Atendimento às vítimas de violência sexual do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais: quem são essas meninas e mulheres?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Raíza de Almeida Aguiar
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/60566
Resumo: ntrodução: em 2019, foram 66.123 vítimas de estupro no Brasil, uma a cada oito minutos, sendo 85,7% do sexo feminino. Construir evidências sobre como ocorre a agressão sexual e quais as características das vítimas e dos agressores pode auxiliar no desenvolvimento de ferramentas para melhorar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde, bem como criar iniciativas de promoção da cultura de paz, prevenção da violência e recuperação dos atores envolvidos. Objetivo: analisar quem são as meninas e mulheres vítimas de violência sexual atendidas no ambulatório de violência sexual do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Metodologia: esse é um estudo observacional e transversal, que envolveu 119 pacientes atendidas no ambulatório de violência sexual do HC-UFMG de 01/11/2014 a 31/12/2020. Resultados: durante o intervalo em estudo, das 119 vítimas de violência sexual tratadas, observou-se que a maioria eram adultas (82,4%), pardas (50,4%) e solteiras (74,8%). 58% delas não faziam uso de método anticoncepcional e foram violentadas por um único agressor (82,4%), com o qual não tinham relação prévia (59,7%). Em relação à distribuição bivariada, observou-se que o tempo até a procura no atendimento médico foi tardio (maior que 5 dias após a violência) proporcionalmente entre aquelas que tinham entre 14 e 17 anos (73,3%), eram pretas (83,3%), divorciadas (74,8%), tinham relação prévia com o agressor (74,4%), foram violentadas em eventos (76,9%), não realizaram boletim de ocorrência policial (86,2%) intercorreram com gravidez (94,6%) e tiveram o aborto legal autorizado (96,6%). Discussão: na população estudada, a maioria das vítimas se declarava parda (50%), seguida das brancas (23%) e pretas (5%). Observou-se uma associação maior entre aquelas vítimas que não realizaram boletim de ocorrência com aquelas cuja cor de pele era parda, independentemente de terem ou não sofrido outras agressões. Segundo a análise de correspondência, as vítimas com 18 ou mais anos se associaram àquelas cujo intervalo foi tardio (mais de 5 dias) na procura por atendimento e que engravidaram, bem como com aquelas vítimas cujo intervalo foi agudo (até 5 dias) e não engravidaram. As vítimas que realizaram boletim de ocorrência, independentemente de terem sofrido ou não outras agressões, associaram-se mais com as vítimas cuja cor de pele era branca. Além disso, houve uma associação maior entre aquelas vítimas que não intercorreram com gravidez e fizeram uso de contracepção de emergência com o tempo até o primeiro atendimento menor que 1 dia e de 1 e 7 dias. As vítimas cujo tempo até o primeiro atendimento foi maior que 7 dias se associaram com o não uso de contracepção de emergência, independentemente de intercorrer com gravidez ou não, sendo mais forte com as vítimas que engravidaram. Considerações finais: novos estudos são necessários, com uma metodologia que inclua outras variáveis associadas ao perfil epidemiológico das vítimas e agressores para um melhor entendimento das usuárias de tal serviço especializado do HC-UFMG.
