Construção e investigação das qualidades psicométricas iniciais do instrumento indicadores de resiliência para adolescentes e jovens adultos

• Autor(a) principal: Felipe Bigoto da Costa
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/69083; https://orcid.org/0000-0002-3776-2442
• topic: Psicometria; Resiliência; Psicologia positiva; Avaliação psicológica; Validade do teste; Psicologia - Teses; Psicometria - Teses; Resiliência (Traço de personalidade) - Teses; Psicologia positiva - Teses

A resiliência pode ser entendida como um construto psicológico que se refere a adaptação bem-sucedida frente a uma adversidade, percebida ou real, composta por diversos sistemas e que pode ser apresentada por qualquer pessoa em qualquer momento da vida. Indiferente a sua relevância, observa-se a escassez de instrumentos para mensurar a resiliência, notadamente materiais que sejam brasileiros. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi construir uma escala de resiliência para adolescentes e jovens adultos (12 a 30 anos), e investigar as propriedades psicométricas iniciais através de quatro estudos. No estudo 1, apresenta-se a teoria psicológica que fundamenta o instrumento, assim como os 133 itens iniciais, em formato Likert de autorrelato para o material intitulado como Indicadores de Resiliência para Adolescentes e Jovens Adultos (IRAJA). O segundo estudo buscou evidências de validade de conteúdo, através de análise de juízes e análise semântica com a população-alvo. Para a análise de juízes, foram convidados seis especialistas para avaliarem os itens quanto a sua clareza e relevância através de um formulário online. Os dados foram analisados quanto a concordância simples entre juízes, mantendo os itens ≥ 80% e avaliados com Índice de Validade de Conteúdo (IVC), mantendo itens ≥ 0,83. Para análise semântica, participaram dez pessoas com idades dos estratos extremos de avaliação. Os dados foram analisados qualitativamente em relações as sugestões para alterações dos itens. Ao fim, 66 itens se mostraram adequados. O estudo 3 tratou-se de um estudo piloto, em que uma versão-piloto da escala foi aplicada em 46 participantes, com idades entre 12 e 30 anos (M = 19,5 anos, DP = 2,97). Os dados foram analisados qualitativamente, buscando realizar alterações nos itens de acordo com sugestões. Também foi realizada a padronização de aplicação. Ao final, os 66 itens continuaram adequados. O quarto estudo buscou evidências de validade baseadas na estrutura interna e confiabilidade, através de análise fatorial exploratória (AFE) e consistência interna (ômega de McDonald, alfa de Cronbach e lambda 6 de Gutman). O instrumento foi aplicado em 362 participantes com idades entre 12 e 30 anos (M = 17,2 anos, DP = 3,74). Os itens que apresentaram carga fatorial ≥ 0,5 foram mantidos, assim como consistência interna ≥ 0,70. Dessa forma, o instrumento em sua versão final ficou com 34 itens, compostos por 7 fatores (estabilidade emocional, expectativa positiva de futuro, acolhimento social, suporte familiar, tolerância a frustração, equilíbrio e recuperação emocional, e enfrentamento a resposta emocional). Com isso, encontraram--se boas evidências psicométricas iniciais para o IRAJA, fundamentando estudos futuros que visem o refinamento do material e consequente disponibilização para uso profissional.