A construção de cúpulas imaginárias na capitania de Minas Gerais : a pintura de perspectiva e a expressão de uma concepção religiosa - 1725 a 1800

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luciana Braga Giovannini
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/50245
https://orcid.org/0000-0002-3440-1799
Resumo: O presente trabalho de doutorado corresponde ao estudo de um conjunto de pinturas de perspectiva que decoram as capelas-mores de cinco templos localizados em três comarcas da capitania de Minas Gerais: Vila Rica, Serro Frio e Rio das Mortes. Tais ornamentações simulam arquiteturas circulares centralizadas, as quais intitulamos Cúpulas Imaginárias. São elas: as decorações de forro das capelas-mores da Sé catedral de Mariana (1760), da igreja de Santa Efigênia de Ouro Preto (c.1765), ambas contratadas pelo pintor português Manoel Rebelo de Souza; da matriz de Santo Antônio de Ouro Branco (1760-1775), de autoria desconhecida, da matriz de Santana de Inhaí (antes de 1787), atribuída ao artífice bracarense José Soares de Araújo, e da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Tiradentes (1760-1775), cujo autor denominamos Mestre do Rosário. Por meio do estudo estilístico-formal das obras de arte, procuramos averiguar a interlocução entre a prática quadraturista desenvolvida em Minas Gerais e o Norte de Portugal, as antigas províncias de Entre-Douro-e-Minho e Trás-os-Montes, região de onde partiu a maioria dos pintores que desembarcaram na região aurífera e diamantífera ao longo do século XVIII. Para compreender a mensagem transmitida por cada uma dessas pinturas de teto, realizamos uma análise iconográfica e, a partir de sua interpretação, buscamos correlacionar o seu conteúdo com o ambiente artístico e religioso da capitania de Minas Gerais, manifesto por meio do culto aos santos, da proclamação dos sermões e das festas públicas, cuja produção contou com um grande aparato decorativo caracterizado por uma relação de proximidade entre o fiel e o seu padroeiro. Logo no princípio de nossa pesquisa, observamos que os artífices que trabalharam em Minas Gerais no decorrer do século XVIII (e a maioria dos pintores que atuaram nas antigas províncias de Entre-Douro-e-Minho e Trás-os-Montes) não criaram ambientes que rompem com a materialidade do teto das referidas igrejas, prolongando a arquitetura real, conduzindo o olhar do espectador ao infinito e desencadeando o sentimento de deslumbramento e êxtase religioso. Durante nossa investigação, percebemos que as cúpulas pintadas evocam a necessidade de construção de um espaço centralizado composto a partir de um ponto central, que determina o local a ser ocupado pelo observador. No entanto, a composição das pinturas prioriza a reprodução dos grupos figurativos: as narrativas hagiográficas e religiosas. Portanto, defendemos a proposição de que os artistas, atendendo aos propósitos dos comitentes, pintaram as cúpulas imaginárias com o intuito de expressar uma concepção religiosa. O domo representa a reconciliação entre Deus e os homens e os personagens indicam o caminho que o fiel deve seguir para evoluir espiritualmente e alcançar a Glória de Deus. No conjunto pictórico estudado, a quadratura deve ser compreendida em sua dimensão simbólica. Partindo deste ponto de vista, consideramos que a pintura de perspectiva é mais representativa e emblemática do que propriamente ilusionista. Nesse âmbito, a falsa arquitetura possui um caráter transitório, no sentido de que corresponde ao lugar de passagem entre o universo terreno e o celestial.
