Inconsistências e consequências da variável raça para a mensuração de desigualdades

• Autor(a) principal: Jeronimo Oliveira Muniz
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: https://doi.org/10.15448/1984-7289.2016.2.23097; http://hdl.handle.net/1843/36854; https://orcid.org/0000-0002-5697-9516
• topic: Escolaridade; Cor; Consumo; Desigualdade; Distribuição racial; Escolaridade; Raças Brasil Aspectos sociais; Consumo (Economia); Desigualdade racial

“Não é possível separar as pessoas com base na raça no Brasil” (Fry et al., 2007). Esse argumento é parte do sistema de classificação racial brasileiro pelo menos desde o começo do século 20, tendo sido também uma razão para ceticismo quanto ao sucesso dos programas de ação afirmativa implementados para mitigar as desigualdades raciais do Brasil. Este artigo investiga a influência da inconsistência da classificação racial sobre o nível e composição das desigualdades educacionais e de consumo. A partir dos dados da Pesquisa Social Brasileira (PESB) de 2002 demonstra-se que os indivíduos que têm sua raça/cor inconsistentemente classificada respondem por pelo menos metade da desigualdade total e por mais de um terço da desigualdade inter-racial. Quando os inconsistentemente classificados são excluídos da análise, entretanto, a proporção das desigualdades inter-raciais não se altera substantivamente, demonstrando que a mesma é fracamente influenciada pela incerteza racial atrelada ao método de coleta utilizado.