Entre as fronteiras do morar e o direito de decidir: uma etnografia das famílias removidas da Vila da Paz na cidade de Belo Horizonte

• Autor(a) principal: Luana Carola Santos
• Data de Publicação: 2017
• Outros Autores: Claudia Andréa Mayorga Borges
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: https://doi.org/10.12957/rdc.2017.26790; http://hdl.handle.net/1843/59288; https://orcid.org/0000-0002-3680-9878; https://orcid.org/0000-0003-1728-0726
• topic: Vila da Paz; Etnografia; Cidade; Remoção; Desobediência; Ocupação Vila da Paz; Antropologia cultural; Belo Horizonte (MG); Habitação

O presente manuscrito objetiva apresentar uma pesquisa de doutoramento, que consiste em uma etnografia sobre famílias moradoras da Vila da Paz em processo de remoção do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, para a duplicação do mesmo. Para isso, foi realizada uma pesquisa etnometodológica, a partir da interação com os atores do campo, por meio da etnografia e fotoetnografia. Como resultado notamos que os moradores da Vila da Paz têm anunciado em suas narrativas formas de desobediência (FOUCAULT, 1982) e resistência às formas de morar oferecidas pela Política Habitacional de Belo Horizonte. Essa desobediência traz para a cena do processo de remoção o movimento de negação-criação que visibilizam as teias de significado do morar, no âmbito social, urbano e econômico que são importantes para os moradores que resistem reocupando espaços e fortalecendo os vínculos comunitários construídos. Os moradores também vivem em situação de sofrimento social e violência, visto que há um mal estar produzido pelo não acesso ao direito à moradia e por processos históricos de exclusão mais amplos. Assim como a Vila da Paz, a cidade é permeada por teias de significados, e suas áreas periféricas são formadas por um circuito de resistência espacial e sociopolítica.