Detalhes bibliográficos
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
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spelling Sueli Maria Coelhohttp://lattes.cnpq.br/5669784115573629Leonardo Lennertz MarcotulioDaniela Mara Lima Oliveira GuimarãesCésar Nardelli CambraiaFábio César Montanheirohttp://lattes.cnpq.br/7458932776133748Shirlene Ferreira Coelho2023-07-18T14:16:22Z2023-07-18T14:16:22Z2023-05-26http://hdl.handle.net/1843/56559https://orcid.org/0000-0001-8828-7058Um dos grandes desafios para aqueles que desejam enveredar pela pesquisa em linguística histórica, sobretudo as de cunho variacionista, é dispor de arquivos que possam propiciar a verificação das diversas características sociais dos escribas. Soma-se a isso a impossibilidade de reunir dados orais, uma vez que podemos contar apenas com documentos escritos. Apesar desse contexto, mantém-se viável o resgate de marcas que possam remeter à oralidade em tempos pretéritos, numa tentativa de se reconstruir a língua falada de outrora. Nesse sentido, o estudo proposto visa à análise de marcas de oralidade, bem como de escriptualidade, em corpus do século XVIII, mais especificamente no dialeto mineiro. Por se respaldar nos pressupostos da sociolinguística, nosso trabalho pode se configurar como um recurso adicional para a avaliação acerca do perfil do escrevente, haja vista que, nem sempre, temos à disposição informações que denotem qual seria o seu grau de domínio da habilidade escrita. Nossa hipótese é a de que a escolha por determinadas grafias pode indicar o estágio de aquisição da escrita, revelando, consequentemente, o nível de letramento do escrevente. Desse modo, exploramos a hipótese de que pessoas de níveis sociais mais populares tenderiam a reproduzir uma escrita mais fonética, ao passo que pessoas de classes sociais mais abastadas adotariam grafias etimológicas. Para a verificação da viabilidade de nossa hipótese inicial, selecionamos aproximadamente duas mil e quinhentas palavras de quatro documentos, relativos à atual cidade de Diamantina, que se configuram, no nosso entendimento, como representativos da elite cultural dos setecentos e da classe social menos abastada, a saber, Termos de Devassas (1750), Estatuto da Ordem Terceira de São Francisco (1778), Livro de Compromisso da Irmandade de Nossa Senhora do Amparo (1781) e Livro de Compromisso da Irmandade de Nossa Senhora das Mercês (1782). Identificadas as variáveis ortográficas, elegemos cinco fenômenos que pudessem nos fornecer pistas quanto ao perfil desses escreventes no trato para a linguagem escrita, quais sejam: (i) a geminação de consoantes; (ii) a representação de nasalidade; (iii) a representação surda vs sonora para /s/ e /z/; (iv) o abaixamento de vogais; e (v) o alçamento de vogais. Dos fenômenos selecionados, a representação da sibilante surda foi a que mais impactou em nossos resultados, seguida da representação de nasalidade, que apresentaram altas taxas de desvios, principalmente entre os escreventes representantes das classes sociais mais elevadas. A geminação de consoantes, o abaixamento e o alçamento de vogais, apesar de apontarem para algumas dificuldades dos escreventes, foram avaliados como fenômenos menos complexos. O que observamos, ao final, é que não apenas a análise quantitativa é suficiente para averiguarmos o nível de letramento desses escribas, sendo necessário recorrer a questões históricas, sociais, normativas, além de estudos contemporâneos sobre aquisição da escrita e sobre a descrição de fenômenos afins ao que elegemos, para, assim, avaliarmos nossa hipótese. Em conclusão, verificamos uma escrita mais arcaizante nos Livros de Compromisso, ao passo que os clérigos demonstraram maior autonomia com a tecnologia escrita, ainda que esse comportamento reflita em desvios ortográficos.One of the problems for those who wish to research in historical linguistics, especially the variationist sociolinguistics, is to have archives that can provide the verification of the various social characteristics of scribes. Furthermore, we have a difficulty to rescue the orality data, because we can only have written documents. Despite this context, the rescue of marks that can refer to orality in preterit times remains viable, in an attempt to reconstruct the spoken language of the past from these documents. In this sense, the proposed study aims to analyze orality marks in a corpus 18th century, more specifically in the Minas Gerais dialect. Furthermore, as it is based on the assumptions of sociolinguistics, our work can be configured as an additional resource for the evaluation of the writer's profile, in view of that we do not always have available information that denote what would be their level of mastery of writing skills. Our hypothesis is that the choice of certain spellings may indicate the stage of acquisition of writing, thus revealing the level of literacy of the writer. Thus, we believe that people from more popular social levels would tend to reproduce more phonetic writing, while people from more affluent social classes would adopt etymological spellings. In order to verify the feasibility of our initial hypothesis, we selected approximately two thousand and five hundred words from four documents related to the current city of Diamantina, which in our understanding represent the cultural elite of the 1700s and the less affluent social class, namely, Termos de Devassas (1750), Estatuto da Ordem Terceira de São Francisco (1778), Livro de Compromisso da Irmandade de Nossa Senhora do Amparo (1781) e Livro de Compromisso da Irmandade de Nossa Senhora das Mercês (1782). Once the spelling variables were identified, we chose five phenomena that could provide us with clues as to the profile of these writers in dealing with written language: (i) consonant twinning; (ii) the representation of nasality; (iii) voiceless vs voiced representation for /s/ and /z/; (iv) the lowering of vowels; and (v) the raising of vowels. Of the selected phenomena, the representation of the voiceless sibilant was the one that most impacted our results, followed by the representation of nasality, which showed high rates of deviations, especially among writers representing higher social classes. The twinning of consonants, the lowering and raising of vowels, despite pointing to some difficulties of the writers, were evaluated as less complex phenomena. What we observed, in the end, is that not only the quantitative analysis is enough to verify the level of literacy of these scribes, it is necessary to resort to historical, social, normative issues, in addition to contemporary studies on the acquisition of writing and on the description of phenomena related to what we chose, in order to evaluate our hypothesis. In conclusion, we verified a more archaic writing in the Livros de Compromisso, while the clerics demonstrated greater autonomy with the written technology, even if this behavior reflects in spelling deviations.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASLíngua portuguesa – VariaçãoLíngua portuguesa – Minas Gerais – HistóriaLíngua portuguesa – Minas Gerais – Português escritoLinguística históricaSociolinguísticaManuscritos brasileiros – Minas Gerais – Séc. XVIIISociolinguística históricaDocumentos mineiros setecentistasEtimologizaçõesEscrita fonética-fonológicaGraus de letramentoMarcas de oralidade e de escriptualidade em documentos setecentistas: uma forma de caracterização do escrevente e de reconstrução da oralidade pretéritainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALmarcas de oralidade e de escriptualidade em documentos setecentistas-uma forma de caracterização do escrevente e de reconstrução da oralidade pretérita.pdfmarcas de oralidade e de escriptualidade em documentos setecentistas-uma forma de caracterização do escrevente e de reconstrução da oralidade pretérita.pdfapplication/pdf2310871https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/56559/3/marcas%20de%20oralidade%20e%20de%20escriptualidade%20em%20documentos%20setecentistas-uma%20forma%20de%20caracteriza%c3%a7%c3%a3o%20do%20escrevente%20e%20de%20reconstru%c3%a7%c3%a3o%20da%20oralidade%20pret%c3%a9rita.pdf1a6ba3bcda9203a93e780fc6b80ff483MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/56559/4/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD541843/565592023-07-18 11:16:22.966oai:repositorio.ufmg.br:1843/56559TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-07-18T14:16:22Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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