O discurso humorístico: um percurso de análise pela linguagem do riso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rony Petterson Gomes do Vale
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/LETR-9ARN7W
Resumo: Numa sociedade na qual o riso é tido como o novo "ópio" do povo, uma panaceia para todos os males, e na qual rir se faz quase obrigatório, refletir a respeito de um discurso capaz de engendrar as mais diferentes formas do riso, do risível, do lúdico, do cômico, da sátira, do humor... torna-se, no nosso modo de ver, imprescindível. Com efeito, nesse percurso de análise, tomamos essa relação entre discurso e riso como ponto de partida para a (re)inserção do riso nos Estudos Discursivos. Dividido em duas partes, nosso percurso se debruça, primeiramente, sobre a linguagem que torna possível o engendramento das formas do riso e, por conseguinte, do discurso humorístico. Num segundo momento, voltamos nossa atenção para a estrutura desse discurso, tendo os sujeitos do discurso como parâmetro. Com efeito, na primeira parte, procuramos, a partir do conceito de linguagem do riso, delinear: i) as faces do riso: seu lado psicossociofisiológico enquanto atividade responsiva e seu lado linguageiro materializado nos GENERA RIDICVLORVM; ii) as finalidades do fazer rir: para além do seu uso estratégico em outros tipos discursos, o fazer rir voltado para o riso em si mesmo; iii) as causas linguísticas e discursivas dos efeitos risíveis, colocando em questão a paródia e a imitação como fontes do riso; e iv) os modos de relacionamento interdiscursivo que um discurso baseado na visada de fazer rir pode manter com outros tipos de discursos. Na segunda parte, as características estruturais do discurso humorístico passam a ser o foco de nossa análise. Apresentamos, primeiramente, os perfis ethóticos (as máscaras cômicas) que os sujeitos podem assumir quando do uso do riso no discurso. Em seguida, procuramos descrever o dispositivo conceptual desse discurso, perscrutando, aí, as posições que os sujeitos do riso podem assumir enquanto instâncias de produção e de recepção. Nesse passo, elencamos, ainda, as condições, as coerções e as vantagens da utilização do riso no discurso, tomando o conceito de VRBANITAS como uma propriedade constitutiva do ethos dos sujeitos do riso. Por fim, discutimos a instabilidade do lugar do humorista em relação aos campos discursivos (literário, jornalístico, publicitário... humorístico). Buscamos, assim, ver como o humor, saindo das entrelinhas da literatura, fez surgir, a partir das inovações tecnológicas dos séculos XX e XXI, certos "profissionais do riso" (humoristas, comediantes, caricaturistas, chargistas, risistas etc.) que procuram delimitar o próprio espaço de discurso no campo do humor, colocando em debate o que é ser um humorista.
id UFMG_63e58972c7aa33b459fb007a7f201578
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-9ARN7W
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Renato de MelloEliana Amarante de Mendonca MendesAntonio Martinez de RezendeJoao Bosco Cabral dos SantosMonica Santos de Souza MeloRony Petterson Gomes do Vale2019-08-11T06:18:37Z2019-08-11T06:18:37Z2013-02-02http://hdl.handle.net/1843/LETR-9ARN7WNuma sociedade na qual o riso é tido como o novo "ópio" do povo, uma panaceia para todos os males, e na qual rir se faz quase obrigatório, refletir a respeito de um discurso capaz de engendrar as mais diferentes formas do riso, do risível, do lúdico, do cômico, da sátira, do humor... torna-se, no nosso modo de ver, imprescindível. Com efeito, nesse percurso de análise, tomamos essa relação entre discurso e riso como ponto de partida para a (re)inserção do riso nos Estudos Discursivos. Dividido em duas partes, nosso percurso se debruça, primeiramente, sobre a linguagem que torna possível o engendramento das formas do riso e, por conseguinte, do discurso humorístico. Num segundo momento, voltamos nossa atenção para a estrutura desse discurso, tendo os sujeitos do discurso como parâmetro. Com efeito, na primeira parte, procuramos, a partir do conceito de linguagem do riso, delinear: i) as faces do riso: seu lado psicossociofisiológico enquanto atividade responsiva e seu lado linguageiro materializado nos GENERA RIDICVLORVM; ii) as finalidades do fazer rir: para além do seu uso estratégico em outros tipos discursos, o fazer rir voltado para o riso em si mesmo; iii) as causas linguísticas e discursivas dos efeitos risíveis, colocando em questão a paródia e a imitação como fontes do riso; e iv) os modos de relacionamento interdiscursivo que um discurso baseado na visada de fazer rir pode manter com outros tipos de discursos. Na segunda parte, as características estruturais do discurso humorístico passam a ser o foco de nossa análise. Apresentamos, primeiramente, os