Perfis e percepções acerca da consulta ginecológica em Belo Horizonte no início do século XXI

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maria Eponina de Abreu e Torres
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/AMSA-77PGRZ
Resumo: Esta dissertação tem como foco a consulta ginecológica. Pretende-se investigar o acesso a estas consultas entre mulheres residentes em Belo Horizonte, com idade entre 18 e 59 anos, e suas percepções sobre este acesso. Este trabalho foi desenvolvido em duas etapas. Na primeira etapa, foi feita uma análise quantitativa através do método Grade of Membership (GoM), buscando delinear perfis de mulheres de 18 a 59 anos, que realizaram e não realizaram a consulta ginecológica nos 12 meses anteriores à pesquisa. Na segunda etapa, foi feita uma análise qualitativa, a partir de 33 entrevistas semi-estruturadas, buscando captar a percepção que mulheres com características similares aos perfis delineados na primeira etapa têm sobre a consulta ginecológica. Os dados quantitativos são oriundos da pesquisa SRSR (Saúde Reprodutiva, Sexualidade e Raça/cor), realizada pelo Cedeplar em 2002. Foram entrevistadas 1302 mulheres de 15 a 59 anos em Belo Horizonte, sendo esta uma amostra representativa do município. Já os dados qualitativos são provenientes da pesquisa Aspectos quantitativos e qualitativos acerca do acesso à contracepção e ao diagnóstico e tratamento do câncer de colo uterino: uma proposta de análise para o municio de Belo Horizonte, MG. Também realizada pelo Cedeplar, a pesquisa aconteceu entre 2005 e 2006. Foram entrevistadas 60 mulheres de 18 a 59 anos acerca de sua saúde reprodutiva. Os resultados quantitativos sugerem que ter realizado uma consulta ginecológica está muito relacionado às características socioeconômicas e demográficas das entrevistadas. Nota-se, também, que as mulheres com maior probabilidade de terem ido ao ginecologista nos últimos 12 meses são aquelas que tiveram um acompanhamento ginecológico regular e que costumavam ir ao ginecologista através de consultas particulares ou planos de saúde. Aquelas cujo acesso à consulta ginecológica se dá via SUS estão em clara desvantagem. Os resultados qualitativos reafirmam o desconforto das mulheres diante da consulta, sendo que este é maior entre as mulheres de menor escolaridade. Notou-se também que primeira consulta ginecológica ocorreu em momentos muito diferentes para as mulheres de alta e baixa escolaridade entre as de alta escolaridade, a primeira consulta ginecológica está geralmente relacionada ao início da vida sexual e ao uso de contracepção, já entre as de menor escolaridade, o motivo para a primeira consulta ginecológica costuma estar ligado à gravidez. No entanto, independente da escolaridade, da idade e da freqüência com que as entrevistadas buscam esta consulta, ficou clara a grande importância que é atribuída à consulta ginecológica.São duas as contribuições deste trabalho. A primeira se refere aos perfis de acesso às consultas ginecológicas em BH, que possibilitará um melhor entendimento de quem são as mulheres que estão e não estão tendo acesso a cuidados de saúde reprodutiva. A segunda é no sentido de entender melhor o que as mulheres pensam a respeito desta consulta, como elas se sentem quando estão no consultório e o que elas buscam quando vão até um ginecologista. Entendendo melhor o que perpassa essa consulta, é possível contribuir para a melhoria deste acesso para todas as mulheres.
