Detalhes bibliográficos
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
id UFMG_64fdbabdb698baeff563b81dd44d6645
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-8T9NRJ
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
instacron_str UFMG
institution Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
spelling Heliana Ribeiro de MelloMaria Margarida Martins SalomãoAna Paula Antunes RochaMario Alberto PeriniLuiz Francisco DiasAparecida de Araujo Oliveira2019-08-13T10:31:58Z2019-08-13T10:31:58Z2009-08-13http://hdl.handle.net/1843/LETR-8T9NRJO interesse na semântica de preposições por linguistas cognitivos tem propiciado uma rica literatura sobre modelos de rede de polissemia, baseados no conceito de categorias prototípicas. Apesar de sua reconhecida coerência, esses modelos deram origem a críticas não apenas quanto à sua diversidade, mas, em particular, no que concerne a sua presumida natureza cognitiva (SANDRA & RICE, 1995 e CROFT, 1998), notadamente o grau de compatibilidade entre a visão do pesquisador e a do falante leigo. Inspirada por este último questionamento, esta tese apresenta uma análise semântico-cognitiva da polissemia da preposição em do português do Brasil, utilizando dois métodos empíricos: uma análise introspectiva baseada em um corpus de 1,2 milhões de palavras de textos jornalísticos e um experimento psicolinguístico com universitários não-treinados, falantes nativos do português do Brasil. Para explicar a polissemia dessa preposição, adotou-se especialmente o modelo teórico de linguagem baseado no uso e a noção de conceitualização (LANGACKER, 1987), a proposta da linguagem corporificada, em especial, esquemas imagéticos (JOHNSON, 1987), a noção de metáforas conceituais (LAKOFF & JOHNSON, 1980), a semântica de classes fechadas (TALMY, 2000) e funções relacionais envolvidas na semântica de preposições espaciais (VANDELOISE, 1991). O estudo explorou o aspecto cognitivo da proposta teórica em duas etapas: primeiramente, buscou-se explorar os processos cognitivos envolvidos na interpretação de usos sincrônicos da preposição e na ligação entre os mesmos, seguindo o modelo de rede esquemática (LANGACKER, 2008, 1987), que prevê relações de esquematização/instanciação e de sancionamento por extensão. A análise de 2813 ocorrências no corpus revelou dois sentidos esquemáticos para a preposição em, derivados do esquema imagético de contêiner: localização e especificação. O primeiro é instanciado em vinte e duas categorias e subcategorias, que representam 86,78% dos usos, sendo oito pertencentes ao domínio espacial, três, ao temporal, e onze, a outros domínios concretos e abstratos. O segundo aparece elaborado em nove subcategorias de especificação diversa, também de domínios concretos e abstratos, que emergem de efeitos funcionais de controle e de suporte. A maior parte da variação em contextos espaciais pôde ser explicada pela perspectivação conceitual e pela relação funcional Contêiner/objeto contido. Os demais usos foram interpretados por meio de processos metafóricos e metonímicos. Na segunda etapa da pesquisa, 48 frases representando categorias obtidas na análise do corpus foram submetidas à avaliação de falantes não-treinados para serem agrupados por semelhança percebida. Cada informante também participou de uma entrevista após a tarefa de classificação, na qual descreveu as estratégias empregadas na sua execução. Utilizando os métodos estatísticos de hierarquia de agrupamentos e Tocher, de análise multidimensional, verificou-se um isomorfismo fraco entre a rede proposta pela pesquisadora e a avaliação dos participantes. Eles perceberam a estrutura relacional da rede e identificaram algumas das categorias menores previstas na análise de corpus, em um total de sete conjuntos de usos. A estrutura relacional da rede se manifesta, por exemplo, na associação de usos locativos e não-locativos em um grupo maior de usos metafóricos, de usos espaciais e não-espaciais em um grupo de localização e vários tipos de especificação (forma, cor, material, especificação abstrata) em uma categoria única mais ampla. Além disso, os sujeitos formaram grupos grandes e pequenos com diferentes índices de coesão interna, o que confirma a granularidade característica dessas redes, ainda que em menor escala, e a coerência das ligações entre as categorias semânticas.The great interest in the semantics of prepositions by cognitive linguists has allowed for the emergence of a wealth of network models of polysemy based on prototype theory. Despite their acknowledged coherence, these models have given rise to criticism on both their diversity and, particularly, the presumed