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Metodologia: esse é um estudo observacional e transversal, que envolveu 119 pacientes atendidas no ambulatório de violência sexual do HC-UFMG de 01/11/2014 a 31/12/2020. Resultados: durante o intervalo em estudo, das 119 vítimas de violência sexual tratadas, observou-se que a maioria eram adultas (82,4%), pardas (50,4%) e solteiras (74,8%). 58% delas não faziam uso de método anticoncepcional e foram violentadas por um único agressor (82,4%), com o qual não tinham relação prévia (59,7%). Em relação à distribuição bivariada, observou-se que o tempo até a procura no atendimento médico foi tardio (maior que 5 dias após a violência) proporcionalmente entre aquelas que tinham entre 14 e 17 anos (73,3%), eram pretas (83,3%), divorciadas (74,8%), tinham relação prévia com o agressor (74,4%), foram violentadas em eventos (76,9%), não realizaram boletim de ocorrência policial (86,2%) intercorreram com gravidez (94,6%) e tiveram o aborto legal autorizado (96,6%). Discussão: na população estudada, a maioria das vítimas se declarava parda (50%), seguida das brancas (23%) e pretas (5%). Observou-se uma associação maior entre aquelas vítimas que não realizaram boletim de ocorrência com aquelas cuja cor de pele era parda, independentemente de terem ou não sofrido outras agressões. Segundo a análise de correspondência, as vítimas com 18 ou mais anos se associaram àquelas cujo intervalo foi tardio (mais de 5 dias) na procura por atendimento e que engravidaram, bem como com aquelas vítimas cujo intervalo foi agudo (até 5 dias) e não engravidaram. As vítimas que realizaram boletim de ocorrência, independentemente de terem sofrido ou não outras agressões, associaram-se mais com as vítimas cuja cor de pele era branca. Além disso, houve uma associação maior entre aquelas vítimas que não intercorreram com gravidez e fizeram uso de contracepção de emergência com o tempo até o primeiro atendimento menor que 1 dia e de 1 e 7 dias. As vítimas cujo tempo até o primeiro atendimento foi maior que 7 dias se associaram com o não uso de contracepção de emergência, independentemente de intercorrer com gravidez ou não, sendo mais forte com as vítimas que engravidaram. Considerações finais: novos estudos são necessários, com uma metodologia que inclua outras variáveis associadas ao perfil epidemiológico das vítimas e agressores para um melhor entendimento das usuárias de tal serviço especializado do HC-UFMG.Introduction: there were 66,123 rape victims in Brazil in 2019, one every eight minutes, 85.7% of them being female. Building evidence on how sexual assault occurs and what are the characteristics of the victims and the offenders can help in the development of tools to improve the access to and the quality of health services, as well as create initiatives to promote a culture of peace, violence prevention and recovery of the people involved. Objective: to analyze who are the girls and women victims of sexual violence attended at the outpatient clinic for sexual violence at the Hospital das Clínicas of the Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Methods: this is an observational and cross-sectional study, which involved 119 patients attended at the HC-UFMG sexual violence clinic from 11/01/2014 to 12/31/2020. Results: during the study interval, of the 119 victims of sexual violence treated, it was observed that most were adults (82.4%), brown (50.4%) and single (74.8%). 58% of them did not use contraceptive methods and were raped by a single aggressor (82.4%), with whom they had no previous relationship (59.7%). Using a bivariate distribution analysis, it was observed that the time to seek medical attention was proportionally bigger (greater than 5 days after the violence) among those who: were aged between 14 and 17 years (73.3%); were black (83 .3%); were divorced (74.8%); had a previous relationship with the aggressor (74.4%); were raped in events (76.9%); did not file a police report (86.2%) intervened with pregnancy (94.6%); had legal abortion authorized (96.6%). Discussion: in the population studied, most victims declared themselves brown (50%), followed by white (23%) and black (5%). There was a greater association between those victims who did not file a police report with those whose skin color was brown, regardless of whether or not they had suffered other aggressions. According to the correspondence analysis, victims aged 18 or over were associated with those who became pregnant when the interval in seeking care was late (more than 5 days), as well as with those who did not get pregnant when the interval was acute (up to 5 days). Victims who filed a police report, regardless of having suffered other aggressions or not, were more associated with victims whose skin color was white. In addition, there was a greater association between those victims who did not experience pregnancy and used emergency contraception with an interval time until the first visit of less than 1 day and between 1 and 7 days. Victims whose time until the first visit was greater than 7 days were associated with not using emergency contraception, regardless of whether it was a pregnancy or not, being stronger with victims who became pregnant. Final considerations: further studies are needed, using a methodology that includes other variables associated with the epidemiological profile of victims and aggressors for a better understanding of the users of this specialized service at the HC-UFMG.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Promoção de Saúde e Prevenção da ViolênciaUFMGBrasilMEDICINA - FACULDADE DE MEDICINADelitos SexuaisViolência contra a mulherPerfil de SaúdeEstudos TransversaisHospitais UniversitáriosDissertação Acadêmicaviolência sexualestuproViolência contra a mulherperfil epidemiológicoAtendimento às vítimas de violência sexual do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais: quem são essas meninas e mulheres?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/60566/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD52ORIGINALDissertação VS Raíza VERSÃO FINAL formatada.pdfDissertação VS Raíza VERSÃO FINAL formatada.pdfapplication/pdf754121https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/60566/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20VS%20Ra%c3%adza%20VERS%c3%83O%20FINAL%20formatada.pdf6ac50935f90df7150932ed14fc108a75MD511843/605662023-11-07 12:19:42.464oai:repositorio.ufmg.br:1843/60566TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-11-07T15:19:42Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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