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Nota-se, também, que as mulheres com maior probabilidade de terem ido ao ginecologista nos últimos 12 meses são aquelas que tiveram um acompanhamento ginecológico regular e que costumavam ir ao ginecologista através de consultas particulares ou planos de saúde. Aquelas cujo acesso à consulta ginecológica se dá via SUS estão em clara desvantagem. Os resultados qualitativos reafirmam o desconforto das mulheres diante da consulta, sendo que este é maior entre as mulheres de menor escolaridade. Notou-se também que primeira consulta ginecológica ocorreu em momentos muito diferentes para as mulheres de alta e baixa escolaridade entre as de alta escolaridade, a primeira consulta ginecológica está geralmente relacionada ao início da vida sexual e ao uso de contracepção, já entre as de menor escolaridade, o motivo para a primeira consulta ginecológica costuma estar ligado à gravidez. No entanto, independente da escolaridade, da idade e da freqüência com que as entrevistadas buscam esta consulta, ficou clara a grande importância que é atribuída à consulta ginecológica.São duas as contribuições deste trabalho. A primeira se refere aos perfis de acesso às consultas ginecológicas em BH, que possibilitará um melhor entendimento de quem são as mulheres que estão e não estão tendo acesso a cuidados de saúde reprodutiva. A segunda é no sentido de entender melhor o que as mulheres pensam a respeito desta consulta, como elas se sentem quando estão no consultório e o que elas buscam quando vão até um ginecologista. Entendendo melhor o que perpassa essa consulta, é possível contribuir para a melhoria deste acesso para todas as mulheres.This thesis focuses on the gynecological consultation. It aims at investigating the access to the gynechologist of 18 to 59 year-old resident women of Belo Horizonte, ,as well as their perceptions about the visit as a whole. It has been developed in two stages. The first one is a quantitative analysis using Grade of Membership (GoM), in order to define profiles of women who have been to a gynecological visit in the 12 months prior to the research, compared to those who have not. The second stage is a qualitative analysis of semi-structured interviews with women whose characteristics are similar to the profiles defined in the first stage, in order to capture their perceptions regarding the visit. Quantitative data come from the project SRSR - Saúde Reprodutiva, Sexualidade e Raça/cor (Reproductive Health, Sexuality, and Race/Color), carried out by Cedeplar in 2002. Interviews were made with 1302 15 to 59 year-old women in Belo Horizonte, which are representative of the female population of Belo Horizonte for this age bracket. Qualitative data come from the project Aspectos quantitativos e qualitativos acerca do acesso à contracepção e ao diagnóstico e tratamento do câncer de colo uterino: uma proposta de análise para o município de Belo Horizonte, MG. (Quantitative and qualitative aspects of access to contraception, diagnosis, and treatment of uterine cancer: a proposal of analysis to the municipality of Belo Horizonte, MG), carried out in 2005 and 2006 by Cedeplar. Sixty women between 18 and 59 years of age were interviewed and talked about their reproductive health.The quantitative results suggest that having had a gynecological visit in the previous year is strongly correlated to the socioeconomic and demographic characteristics of the women. Women who visit the gynecologist regularly and either pay for the visit or use some kind of health insurance are the ones with higher probabilities of having been to the gynecologist in the last 12 months. Those whose access are through the public system are clearly disadvantaged. The qualitative results indicate that women feel uncomfortable during the visit the less educated women report feeling more embarrassed than the more educated. There are also strong differences between the more and the less educated women regarding the first gynecological visit. For those with more schooling, the first visit happens earlier in life and is generally related to sexual debut and contraceptive use. Among the less educated, the first visit is commonly related to pregnancy. Regardless educational level, age or frequency of visits, it is clear that going to the gynecologist has great importance for the women interviewed.The contributions of this thesis are twofold. The first one is related to the profiles, which allow a better understanding of access to gynecological visits in Belo Horizonte. The second contribution is in the understanding of what women think about the gynecological visit, how they feel at the doctor's office, and what they are looking for when they go to the gynecologist. Understanding the gynecological consultation more deeply can certainly contribute to improve access for all women.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMulheres Saúde e higiene Belo Horizonte (MG)Serviços de saúde para mulheres Belo Horizonte (MG)saúde reprodutivamulheracesso a serviços de saúdeconsulta ginecológicaBelo HorizontePerfis e percepções acerca da consulta ginecológica em Belo Horizonte no início do século XXIinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALmaria_eponina_2007.pdfapplication/pdf511941https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-77PGRZ/1/maria_eponina_2007.pdf253cd53f41db1bca7580b93764a93212MD51TEXTmaria_eponina_2007.pdf.txtmaria_eponina_2007.pdf.txtExtracted texttext/plain236999https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/AMSA-77PGRZ/2/maria_eponina_2007.pdf.txtecd4d9c20905c9b7f720db084659f75bMD521843/AMSA-77PGRZ2019-11-14 21:35:24.901oai:repositorio.ufmg.br:1843/AMSA-77PGRZRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T00:35:24Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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