cognitive nature of these explanations (SANDRA & RICE, 1995 e CROFT, 1998), notably the degree of compatibility between the linguists view and that of thenon-informed native speaker. Inspired by the latter, in this dissertation we present a semantic description of the polysemy of the razilian-Portuguese preposition em, by using two empirical methods: introspective analysis of a 1.2-million-word corpus of journalistic texts and a psycholinguistic experiment involving untrained university undergraduates, all native speakers of Brazilian Portuguese. In order to explain the polysemy of this preposition, we adopted Ronald Langackers (1987) usage-based model of language and his concept of construal, Mark Johnsons (1987) proposal of embodied cognition, mainly, his ideas about image schemata, George Lakoff & Mark Johnsons (1980) theory of conceptual metaphor, Leonard Talmys (2000) closed-class semantics, and Claude Vandeloises (1991) study of functional relations as determinants of themeaning of spatial prepositions. The cognitive aspect of this theoretical approach was attained in two complementary stages: firstly, by following Langackers model of schematic network, we explored the cognitive processes involved in the interpretation of synchronic uses of thepreposition, and those responsible for the coherent links obtained between them. This model consists of a structure containing sanctioning and schema/instance relations between the uses.The analysis of 2813 samples from the corpus revealed two highly schematic senses for the preposition em, derived from the CONTAINER schema: location and specification. The first is elaborated in twenty-two categories and subcategories, representing 86.78% of the uses, eight ofthem belonging to space domain, three, to time domain, and the remaining eleven, to various other concrete and abstract domains. As a result of the functional effects of control and support, nine categories were found to instantiate the latter sense of specification, also in various concrete and abstract domains. Most of the variation obtained in spatial contexts could be explained by construal effects and the Container/contained functional relation. Other uses were interpreted asemerging from metaphorical and metonymic processes. In the second stage of the research, thirty-two subjects were involved in a sorting task, in which they should group forty-eight sentences representing categories obtained in the previous analysis, by using a similarity criterion. This task was followed by individual interviews, in which subjects explained thestrategies they used to complete the task. Statistical methods of cluster hierarchy and Tocher multidimensional analysis revealed a weak isomorphism between the network proposed by the researcher and the informants evaluation, i.e., they perceived its relational structure anddistinguished some of the categories predicted from the corpus analysis, producing seven sets of uses. The relational structure of the network could be seen, for instance, in the association of locative and non-locative uses in a large group of metaphorical uses, of spatial and non-spatialuses in a schematic location category, and of various types of specification (shape, color, material, abstract specification) in a single larger set. Besides, subjects formed large and small groups with differing levels of internal cohesion, which corroborates the typical granularity of these networks, even if obtained on a smaller scale, and the coherent relations between the semantic categories.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLingüísticaLingua portuguesa PreposiçõesSemânticaFuncionalismo (Linguística)CogniçãoGramática cognitivapreposição emEsquemas imagéticosmetonímiarelações funcionaisrede esquemática de polissemiametáforametodologia empíricasemântica cognitivaperspectivação conceitualRelacoes semântico-cognitivas no uso da preposição "em" no português do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_aparecidaaraujooliveira.pdfapplication/pdf2128813https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8T9NRJ/1/tese_aparecidaaraujooliveira.pdf9bc72f29857f1ce36e2dcbd28e250b00MD51TEXTtese_aparecidaaraujooliveira.pdf.txttese_aparecidaaraujooliveira.pdf.txtExtracted texttext/plain844374https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8T9NRJ/2/tese_aparecidaaraujooliveira.pdf.txtf888b955b8e2b16bf751249b1ddd7d56MD521843/LETR-8T9NRJ2019-11-14 22:38:29.656oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-8T9NRJRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T01:38:29Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
_version_ 1813547623397720064