id UFMG_60d9c8b018ed156cc5f5fac564fb32f2
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/50245
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Magno Moraes Mellohttp://lattes.cnpq.br/5493721457619980Myriam Andrade Ribeiro de OliveiraRene Lommez GomesAngela BrandãoJeaneth Xavier de Araújo Diashttp://lattes.cnpq.br/6082386810656870Luciana Braga Giovannini2023-02-20T21:00:31Z2023-02-20T21:00:31Z2022-11-28http://hdl.handle.net/1843/50245https://orcid.org/0000-0002-3440-1799O presente trabalho de doutorado corresponde ao estudo de um conjunto de pinturas de perspectiva que decoram as capelas-mores de cinco templos localizados em três comarcas da capitania de Minas Gerais: Vila Rica, Serro Frio e Rio das Mortes. Tais ornamentações simulam arquiteturas circulares centralizadas, as quais intitulamos Cúpulas Imaginárias. São elas: as decorações de forro das capelas-mores da Sé catedral de Mariana (1760), da igreja de Santa Efigênia de Ouro Preto (c.1765), ambas contratadas pelo pintor português Manoel Rebelo de Souza; da matriz de Santo Antônio de Ouro Branco (1760-1775), de autoria desconhecida, da matriz de Santana de Inhaí (antes de 1787), atribuída ao artífice bracarense José Soares de Araújo, e da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Tiradentes (1760-1775), cujo autor denominamos Mestre do Rosário. Por meio do estudo estilístico-formal das obras de arte, procuramos averiguar a interlocução entre a prática quadraturista desenvolvida em Minas Gerais e o Norte de Portugal, as antigas províncias de Entre-Douro-e-Minho e Trás-os-Montes, região de onde partiu a maioria dos pintores que desembarcaram na região aurífera e diamantífera ao longo do século XVIII. Para compreender a mensagem transmitida por cada uma dessas pinturas de teto, realizamos uma análise iconográfica e, a partir de sua interpretação, buscamos correlacionar o seu conteúdo com o ambiente artístico e religioso da capitania de Minas Gerais, manifesto por meio do culto aos santos, da proclamação dos sermões e das festas públicas, cuja produção contou com um grande aparato decorativo caracterizado por uma relação de proximidade entre o fiel e o seu padroeiro. Logo no princípio de nossa pesquisa, observamos que os artífices que trabalharam em Minas Gerais no decorrer do século XVIII (e a maioria dos pintores que atuaram nas antigas províncias de Entre-Douro-e-Minho e Trás-os-Montes) não criaram ambientes que rompem com a materialidade do teto das referidas igrejas, prolongando a arquitetura real, conduzindo o olhar do espectador ao infinito e desencadeando o sentimento de deslumbramento e êxtase religioso. Durante nossa investigação, percebemos que as cúpulas pintadas evocam a necessidade de construção de um espaço centralizado composto a partir de um ponto central, que determina o local a ser ocupado pelo observador. No entanto, a composição das pinturas prioriza a reprodução dos grupos figurativos: as narrativas hagiográficas e religiosas. Portanto, defendemos a proposição de que os artistas, atendendo aos propósitos dos comitentes, pintaram as cúpulas imaginárias com o intuito de expressar uma concepção religiosa. O domo representa a reconciliação entre Deus e os homens e os personagens indicam o caminho que o fiel deve seguir para evoluir espiritualmente e alcançar a Glória de Deus. No conjunto pictórico estudado, a quadratura deve ser compreendida em sua dimensão simbólica. Partindo deste ponto de vista, consideramos que a pintura de perspectiva é mais representativa e emblemática do que propriamente ilusionista. Nesse âmbito, a falsa arquitetura possui um caráter transitório, no sentido de que corresponde ao lugar de passagem entre o universo terreno e o celestial.The present PhD work corresponds to the study of a group of illusionistic perspective paintings which embellish the main chapels of five temples, located in three counties of the capitania of Minas Gerais, Vila Rica, Serro Frio and Rio das Mortes. Such ornamentations simulate circular centralized architectures, called Imaginary Domes. These are: the decorations of the ceiling of the main chapels of the Cathedral of Mariana (1760), the church of Santa Efigênia de Ouro Preto (c. 1765), both executed by the Portuguese painter Manoel Rabelo de Souza; the mother church of Santo Antônio de Ouro Branco (1760-1775), whose authorship is unknown; the mother church of Santana de Inhaí (before 1787), attributed to the Bracarense craftsman José Soares de Araújo; and the church of Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Tiradentes (1760-1775), whose author we call Mestre do Rosário. Through a stylistic-formal analysis of the art works, we seek to investigate the interlocution between the quadraturistic practice developed in Minas Gerais and the North of Portugal, namely the provinces of Entre-Douro-e-Minho and Trás-os-Montes, regions whence most of the painters arrived in the auriferous and diamondiferous territory during