Padrões Espaço-Temporais da comunidade planctônica do complexo lacustre do Médio Rio Doce

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Diego Guimaraes Florencio Pujoni
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A33GFL
Resumo: Durante dez anos o Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD-site4) coletou dados das comunidades planctônicas de várias lagoas pertencentes ao sistema lacustre do Vale do Rio Doce. Neste trabalho, foram utilizados quatro estudos que avaliaram a estrutura desta comunidade tendo como foco distintas escalas temporais e espaciais, sendo elas: variação inter e intra-anual, variação diária, variação entre e dentro das lagoas (vertical e horizontal). O objetivo desta tese foi avaliar quais as escalas que mais explicavam a variação na estrutura da comunidade e quais eram os principais mecanismos de geração dessa variação espaço-temporal. Para isso utilizou-se a técnica denominada de partição de variância, onde o coeficiente de determinação da regressão múltipla das variáveis bióticas foi particionado entre as escalas espaço-temporais avaliadas, tornando possível compara-las entre si. Inicialmente, os resíduos aleatórios corresponderam à maior fração da variância (69%). Este resultado já era esperado, já que várias outras escalas e fontes de variação não foram consideradas nesta análise. A variação entre lagoas foi a escala com maior explicação da variabilidade da estrutura da comunidade planctônica (18%), seguida pela escala inter-anual (8%). As escalas intra-anual, ou sazonal, e intra-lagoa, tanto vertical quanto horizontal, tiveram as menores explicações (2%). A respeito dos mecanismos geradores de variação, o padrão de mistura da lagoa é o principal mecanismo que determina a estrutura da comunidade tanto espaço quanto temporalmente. Os outros fatores atuam na estruturação da comunidade indiretamente via padrão de mistura. As variações sazonais e inter-anuais das variáveis meteorológicas determinam o ritmo do padrão de mistura, assim como as suas variações inter-anuais. O coeficiente de atenuação vertical age em conjunto com a profundidade da lagoa, determinando a força da estratificação térmica e o padrão de circulação (e.g. monomítico ou polimítico), determinando as diferenças na estruturação de comunidades entre lagoas. Fatores bióticos, como o controle top-down exercido pelas introduções de espécies exóticas de peixes piscívoros também são capazes de gerar variações na estrutura da comunidade em longo prazo, mas novos estudos ainda devem ser realizados para comprovar o mecanismo exato através do qual esta cascata trófica ocorre
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spelling Paulina Maria Maia BarbosaCarlos Ruberto Fragoso JúniorDiego Guimaraes Florencio Pujoni2019-08-14T12:10:37Z2019-08-14T12:10:37Z2015-04-29http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A33GFLDurante dez anos o Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD-site4) coletou dados das comunidades planctônicas de várias lagoas pertencentes ao sistema lacustre do Vale do Rio Doce. Neste trabalho, foram utilizados quatro estudos que avaliaram a estrutura desta comunidade tendo como foco distintas escalas temporais e espaciais, sendo elas: variação inter e intra-anual, variação diária, variação entre e dentro das lagoas (vertical e horizontal). O objetivo desta tese foi avaliar quais as escalas que mais explicavam a variação na estrutura da comunidade e quais eram os principais mecanismos de geração dessa variação espaço-temporal. Para isso utilizou-se a técnica denominada de partição de variância, onde o coeficiente de determinação da regressão múltipla das variáveis bióticas foi particionado entre as escalas espaço-temporais avaliadas, tornando possível compara-las entre si. Inicialmente, os resíduos aleatórios corresponderam à maior fração da variância (69%). Este resultado já era esperado, já que várias outras escalas e fontes de variação não foram consideradas nesta análise. A variação entre lagoas foi a escala com maior explicação da variabilidade da estrutura da comunidade planctônica (18%), seguida pela escala inter-anual (8%). As escalas intra-anual, ou sazonal, e intra-lagoa, tanto vertical quanto horizontal, tiveram as menores explicações (2%). A respeito dos mecanismos geradores de variação, o padrão de mistura da lagoa é o principal mecanismo que determina a estrutura da comunidade tanto espaço quanto temporalmente. Os outros fatores atuam na estruturação da comunidade indiretamente via padrão de mistura. As variações sazonais e inter-anuais das variáveis meteorológicas determinam o ritmo do padrão de mistura, assim como as suas variações inter-anuais. O coeficiente de atenuação vertical age em conjunto com a profundidade da lagoa, determinando a força da estratificação térmica e o padrão de circulação (e.g. monomítico ou polimítico), determinando as diferenças na estruturação de comunidades entre lagoas. Fatores bióticos, como o controle top-down exercido pelas introduções de espécies exóticas de peixes piscívoros também são capazes de gerar variações na estrutura da comunidade em longo prazo, mas novos estudos ainda devem ser realizados para comprovar o mecanismo exato através do qual esta cascata trófica ocorreDuring ten years the Brazilian The Long Term Ecological Research Program (LTER-site4) collected data from planktonic communities of several lakes belonging to the Vale do Rio Doce lacustrine system. In this study, we used four studies which evaluated the community structure of these lakes focusing on different temporal and spatial scales, which are: inter- and intra-annual variation, daily variation, variation between and within the lakes (vertical and horizontal). The objective of this thesis was to evaluate which scales explain variation in community structure the most and what are the main generation mechanisms of this variation. We used a technique called variance partitioning where the coefficient of determination of the multiple regression of biotic variables was partitioned between the spatio-temporal scales, making it possible to compare them with each other. Initially, the random residuals corresponded to the larger fraction of the variance (69%). This result was expected, since several other scales and sources of variation were not considered in this analysis. The variation between the lakes was the scale with the largest explanation of variability of plankton community structure (18%), followed by inter-annual variation (8%). The intra-annual variation, or seasonal, and intra-lake, both vertically and horizontally, showed the lowest explanations (2%). Regarding the generating mechanisms of variation, the mixture patterns of the lakes is the main mechanism that determines the community structure in both time and space. Other factors affect the community structure indirectly by influencing the mixing pattern. Seasonal and inter-annual variations in weather variables determine the mixture pattern, as well as their inter-annual variations. The vertical attenuation coefficient acts together with the depth of the lake, determining the strength of the thermal stratification and the circulation pattern (e.g. monomitic or polymitic), thus determining the differences in community structure between lakes. Biotic factors, such as top-down control by introductions of exotic piscivorous fish species are also capable of generating long-term variations in community structure, but further studies are still necessary to prove the exact mechanism by which this trophic cascade occurs.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEcologiaEcologia das lagoasClimaPlanctonEcologiaConservação e Manejo da Vida SilvestrePadrões Espaço-Temporais da comunidade planctônica do complexo lacustre do Médio Rio Doceinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_diego_pujoni___ufmg___maio_2015.pdfapplication/pdf6204143https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A33GFL/1/tese_diego_pujoni___ufmg___maio_2015.pdfe88f4c3c84c1905308b3f0edd3a9bb57MD51TEXTtese_diego_pujoni___ufmg___maio_2015.pdf.txttese_diego_pujoni___ufmg___maio_2015.pdf.txtExtracted texttext/plain310741https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A33GFL/2/tese_diego_pujoni___ufmg___maio_2015.pdf.txtae900eba3ed293d65526d8e4def4b99cMD521843/BUBD-A33GFL2019-11-14 14:43:28.431oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-A33GFLRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T17:43:28Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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