Uma argumentação em torno do suicídio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lúcio Vaz de Oliveira
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AARQWB
Resumo: A presente tese tem, em suas linhas gerais, um duplo proposito: primeiro, realizar uma taxonomia dos diversos argumentos acerca do suicidio; segundo, avaliar os argumentos e apresentar uma posicao critica propria. Para realizar esses dois propositos, e feito um mapeamento conceitual do suicidio e dos possiveis enfoques sobre a questao, apresentando o problema central da tese como: pode haver alguma escolha racional, no aspecto pratico, pelo suicidio? A taxonomia apresenta tres agrupamentos resultando em posicionamentos praticos de indiferenca, aquiescencia ou rejeicao. Como a aquiescencia e a rejeicao comportam matizes, temos quatro tipos basilares de postura pratica sobre o suicidio: a indiferenca, o sim incondicional, o sim condicionado e o nao incondicional. Essas posturas, por seu turno, subdividem-se em diferentes argumentos e motivacoes. No que concerne a minha avaliacao critica, propugno, por um lado, uma argumentacao moral de inspiracao deontologica, por outro, uma argumentacao que se refere a uma esfera pratica nao pautada pela moralidade, de natureza existencial e prudencial. A conclusao da tese consiste em notar que o suicidio pode ser considerado aceitavel em diferentes niveis de racionalidade, tais como no respeitante a coerencia entre atos e crencas, entre premissas e conclusoes. Contudo, suicidar-se nao pode ser racional nos niveis mais exigentes de racionalidade pratica, seja moral, seja prudencial, pois eles dizem respeito tambem a aceitabilidade das premissas e crencas. Para essa avaliacao incondicionalmente negativa, contribuem alguns pressupostos explicitados ao longo da tese, entre eles: uma visaosobre intencionalidade que incorpora a aceitacao de consequencias previsiveis da acao; uma concepcao sobre identidade centrada sobre a pretensao de continuidade psicologica futura; a predilecao do olhar de um individuo sobre si mesmo e nao da sua imagem frente os outros.
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