the 18th century. To understand the message transmitted by the painting, we executed an iconographical analysis and, from its interpretation, we sought to correlate its content to the artistic and religious universe of the capitania of Minas Gerais, manifested by the cult of saints, the proclamation of sermons and religious festivities, whose production was based on a wide decorative apparatus, characterized by a close relationship between the faithful and the saints of their devotion. Since the beginning o four investigation, we observed that the artists who worked in Minas Gerais throughout the 18th century (and most of the painters who were active in the old provinces of Entre-Douro-e-Minho and Trás-os-Montes) did not create environments which break with the materiality of the ceiling of the mentioned churches, extending the real architecture, conducting the gaze of the observer into the infinite and triggering the emotion of wonder and religious ecstasy. During our investigation, we realized that the painted domes evoke the need for the construction of a centralized space composed by a central point, which determinates the place to be occupied by the observer. However, the composition of the paintings prioritizes the reproduction of figurative groups: the hagiographic and religious narratives. Thus, we defend the proposition that the artists, attending to the plans of their patrons, painted imaginary domes with the intention to express a religious conception. The dome represents the reconciliation between God and man, and the characters indicate the way the faithful must follow through in order to spiritually ascend and reach the Glory of God. In the studied pictorial set, quadrature must be understood in its symbolic dimension. From this point of view, we consider perspective painting to be more representative and emblematic than properly illusionistic. In this ambit, false architecture possesses a transitory character, in the sense that corresponds to the intermediary space between the earthly universe and the celestial realm.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIAHistória - TesesPintura - TesesArte - TesesMinas Gerais - História - TesesPintura de perspectivaQuadraturaIconografiaIconologiaA construção de cúpulas imaginárias na capitania de Minas Gerais : a pintura de perspectiva e a expressão de uma concepção religiosa - 1725 a 1800The construction of imaginary domes in the capitania of Minas Gerais : perspective painting and the expression of a religious conception - 1725-1800info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESE_DOUTORADO_LUCIANA BRAGA GIOVANNINI.pdfTESE_DOUTORADO_LUCIANA BRAGA GIOVANNINI.pdfapplication/pdf43444048https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50245/5/TESE_DOUTORADO_LUCIANA%20BRAGA%20GIOVANNINI.pdf674af5c5360c2134b6fdceba11fed4a3MD55LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50245/6/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD561843/502452023-02-20 18:00:32.109oai:repositorio.ufmg.br:1843/50245TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-02-20T21:00:32Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A construção de cúpulas imaginárias na capitania de Minas Gerais : a pintura de perspectiva e a expressão de uma concepção religiosa - 1725 a 1800
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv The construction of imaginary domes in the capitania of Minas Gerais : perspective painting and the expression of a religious conception - 1725-1800
title A construção de cúpulas imaginárias na capitania de Minas Gerais : a pintura de perspectiva e a expressão de uma concepção religiosa - 1725 a 1800
spellingShingle A construção de cúpulas imaginárias na capitania de Minas Gerais : a pintura de perspectiva e a expressão de uma concepção religiosa - 1725 a 1800
Luciana Braga Giovannini
Pintura de perspectiva
Quadratura
Iconografia
Iconologia
História - Teses
Pintura - Teses
Arte - Teses
Minas Gerais - História - Teses
title_short A construção de cúpulas imaginárias na capitania de Minas Gerais : a pintura de perspectiva e a expressão de uma concepção religiosa - 1725 a 1800
title_full A construção de cúpulas imaginárias na capitania de Minas Gerais : a pintura de perspectiva e a expressão de uma concepção religiosa - 1725 a 1800
title_fullStr A construção de cúpulas imaginárias na capitania de Minas Gerais : a pintura de perspectiva e a expressão de uma concepção religiosa - 1725 a 1800
title_full_unstemmed A construção de cúpulas imaginárias na capitania de Minas Gerais : a pintura de perspectiva e a expressão de uma concepção religiosa - 1725 a 1800
title_sort A construção de cúpulas imaginárias na capitania de Minas Gerais : a pintura de perspectiva e a expressão de uma concepção religiosa - 1725 a 1800
author Luciana Braga Giovannini
author_facet Luciana Braga Giovannini
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Magno Moraes Mello