perfis ethóticos (as máscaras cômicas) que os sujeitos podem assumir quando do uso do riso no discurso. Em seguida, procuramos descrever o dispositivo conceptual desse discurso, perscrutando, aí, as posições que os sujeitos do riso podem assumir enquanto instâncias de produção e de recepção. Nesse passo, elencamos, ainda, as condições, as coerções e as vantagens da utilização do riso no discurso, tomando o conceito de VRBANITAS como uma propriedade constitutiva do ethos dos sujeitos do riso. Por fim, discutimos a instabilidade do lugar do humorista em relação aos campos discursivos (literário, jornalístico, publicitário... humorístico). Buscamos, assim, ver como o humor, saindo das entrelinhas da literatura, fez surgir, a partir das inovações tecnológicas dos séculos XX e XXI, certos "profissionais do riso" (humoristas, comediantes, caricaturistas, chargistas, risistas etc.) que procuram delimitar o próprio espaço de discurso no campo do humor, colocando em debate o que é ser um humorista.Dans une société où le rire est considéré comme le nouvel « opium » du peuple, une panacée pour tous les maux, et où rire est presque obligatoire, réfléchir sur un discours capable d'engendrer les plus différentes formes du rire, du risible, du ludique, du comique, du satire, de lhumour... devient, à notre avis, essentiel. En effet, dans ce parcours danalyse, nous prenons cette relation entre le discours et le rire comme un point de départ pour la (ré)insertion du rire dans les Études Discursives. Divisé en deux parties, notre parcours est axé, tout dabord, sur le langage qui permet d'engendrer les formes du rire et, par conséquent, le discours humoristique. Dans un deuxième moment, nous tournons notre attention vers la structure de ce discours, en tenant compte des sujets du discours comme paramètre. Alors, dans la première partie, nous cherchons, à partir de la notion de langage du rire, à ébaucher: i) les faces du rire: son côte psycho-socio-physiologique en tant quactivité réactive et son côté langagière matérialisé dans les GENERA RIDICVLORVM; ii) les buts de faire-rire: en plus de son utilisation stratégique dans d'autres discours, le faire-rire tourné vers le rire lui-même; iii) les causes linguistiques et discursives d'effets risibles, en mettant en cause la parodie et l'imitation comme sources du rire; et iv) les types de relations interdiscursives quun discours basé sur la visée de faire-rire peut tenir avec autres types de discours. Dans la deuxième partie, les caractéristiques structurelles du discours humoristique deviennent l'objet de notre analyse. Tout d'abord, nous présentons les profils « ethóticos » (les masques comiques) que les sujets peuvent assumer lorsque de l'utilisation du rire dans le discours. Ensuite, nous décrivons le dispositif conceptuel de ce discours, en y regardant les positions que les sujets du rire peuvent assumer en tant quinstances de production et de réception. Entre-temps, nous répertorions également les conditions, les contraintes et les avantages de l'utilisation du rire dans le discours, en prenant la « vrbanitas » comme une propriété constitutive de lethos des sujets du rire. De cette façon, nous discutons sur l'instabilité de la place de l'humoriste par rapport les champs discursifs (littéraire, journalistique, publicitaire... humoristique). Enfin, nous voulons y voir comment l'humour a fait surgir, à partir des innovations technologiques des XXe et XXIe siècles, certains « professionnels du rire » (comédiens, humoristes, caricaturistes, dessinateurs, « risistas » etc.) qui prétendent définir leur propre espace discursif dans le champ de l'humour, en mettant en cause ce que cest un humoriste.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAnálise do discursoDiscurso humorísticoRisoEstratégia discursivaHumorismo brasileiro História e críticaRisoLinguagmHumorísticoO discurso humorístico: um percurso de análise pela linguagem do risoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL1373d.pdfapplication/pdf2589200https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-9ARN7W/1/1373d.pdf3803b6e201c71f6c2775936c3768b3f0MD51TEXT1373d.pdf.txt1373d.pdf.txtExtracted texttext/plain741374https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-9ARN7W/2/1373d.pdf.txt28c0ddf88601db9f3dae185f8549edddMD521843/LETR-9ARN7W2019-11-14 05:12:12.153oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-9ARN7WRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:12:12Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O discurso humorístico: um percurso de análise pela linguagem do riso
title O discurso humorístico: um percurso de análise pela linguagem do riso
spellingShingle O discurso humorístico: um percurso de análise pela linguagem do riso
Rony Petterson Gomes do Vale
Riso
Linguagm
Humorístico
