem e os demais viventes.
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