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5493721457619980
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Rene Lommez Gomes
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Angela Brandão
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Jeaneth Xavier de Araújo Dias
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6082386810656870
dc.contributor.author.fl_str_mv Luciana Braga Giovannini
contributor_str_mv Magno Moraes Mello
Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira
Rene Lommez Gomes
Angela Brandão
Jeaneth Xavier de Araújo Dias
dc.subject.por.fl_str_mv Pintura de perspectiva
Quadratura
Iconografia
Iconologia
topic Pintura de perspectiva
Quadratura
Iconografia
Iconologia
História - Teses
Pintura - Teses
Arte - Teses
Minas Gerais - História - Teses
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv História - Teses
Pintura - Teses
Arte - Teses
Minas Gerais - História - Teses
description O presente trabalho de doutorado corresponde ao estudo de um conjunto de pinturas de perspectiva que decoram as capelas-mores de cinco templos localizados em três comarcas da capitania de Minas Gerais: Vila Rica, Serro Frio e Rio das Mortes. Tais ornamentações simulam arquiteturas circulares centralizadas, as quais intitulamos Cúpulas Imaginárias. São elas: as decorações de forro das capelas-mores da Sé catedral de Mariana (1760), da igreja de Santa Efigênia de Ouro Preto (c.1765), ambas contratadas pelo pintor português Manoel Rebelo de Souza; da matriz de Santo Antônio de Ouro Branco (1760-1775), de autoria desconhecida, da matriz de Santana de Inhaí (antes de 1787), atribuída ao artífice bracarense José Soares de Araújo, e da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Tiradentes (1760-1775), cujo autor denominamos Mestre do Rosário. Por meio do estudo estilístico-formal das obras de arte, procuramos averiguar a interlocução entre a prática quadraturista desenvolvida em Minas Gerais e o Norte de Portugal, as antigas províncias de Entre-Douro-e-Minho e Trás-os-Montes, região de onde partiu a maioria dos pintores que desembarcaram na região aurífera e diamantífera ao longo do século XVIII. Para compreender a mensagem transmitida por cada uma dessas pinturas de teto, realizamos uma análise iconográfica e, a partir de sua interpretação, buscamos correlacionar o seu conteúdo com o ambiente artístico e religioso da capitania de Minas Gerais, manifesto por meio do culto aos santos, da proclamação dos sermões e das festas públicas, cuja produção contou com um grande aparato decorativo caracterizado por uma relação de proximidade entre o fiel e o seu padroeiro. Logo no princípio de nossa pesquisa, observamos que os artífices que trabalharam em Minas Gerais no decorrer do século XVIII (e a maioria dos pintores que atuaram nas antigas províncias de Entre-Douro-e-Minho e Trás-os-Montes) não criaram ambientes que rompem com a materialidade do teto das referidas igrejas, prolongando a arquitetura real, conduzindo o olhar do espectador ao infinito e desencadeando o sentimento de deslumbramento e êxtase religioso. Durante nossa investigação, percebemos que as cúpulas pintadas evocam a necessidade de construção de um espaço centralizado composto a partir de um ponto central, que determina o local a ser ocupado pelo observador. No entanto, a composição das pinturas prioriza a reprodução dos grupos figurativos: as narrativas hagiográficas e religiosas. Portanto, defendemos a proposição de que os artistas, atendendo aos propósitos dos comitentes, pintaram as cúpulas imaginárias com o intuito de expressar uma concepção religiosa. O domo representa a reconciliação entre Deus e os homens e os personagens indicam o caminho que o fiel deve seguir para evoluir espiritualmente e alcançar a Glória de Deus. No conjunto pictórico estudado, a quadratura deve ser compreendida em sua dimensão simbólica. Partindo deste ponto de vista, consideramos que a pintura de perspectiva é mais representativa e emblemática do que propriamente ilusionista. Nesse âmbito, a falsa arquitetura possui um caráter transitório, no sentido de que corresponde ao lugar de passagem entre o universo terreno e o celestial.
publishDate 2022
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-11-28
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-02-20T21:00:31Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-02-20T21:00:31Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/50245
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0002-3440-1799
url http://hdl.handle.net/1843/50245
https://orcid.org/0000-0002-3440-1799
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em História
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50245/5/TESE_DOUTORADO_LUCIANA%20BRAGA%20GIOVANNINI.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50245/6/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 674af5c5360c2134b6fdceba11fed4a3
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589203800358912