Análise do discurso
Discurso humorístico
Riso
Estratégia discursiva
Humorismo brasileiro História e crítica
title_short O discurso humorístico: um percurso de análise pela linguagem do riso
title_full O discurso humorístico: um percurso de análise pela linguagem do riso
title_fullStr O discurso humorístico: um percurso de análise pela linguagem do riso
title_full_unstemmed O discurso humorístico: um percurso de análise pela linguagem do riso
title_sort O discurso humorístico: um percurso de análise pela linguagem do riso
author Rony Petterson Gomes do Vale
author_facet Rony Petterson Gomes do Vale
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Renato de Mello
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Eliana Amarante de Mendonca Mendes
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Antonio Martinez de Rezende
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Joao Bosco Cabral dos Santos
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Monica Santos de Souza Melo
dc.contributor.author.fl_str_mv Rony Petterson Gomes do Vale
contributor_str_mv Renato de Mello
Eliana Amarante de Mendonca Mendes
Antonio Martinez de Rezende
Joao Bosco Cabral dos Santos
Monica Santos de Souza Melo
dc.subject.por.fl_str_mv Riso
Linguagm
Humorístico
topic Riso
Linguagm
Humorístico
Análise do discurso
Discurso humorístico
Riso
Estratégia discursiva
Humorismo brasileiro História e crítica
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Análise do discurso
Discurso humorístico
Riso
Estratégia discursiva
Humorismo brasileiro História e crítica
description Numa sociedade na qual o riso é tido como o novo "ópio" do povo, uma panaceia para todos os males, e na qual rir se faz quase obrigatório, refletir a respeito de um discurso capaz de engendrar as mais diferentes formas do riso, do risível, do lúdico, do cômico, da sátira, do humor... torna-se, no nosso modo de ver, imprescindível. Com efeito, nesse percurso de análise, tomamos essa relação entre discurso e riso como ponto de partida para a (re)inserção do riso nos Estudos Discursivos. Dividido em duas partes, nosso percurso se debruça, primeiramente, sobre a linguagem que torna possível o engendramento das formas do riso e, por conseguinte, do discurso humorístico. Num segundo momento, voltamos nossa atenção para a estrutura desse discurso, tendo os sujeitos do discurso como parâmetro. Com efeito, na primeira parte, procuramos, a partir do conceito de linguagem do riso, delinear: i) as faces do riso: seu lado psicossociofisiológico enquanto atividade responsiva e seu lado linguageiro materializado nos GENERA RIDICVLORVM; ii) as finalidades do fazer rir: para além do seu uso estratégico em outros tipos discursos, o fazer rir voltado para o riso em si mesmo; iii) as causas linguísticas e discursivas dos efeitos risíveis, colocando em questão a paródia e a imitação como fontes do riso; e iv) os modos de relacionamento interdiscursivo que um discurso baseado na visada de fazer rir pode manter com outros tipos de discursos. Na segunda parte, as características estruturais do discurso humorístico passam a ser o foco de nossa análise. Apresentamos, primeiramente, os perfis ethóticos (as máscaras cômicas) que os sujeitos podem assumir quando do uso do riso no discurso. Em seguida, procuramos descrever o dispositivo conceptual desse discurso, perscrutando, aí, as posições que os sujeitos do riso podem assumir enquanto instâncias de produção e de recepção. Nesse passo, elencamos, ainda, as condições, as coerções e as vantagens da utilização do riso no discurso, tomando o conceito de VRBANITAS como uma propriedade constitutiva do ethos dos sujeitos do riso. Por fim, discutimos a instabilidade do lugar do humorista em relação aos campos discursivos (literário, jornalístico, publicitário... humorístico). Buscamos, assim, ver como o humor, saindo das entrelinhas da literatura, fez surgir, a partir das inovações tecnológicas dos séculos XX e XXI, certos "profissionais do riso" (humoristas, comediantes, caricaturistas, chargistas, risistas etc.) que procuram delimitar o próprio espaço de discurso no campo do humor, colocando em debate o que é ser um humorista.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013-02-02
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-11T06:18:37Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-11T06:18:37Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/LETR-9ARN7W
url http://hdl.handle.net/1843/LETR-9ARN7W
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-9ARN7W/1/1373d.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-9ARN7W/2/1373d.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 3803b6e201c71f6c2775936c3768b3f0
28c0ddf88601db9f3dae185f8549eddd
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676658779881472